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DEBATE ECONÔMICO







            Brasil – Carga Tributária + Déficit Nominal     contingenciamento de despesas de R$ 42,1 bilhões, a
                                                            reversão parcial da desoneração da folha de pagamen-
                         Em % do PIB – Produto Interno Bruto
                                                            tos (com expectativa de receita de R$ 4,8 bilhões em
               Ano  Carga Tributária  Déficit Nominal  Total   Juros Nominais
                                                            2017), e conta com diversas receitas extraordinárias.
              2001        31,3       3,5   35,8       6,60
                                                            As medidas reforçam a perspectiva de cumprimento
              2002        32,2       4,5   36,7       7,61
                                                            da meta fiscal estabelecida. Cabe ressaltar, no entanto,
              2003        31,4       5,2   36,6       8,42
                                                            que a crise política é um risco ao cumprimento da meta
              2004        32,4       2,9   35,3       6,56
                                                            por dificultar uma recuperação do PIB, prejudicando as
              2005        33,6       3,6   37,2       7,28
                                                            receitas e uma maior fragilidade política tende a resultar
              2006        33,3       3,6   36,9       6,72
                                                            em uma maior pressão de gastos.
              2007        33,7       2,8   36,5       5,98
                                                                 Para Luis Paulo Rosenberg, “a raiz do problema
              2008        33,5       2,0   35,5       5,32
                                                            fiscal é estrutural e para isso é fundamental o avanço da
              2009        32,3       3,2   35,5       5,13
                                                            agenda de reformas, que se iniciou com a aprovação da
              2010        32,4       2,4   34,8       5,03
                                                            PEC do teto dos gastos e agora torna-se crucial a refor-
              2011        33,4       2,5   35,9       5,41  ma da previdência. A atual crise política deverá, no mí-
              2012        32,7       2,3   35,0       4,44  nimo, atrasar o cronograma da reforma da previdência,
              2013        32,7       3,0   35,7       4,67  que é indispensável para a sustentabilidade da dívida
              2014                              33,4  6,0  39,4  5,39  pública no médio e longo prazo. Uma solução rápida e
              2015        32,7       10,2  42,9       8,36  organizada da crise política, que mantenha a atual po-
              2016        32,2*       8,9  41,1       6,46  lítica econômica e avance com a agenda de reformas é
             *Estimativa | Fonte: Receita Federal/MinasPart Desenvolvimento  fundamental para o país”, afirmou.


            SETOR PÚBLICO TEM SUPERÁVIT PRIMÁRIO APÓS
            DOIS MESES DE DÉFICIT
                  De acordo com estudos da Rosenberg & Asso-
            ciados em abril, o Resultado Primário do Setor Público
            Consolidado (Governo Central, Governos Regionais e
            Empresas Estatais) registrou superávit de R$ 12,9 bi-
            lhões, maior que a expectativa de R$ 11,5 bilhões ante-
            rior. Esse foi o maior déficit para o mês desde 2015. Sa-
            zonalmente, abril é um mês de forte resultado primário
            e a média mensal para este mês nos últimos treze anos
            é de um superávit ao redor de R$ 23 bilhões (termos
            reais). A execução fiscal do início de 2017 segue evi-
            denciando uma situação grave, porém com despesas
            sob controle e em linha com o teto de gastos.
                  O resultado primário dos últimos 12 meses al-
            cançou um déficit de 2,29% do PIB (-R$ 145,1 bilhões),
            levemente acima da meta do setor público consolidado
            para 2017 (R$ 143,1 bilhões), após encerrar 2016 com
            déficit  primário  de  2,48%  do  PIB  (-R$  155,8  bilhões)
            dentro da meta, porém o terceiro déficit anual consecu-  O resultado primário do Governo Central, di-
            tivo e o pior resultado anual da série histórica.  vulgado no dia 25 de maio, mostra que as receitas re-
                  O governo anunciou em março um expressivo   correntes continuam fracas, com queda real de 3,6%



             18               Junho e Julho de 2017
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