Page 9 - Mercado Comum 266
P. 9

dade financeira, Minas Gerais prevê um resultado nega-  rebaixamento ocorreu em setembro de 2015, quando
            tivo de R$ 8,06 bilhões para este ano, inferior apenas ao   o Estado perdeu o selo de grau de investimento. O se-
            do Rio de Janeiro, de R$ 19,3 bilhões e após um rombo   gundo chegou em fevereiro do ano passado. Em seu úl-
            similar em 2016. A fragilidade das argumentações do   timo relatório, a agência disse que, apesar dos esforços
            governo estadual que justificam o decreto de calamida-  e de uma melhora em alguns dados, Minas tem enfren-
            de financeira de Minas Gerais - de fato, decretação da   tado dificuldades para estabilizar suas finanças, atrasa
            falência do Estado - não passou despercebida para boa   pagamentos e alimenta incertezas se conseguirá honrar
            parte da sociedade mineira, especialmente nos meios   o pagamento do serviço de dívidas que tem a vencer
            políticos. Neste sentido, a oposição na Assembleia Le-  nos meses seguintes.
            gislativa pediu a anulação do referido decreto, confor-    Há uma farta fonte de dados que dão emba-
            me matéria abaixo:                              samento estatístico, econômico e gerencial para a fa-
                                                            lência do estado de Minas Gerais. Apresentamos nas
            OPOSIÇÃO PEDE ANULAÇÃO DO DECRETO DE            tabelas e figuras, a seguir, alguns números que não dei-
            CALAMIDADE FINANCEIRA                           xam dúvidas sobre a má gestão pública do Estado nos
                  Ação judicial da oposição ao governo Pimentel   últimos anos, que provocou a sua falência.
            pede  anulação  do  decreto  de  calamidade  financeira,
            uma vez que poderia levar ao “irreversível colapso da
            situação  financeiro-orçamentária”  do  estado  e  afirma   BRASIL - MAIORES GASTOS DA FOLHA DE
            que a calamidade é “farsa e fruto de incompetência   PESSOAL COM APOSENTADORIAS E PENSÕES
            dos gestores”. A ação popular, protocolada em 14 de   Peso dos gastos na despesa total com pessoal
            dezembro último na 4ª Vara da Fazenda Pública soli-  Ranking       Estado            %
            cita que a Justiça declare a ilegalidade do Decreto   1º     Rio Grande do Sul      41,1
            47.101/2016 e atos praticados com base nele. Segundo   2º    Minas Gerais           36,1
            os autores do pedido, a administração pública tem que
                                                                 3º      Rio de Janeiro         34,2
            agir conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal.
                                                                 4º      Piauí                  29,5
                    Com  o  decreto  podem  ser  alteradas,  por
                                                                 5º      Santa Catarina         28,5
            exemplo, as regras que punem gestores que ultrapas-
                                                                 6º      Espírito Santo         25,2
            sarem os limites de gastos com servidores, atrasos no
                                                                 7º      Mato Grosso            25,0
            pagamento de dívidas e a extinção de órgãos públicos.
                                                                 8º      Alagoas                23,8
            A calamidade é decretada em situações graves, em que
                                                                 9º      Paraná                 22,4
            os governadores avaliam enfrentar situações extremas
                                                                 10º     São Paulo              22,3
            em suas gestões que podem colocar em risco a popu-
                                                            Fonte: MF/STN – Valor Econômico 25.11.2016
            lação do estado.
                    “Esse governo, para agradar a meia dúzia,
            concedeu reajuste, gastou de forma de irresponsável.
            Se tivesse tomado as medidas, feitos os cortes de sa-
            lário e gasto menos com festa não estaria desse jeito”,
            afirmou o líder do Bloco Verdade e Coerência Gustavo
            Corrêa (DEM), um dos nove parlamentares que assina-
            ram a ação contra o decreto de calamidade financeira
            (fonte: jornal Estado de Minas, 27.12.2016).
                    Ao final de dezembro último, a Standard and
            Poor’s rebaixou, pela terceira vez consecutiva, a nota
            de crédito de Minas Gerais, agora para B-. O primeiro




                                                                                      Janeiro a Março de 2017  7
   4   5   6   7   8   9   10   11   12   13   14