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A ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS
SEM CRESCIMENTO VIGOROSO AS INCERTEZAS SERÃO do desenvolvimento que a Nação requer abraçar.
INÚMERAS E O FUTURO, INCERTO O desenvolvimento é o único caminho, a nova
Não basta nem é suficiente apenas a estabilização bandeira, a saída para a perspectiva perdida, desanima-
de preços e existem inúmeros exemplos nesse sentido, da e desesperançada. E, nesse sentido, uma constituinte
como o de Portugal, durante o período do governo de An- revisionista exclusiva alicerçaria a direção para as novas
tônio Oliveira Salazar, de julho de 1932 a setembro de 1968. bases da prosperidade nacional.
Volto a insistir em três pontos que considero essen- O modelo, até aqui e presentemente insistido, está
ciais: esgotado. Quando o denominador é baixo, todo numera-
1 - A instabilidade e a crise brasileira têm levado a dor costuma ser alto. Quando as receitas são baixas, todas
política econômica a uma postura eminentemente imedia- despesas costumam ser elevadas. Arthur Laffer – (Curva de
tista, onde a busca da estabilização ofusca todos os pro- Laffer (comprovou que quanto mais elevada a carga tribu-
blemas de médio e longo prazos. A obsessão pelas ques- tária, menor será a receita tributária e, há muito, já ultrapas-
tões conjunturais retira da economia qualquer referencial, samos os limites do bom-senso em relação à “des-carga”
qualquer norte. A maior parte da energia social esgota-se tributária praticada no país. É a cobra devorando a própria
na persecução do equilíbrio das contas públicas e da redu- cauda, é o remédio sendo usado como veneno e que, ao
ção dos índices da inflação. invés de curar, simplesmente mata o paciente.
2 - Só o crescimento torna plástica a economia, O foco precisa ser redirecionado para o âmbito
criando condições para que as ações conscientes e delibe- das receitas e isto significa, enfim, retomar o crescimento
radas do Governo e da Sociedade possam atuar no rumo econômico, com a ampliação real do PIB-Produto Interno
da atenuação dos problemas sociais e da desconcentra- Bruto do País.
ção da renda de um lado, e da modernização do aparelho O crescimento econômico vigoroso, contínuo,
produtivo, de outro. A estagnação da economia enrijece-a, consistente e sustentável deve urgentemente ser coloca-
afastando a possibilidade de modificações em sua estrutu- do como a meta primeira e prioritária do Brasil.
ra e em seu conteúdo. Transformar o Brasil em Nação Desenvolvida - esta
3 - Desenvolver ações de cunho compensatório e deve ser a nossa bandeira e visão de futuro, uma decisão
assistencialista atenua, momentaneamente as carências imediata e inadiável por mais tempo. Se não as iniciarmos
mais imediatas, mas não resolve de maneira definitiva os já nos restará, tão-somente, o consolo do atraso e com o
problemas sociais. Há que se conceber uma política de qual também chegará, inevitavelmente, a desordem insti-
estado de redistribuição efetiva de renda permanente, aco- tucional atrelada a ameaças à nossa democracia.
plada ao crescimento consistente, contínuo, vigoroso e Não podemos aceitar que o Brasil seja condenado
sustentável da economia. ao atraso e subdesenvolvimento.
Sem crescimento econômico as esperanças se
perdem e o futuro, torna-se absolutamente incerto.
Conforme já mencionado, já há mais de três déca-
das contínuas as nossas políticas econômicas se restrin-
gem quase basicamente à busca permanente e obsessiva
pela estabilização de preços e cujos ingredientes essen-
ciais têm resultado numa brutal carga tributária, exorbitante
taxa real de juro básico e baixos níveis de investimentos. De
outro lado, as despesas públicas se exponenciam, gerando
déficits e mais déficits, o que resulta no aumento da dívida
pública. Nesse sentido, não seria adequada a propugnação
apenas de uma reforma, é preciso empreender uma verda-
deira revolução tributária, além de outras, para o encontro
22 Abril a Maio de 2017