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Na qualidade de presidente do IBEF – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças desejo, a todos aqui presentes, os nossos melhores votos de boas-vindas a este XXV CONEF – Congresso Nacional de Executivos de Finanças. Saúdo todos os colegas do Conselho Diretor Nacional, os diretores de nossas seccionais e os vários associados que nos prestigiam, nesta oportunidade, com as suas honrosas presenças e espero que este evento possa contribuir, efetivamente, para o bom exercício de nossas profissões e, principalmente, na antevisão dos caminhos que a economia brasileira e internacional poderão trilhar nos anos vindouros. O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, fundado em 1971, é uma instituição sem fins lucrativos, reconhecida de utilidade pública e mantém 11 seccionais em dez estados brasileiros: Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (Capital e Campinas). O IBEF conta com cerca de 6.000 associados em todo o país. Cabe destacar, de outro lado que, de acordo com alguns levantamentos feitos, as empresas as quais os nossos associados fazem parte possuem faturamento equivalente a mais da metade do PIB-Produto Interno Bruto nacional, o que confere à nossa instituição uma relevância toda especial. O tema escolhido para XXV CONEF é: “Brasil – Desenvolvimento e Estratégias para o Crescimento Econômico Vigoroso e Contínuo”. Considero o tema bastante correto e adequado para o momento no qual se insere a economia nacional. Nestes vinte anos desde a implantação do Plano Real, várias foram as conquistas obtidas pela sociedade brasileira, cabendo destacar, entre várias, a redução drástica das taxas inflacionárias e o estabelecimento do Sistema de Metas para a Inflação. A implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal e a reformulação do sistema financeiro nacional através do PROER/ PROES– transformou nosso sistema financeiro num dos mais bem estruturados, estáveis e expressivos do mundo. A adoção do câmbio flexível, a obtenção de superávits primários e a prática de uma política de juros real e de combate permanente à inflação possibilitaram, ao país, a sua entrada em um novo marco civilizatório econômico, com disciplina fiscal e estabilidade de preços. Evidentemente, as privatizações, as concessões e as parcerias público privadas também contribuíram de forma expressiva e, acaso não tivessem ocorrido, boa parte do que o Brasil hoje alcançou não teria sido possível de se efetivar. Em outra vertente, o crédito bancário nacional, em termos de participação relativa no PIB, mais que dobrou durante os últimos dez anos e os financiamentos imobiliários podem, ainda, ser considerados incipientes quando comparados à maioria dos países desenvolvidos. A dívida interna brasileira, apesar de registrar algumas elevações nos últimos anos é administrável, apesar dos custos e condições em geral incompatíveis para a dimensão da economia nacional. Pode, ainda, ser considerada modesta, se comparada ao nível constatado de alguns países – principalmente os desenvolvidos. Não podemos ignorar, ademais, a significativa expansão real dos salários dos trabalhadores e a melhoria da distribuição da renda nacional, com o ingresso de notável contingente de novos consumidores ao mercado. Não creio que esse processo tenha se esgotado e, ao contrário, é alavanca fundamental ao progresso que aspiramos. Nossas reservas cambiais ainda se situam entre as maiores e, de uma condição anterior de uma dívida externa considerada quase eterna e impagável, passamos a ser credores do resto do mundo e, com isso, o real se fortaleceu, caminhando rumo à conversibilidade, que poderá ensejar ser plena em anos vindouros. Por força da valorização cambial da nossa moeda, a economia brasileira passou a figurar entre as primeiras e maiores do mundo. O risco Brasil despencou e passamos à condição de “investment grade”. Os investimentos estrangeiros aqui bateram recordes históricos e o processo de globalização de nossa economia tornou-se irreversível, surgindo um conjunto novo de empresas multinacionais brasileiras que passaram a atuar como fortes players internacionais – valendo mencionar que algumas delas se transformaram em líderes de seus segmentos. É relevante destacar que todo este arcabouço de resultados positivos – fruto da ação de vários governos, permitiu ao país proteger- se em relação à crise financeira internacional que já dura seis anos e a qual se mostra como uma das mais persistentes de todos os tempos. No entanto, a economia brasileira voltou, de alguns anos para cá, a encontrar-se novamente sob fortes ameaças, colocando em risco várias conquistas, como algumas enumeradas anteriormente. Uma delas, diz respeito à estabilidade de preços. Durante os quatro últimos anos e considerando-se as projeções para o IPCA de 2014, a inflação brasileira terá acumulado, no período, uma elevação de quase 27% – o que é substancial e alarmante. E poderia ter sido pior, não fosse o represamento de alguns preços, como os de combustíveis, energia e transportes. Vale mencionar que piorou, e muito, tanto o equilíbrio das contas públicas quanto o das externas, com desconfianças generalizadas sobre a transparência da contabilidade pública nacional. Devo acrescentar, entretanto, que há uma grave constatação, a de que o modelo adotado vem se mostrando absolutamente incompatível com taxas de crescimento mais robustas do PIB-Produto Interno Bruto nacional. O FMI-Fundo Monetário Internacional divulgou em julho último o documento intitulado World Economic Outlook, contendo a projeção do PIB mundial para 2014 e 2015. De acordo com o mesmo, de 2011 a 2014, a economia mundial terá crescido, no acumulado do período, 14,3%. A dos países emergentes, registrará expansão de 22,2%. Já a América Latina e o Caribe contabilizarão, no mesmo período, crescimento de 12,6%. Porém, para o Brasil, lamentavelmente, o crescimento esperado é de apenas 7,2% – o que ignifica um desempenho equivalente apenas à metade da média mundial alcançada no mesmo período. Com esse resultado fica até parecendo que o Brasil desaprendeu a crescer de forma vigorosa e contínua. O baixo ritmo de crescimento da economia brasileira não é uma característica apenas dos tempos atuais. Durante os últimos trinta anos, exceto em algumas raras circunstâncias, o país não conseguiu se reconciliar com taxas de expansão da economia mais expressivas e contínuas, a exemplo do ocorrido com os países emergentes e em desenvolvimento, particularmente alguns do BRIC e, do qual, ele faz parte. Na verdade, estamos reféns de uma equação econômica que se mostra incompatível com taxas de crescimento mais expressivas e essa constatação torna-se mais evidente, principalmente, durante estes últimos quatro anos, quando a economia do Brasil terá crescido apenas a metade da média mundial. Trata-se de uma armadilha que, já por longo tempo, nos impõe uma gama de restrições, às quais também se inclui uma carga tributária de causar inveja à Coroa Portuguesa à época da Derrama. Some-se, a isso, uma burocracia que é enorme, há baixa produtividade, os investimentos infraestruturais são absurdamente escassos, a legislação trabalhista é anacrônica e ultrapassada. São vários os gargalos e entraves que elevam exponencialmente o custo Brasil e nos retira boa parte de nossa competitividade. Cabe, ainda mencionar, o processo de reprimarização da economia nacional e o comércio exterior fundamentalmente assentado na exportação de produtos primários e tendo, como consequência, a redução dos superávits comerciais. O peso da indústria de transformação alcançou, recentemente, apenas 13,1% do PIB brasileiro, o que a remete aos níveis de 1955, antes da posse de JK na presidência da República. Porém, não podemos compartilhar do pessimismo que hoje permeia boa parte das análises sobre a economia nacional. É característico do Brasil superar as suas dificuldades e o país sempre ofereceu soluções rápidas a seus problemas. Portanto, os entraves atuais não podem ser vistos como definitivos. Entendo que seja preciso desarmar a perversa combinação de fatores que penaliza a produção e se confirma como impeditiva ao crescimento econômico vigoroso e, de outro lado, requer-se resgatar a imperiosa necessidade de se imaginar o amanhã e planejar o médio e longo prazos. Só o crescimento torna plástica a economia, criando condições para que as ações conscientes e deliberadas do Governo e da Sociedade possam atuar no rumo da atenuação dos problemas sociais e da desconcentração da renda de um lado, e da modernização do aparelho produtivo, de outro. A estagnação da economia enrijece-a, afastando a possibilidade de modificações em sua estrutura e em seu conteúdo. O crescimento vigoroso da nossa economia não pode ser uma coisa esporádica, efêmera, episódica, ocasional ou casuística. Torna-se imprescindível que esse crescimento incorpore novas variáveis, como aquelas de qualidade, de inovação tecnológica, de produtividade e de competitividade. Enfim, urge ao Brasil buscar a sua transformação em país desenvolvido e este deve ser o objetivo primeiro, maior e sobre o qual todas as demais políticas públicas deveriam derivar. Creio que, assim como vem funcionando o “Sistema de Metas para a Inflação”, o Brasil deveria criar outro modelo similar, com a implantação de um “Sistema de Metas de Crescimento Econômico Vigoroso, Consistente Contínuo e Sustentável”. O crescimento econômico vigoroso e contínuo deve se transformar, efetivamente, na principal e relevante de todas as metas econômicas nacionais, permitindo a convolação do País em uma economia madura e desenvolvida. Já tivemos vários exemplos bem sucedidos implementados no passado, como foi o caso do Plano de Metas durante o governo JK. Considero ser este o caminho certo, rumo ao futuro melhor que pretendemos trilhar. Nesse sentido, gostaria de fazer uma sugestão simples: que fosse possível o estabelecimento de uma meta de crescimento médio anual de 4,5% até 2030 do PIB per capita nacional, o que possibilitaria dobrá- lo ao final desse período – ampliando- o dos atuais US$ 11.000,00 para US$ 22.000,00. Hoje, a renda per capita brasileira equivale a cerca de 1/5 da norte-americana e, mesmo dobrando-a até 2030, nesta data ela ainda representará apenas 1/3. Vale lembrar que um crescimento anual de 4,5% do PIB per capita é equivalente a um crescimento em torno de 5,5% do PIB total e similar aos 7,5% quando alcançados durante os anos de grande expansão – isto é, levando-se em consideração que àquela época a população crescia a taxas médias anuais de 3%. Nesta semana o relatório Focus do Banco Central projetou um crescimento do PIB brasileiro de 2014 em 0,33%. Efetivado esse resultado, teremos uma renda per capita negativa da ordem de 0,60% neste ano. Se o Brasil pretende ser protagonista de uma nova relação mundial, o recado que precisa ser dado é muito simples: a nossa meta de crescimento econômico tem de superar a média internacional e se alinhar, no mínimo, àquelas taxas contabilizadas pelos países emergentes, dos quais fazemos parte. E, por fim, acrescentaria que também tão importante quanto o crescimento econômico vigoroso requerse um projeto estratégico de Nação, compreendida a sua inserção geopolítica estratégica internacional de médio e longo prazos. Formulo os melhores votos no sentido de que este XXV CONEF se constitua, mais uma vez, em um vetor de discussão da nossa carreira profissional e do nosso ambiente de trabalho. Espero que ele também seja um farejador do futuro, ajudando a inventar o novo e a fazer a História. Este é o seu papel, esta é a sua missão e propósito. Desejando reencontrá-los novamente no próximo ano, em Porto Alegre – Rio Grande do Sul – local de nosso próximo CONEF, envio ainda a todos vocês, em meu nome e de toda a diretoria do IBEF, as nossas manifestações para um bom aproveitamento deste encontro e de um excelente relacionamento com todos os seus participantes. 

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