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A mudança de rumo na área econômica ocorrida no segundo governo da presidente Dilma Rousseff – antes tarde do que nunca – tem condição de alcançar seus principais objetivos: ajuste fiscal, controle da inflação e a volta do crescimento econômico. O chamado “mercado” começou a assimilar essa correção de rumo e admitir a perspectiva de acerto à frente, possivelmente no segundo semestre deste ano. O difícil para o governo será administrar as turbulências na base aliada (PT e PMDB), Congresso Nacional e movimentos populares, muitos deles conduzidos por descontentes com os resultados das últimas eleições e com a corrupção generalizada no país com destaque para o assalto e má-gestão na Petrobras. A oposição conduzida principalmente pelo PSDB tem, no entanto, papel pouco expressivo nesse quadro. Existem os que consideram que se está ruim com a Dilma, sempre pode piorar sem ela.
Volta do fantasma
A inflação de 8,13% nos últimos doze meses alcançada em março passado só não preocupa mais porque existe a expectativa de sua ligeira queda ou acomodação no restante do ano. Muitos também já se esqueceram da hiperinflação anterior ao Plano Real, de 1994, ou não ainda não adquiriram o temor quanto a este grande sinal de desajuste em qualquer economia. A inflação recorde de 1,32%, verificada somente em março passado, foi puxada pelos reajustes previstos e mais expressivos da energia elétrica, transporte público e combustíveis.
Para quem aplica o dinheiro no mercado de capitais esse percentual elevado de inflação é o fator mais importante no curto prazo. Fica difícil conseguir rentabilidade real (descontada a inflação e também os impostos e taxas de administração cobradas pelos bancos), mesmo com a taxa Selic (juros básicos da economia) ameaçando terminar 2015 no patamar de 13,25% ao ano, conforme a primeira projeção de abril passado do boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC). Aquela pesquisa realizada pelo BC junto às principais instituições financeiras previu, antes da divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março, inflação de 8,2% ao final de 2015. 
Institutos de pesquisa estimam IPCA acumulado superior a 9% neste ano. A inflação só cairia para 5,6% ao ano no final de 2016, percentual compatível com taxa Selic de 11,50% também ao final do próximo ano, segundo o boletim Focus. Em MG a inflação elevada atual reflete também o descontrole das contas públicas sob o comando do ex-ministro “desenvolvimentista” da Fazenda, Guido Mantega. A gestão federal inadequada das finanças públicas, atualmente alvo de críticas até do sucessor de Mantega, ministro Joaquim Levy, da Fazenda, tem similares regionais, guardadas as proporções.
No governo do Estado de Minas Gerais ocorreram procedimentos administrativos, contábeis e financeiros condenáveis nos três últimos governos tucanos, como revelou o governador mineiro Fernando Pimentel ao realizar a auditoria das contas públicas que herdou. Para os leitores de MERCADOCOMUM e dos textos publicados pelo economista Carlos Alberto Teixeira de Oliveira nos últimos anos, os comentários do governador Fernando Pimentel sobre a realidade do “choque de gestão”, déficit zero, etc., não constituíram surpresa.
Efeito corrosivo
Os investidores nas cadernetas de poupança realizam saques maciços neste ano. Não somente devido à perda de rentabilidade da poupança para a inflação. Mas porque a alta generalizada dos preços corrói os salários e reduz a capacidade de compras de todos.
A desaceleração econômica expressa na previsão de queda superior a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e a crise da Petrobras provocam desemprego e diminuem a capacidade de poupança da população.
O dinheiro aplicado em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), fundos de investimentos financeiros, títulos públicos do Tesouro Direto, etc., precisa ser remunerado por percentual de juros atrativos para não registrar perda para a inflação. Fatores que interferem na rentabilidade dos diversos ativos financeiros, como as alíquotas exorbitantes do Imposto de Renda no curto e médio prazos, taxas de administração dos bancos e taxas de carregamento dos fundos de previdência privada devem ser examinados com o máximo cuidado.
Investimentos em ativos com remuneração pós-fixada, os que acompanham a inflação, continuarão atraentes enquanto o IPCA continuar elevado. Quando ocorrer a virada – expectativa de queda expressiva da inflação – o melhor será aplicar o dinheiro em títulos e papéis prefixados. Na dúvida, os investidores mais conservadores tendem a manter o dinheiro aplicado em ativos com rentabilidade pós-fixada.
Câmbio
O mercado de câmbio antecipou-se à decisão do Ministério da Fazenda de suspender os leilões diários da moeda americana para evitar grandes oscilações do dólar. A moeda americana registrou percentual de valorização de 20% frente ao real no primeiro trimestre deste ano. Só em março, a valorização do dólar foi de 12%. A valorização do dólar frente às moedas dos diversos países também contribuiu para a reação da moeda americana frente ao real.
Os especialistas não aconselham a aplicação em dólar em espécie ou fundos cambiais como forma de investimento, já que o risco de se conseguir bom retorno é incerto.
O primeiro boletim Focus de abril passado previu dólar comercial a R$ 3,25 ao final de 2015 e a R$ 3,00 ao término de 2016, portanto sem tendência de disparada. A compra de dólar só é aconselhada como hedge (busca de proteção) para quem tem viagem ao exterior marcada ou para empresas endividadas na moeda americana.
Bolsa instável
Não poderia ser outro o comportamento das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F/Bovespa), diante das influências internas e externas. O fraco crescimento da Europa reduz a expectativa de exportações do Brasil para o velho continente. Os EUA registram crescimento moderado e alta dos juros naquele país vem sendo adiada, sinal de que o Federal Reserve (FED) ainda não está tão convicto da consistência da recuperação da maior economia do mundo. O Brasil retoma lentamente as exportações para os EUA. A economia da China ameaça crescer menos, mas pode alcançar expansão superior a 7% ao ano.
O que afeta mais as empresas brasileiras dependentes do comércio exterior e com ações em bolsa – como a Vale e Petrobras – é a queda nos preços das commodities como petróleo, minério de ferro e soja.
O preço do barril do petróleo recuou mais 5,3% neste ano, até o último dia oito de abril, ao fechar cotado a US$ 50,42. As ações da Petrobras estão sujeitas, portanto, a sua menor capacidade de gerar receita devido à queda do preço petróleo, além da turbulência e prejuízos provocados pelo rombo em suas contas.
Ao final de março de 2015, a tonelada de minério de ferro recuou para US$ 49,00 na China, principal comprador da Vale. A queda do preço do minério derruba a ação da Vale e reduz sua capacidade de investimentos. Essas duas ações – Petrobras e Vale – continuam exercendo grande influência na formação do índice Bovespa. Ações de companhias ligadas ao consumo são afetadas pela inflação que corrói o poder de compra dos consumidores, e portanto, a sua receita. Ações das empresas de ensino como a Kroton foram depreciadas pelo travamento do programa federal de financiamentos aos universitários.
Mediante a cobrança de juros altíssimos, os bancos continuam como os grandes beneficiários da atual política monetária do governo. Mesmo om a redução dos volumes dos empréstimos, os bancos mantêm seus lucros mediante a rentabilidade elevada dos títulos públicos.
 
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