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Fernando Soares Rodrigues | Jornalista especializado em economia e finanças

As fortes incertezas nas três esferas dos poderes da República, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), apagaram bastante as conquistas do governo Temer na economia. Além disso, muitos consideram que os indicadores da estabilidade monetária foram alcançados no primeiro ano do atual governo federal, não só devido à correta atuação da equipe econômica sob o comando do banqueiro internacional Henrique Meirelles, mas também devido à forte recessão herdada do governo anterior. A mudança de ciclo econômico do “stop” para “go”, que ocorre periodicamente, é outra influência positiva.

O início discreto da retomada do processo de crescimento econômico no primeiro trimestre, admitida por fontes expressivas do mercado, como o maior banco privado do País, o Itaú, é comemorado pela equipe econômica. As previsões para o término de 2017 de queda da inflação para percentual inferior ao centro da meta de 4,5% ao ano fixada pelo Conselho Monetário (CMN), o recuo dos juros básicos da economia, a taxa Selic, para 8,5% ao ano, combinada com taxa de câmbio inferior a R$ 3,40, praticamente balizam os investimentos na renda fixa, ouro, dólar, imóveis etc.

Em épocas de inflação e juros em baixa, os investidores em renda fixa precisam redobrar os cuidados com o surgimento das ofertas milagrosas ou rentabilidade bem acima das oferecidas pelos bancos. Não existem mágicas legais no mercado financeiro. Mesmo os títulos públicos do Tesouro Direto, que oferecem rentabilidade alta em determinados períodos, estão sujeitos a oscilações para baixo se o investidor precisar resgatá-los a qualquer momento.

Exame de detalhes

Nos fundos de investimentos financeiros de renda fixa é preciso olhar com atenção o impacto na rentabilidade bruta das taxas de administração cobradas pelas instituições financeiras, a dedução do Imposto de Renda no resgate e no sistema de “come-cotas” aplicado de seis em seis meses, que reduz o número de cotas de cada um. Comparar rentabilidade bruta dos fundos de investimentos financeiros e dos CDBs com a remuneração líquida das cadernetas de poupança é um erro recorrente que aparece na grande mídia impressa.

Mediante cobranças elevadas de taxas de administração, que reduzem a rentabilidade anual e taxas de carregamento que incidem no momento da aplicação, algumas instituições financeiras estão diminuindo a rentabilidade líquida dos fundos de previdência privada – PGBL (com abatimento de 12% sobre a renda bruta na declaração do IR) e VGBL em relação aos demais ativos de renda fixa.

Na aplicação em CDBs, os bancos só pagam a taxa cheia dos Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDIs), próxima da taxa Selic, nos valores maiores – de R$ 100 mil em diante, conforme o porte do banco e suas necessidades de caixa. Num cenário de juros em baixa, a rentabilidade prefixada de todos os ativos de renda fixa passa a ser mais procurada.

Ações em xeque

As aplicações em renda variável – ações – requerem maior cuidado porque as oscilações de seus preços estão sujeitas igualmente a outros fatores internos importantes, como as aprovações das reformas da previdência e trabalhista, desenrolar da operação Lava Jato, baixo investimento do setor público e recuperação lenta do consumo afetado pelo elevado endividamento de 60% do total das famílias brasileiras.

Não se pode esquecer, ainda, que a força de trabalho constituída por cerca de 90 milhões de brasileiros está abalada pelos 14 milhões de desempregados e 36 milhões de pessoas que desenvolvem atividades na informalidade, nem sempre pagando impostos e contribuições ao INSS. Enquanto esses números não melhorarem não existem reformas da previdência, trabalhistas e possível reforma fiscal que dê jeito na situação, como admitem fontes do setor econômico desvinculadas de partidos políticos, teorias e ideologias. Em economia, o que salva é o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), sem ele nada feito.

Fatores externos, como oscilações dos preços das commodities, atuações do governo Trump nos EUA, saída da Inglaterra da União Europeia, evoluções da economia do velho continente e do mundo e o comportamento das principais bolsas mundiais também ajudam a ditar as regras na BM&FBovespa, que está em fase de mudança de sua denominação para a exótica B3, quando grande parte do mercado espera sua transformação de Bolsa paulista para Bolsa Brasil.

A superação dos 65 mil pontos pelo Ibovespa, o principal índice da bolsa paulista, no final de abril, animou os corretores. Muitos começaram a fazer projeções otimistas para a estimular o crescimento dos negócios no mercado acionário. Os excelentes resultados apresentados pelos três maiores bancos privado – Itaú, Bradesco e Santander – graças às práticas de juros exorbitantes e de empurrar empréstimos sem garantia “goela abaixo”, como se diz aqui em Minas, aos clientes, inclusive aos já endividados.

Representantes de bancos chegam a incomodar os clientes em casa com ofertas de crédito, cartões de crédito e o título de capitalização. Nenhum deles liga para os clientes para oferecer Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com taxas atraentes.

A recuperação financeira e gerencial da Petrobras e a melhora do desempenho da Vale são apontados como estímulos à compra das ações dessas companhias. Os negócios com essas duas “blue chips” voltaram a representar maior participação na formação do Ibovespa.

Ocasionalmente, aparecem outras ações de companhias atrativas. Todo cuidado é pouco, no entanto. É preciso acompanhar o mercado no dia a dia e realizar análises críticas dos analistas de plantão. O desejável é o recurso a analistas de confiança sem preconceito, independentes ou de bancos. Os que criticam analistas de bancos não têm qualquer razão, no entanto. São os bancos em suas empresas de assets que têm condições de manter os analistas mais preparados e especializados em determinados setores e com a responsabilidade de emitir relatórios bilingues -português/inglês sobre o possível desempenho das companhias e metas para suas respectivas ações.

Ativos reais

A queda da taxa Selic repercute imediatamente na rentabilidade dos fundos de investimentos e CDBs, e mais lentamente ou quase nada nos juros dos empréstimos. Muitas pessoas acreditam que o cenário de recuo da Selic pode estimular a procura por imóveis, o que pressionaria os preços desses ativos. Os corretores de imóveis passam essa versão nas entrevistas “exclusivas” que concedem à grande mídia impressa. Mas basta percorrer os grandes centros urbanos para se constatar a grande oferta de imóveis residenciais e comerciais para venda ou aluguel. Esse quadro em nada favorece a recuperação dos preços desses ativos no curto e médio prazo. Para quem tem condições, o mercado oferece boas ofertas a preços relativamente mais accessíveis nos grandes centros urbanos.

O ouro negociado como ativo financeiro na BM&FBovespa continua com cotação atrelada a dois fatores. O preço da onça-troy (31,1 gramas) praticado em Nova York e a cotação do real em relação ao dólar. Com o câmbio relativamente estável e sem perspectiva da alta expressiva conforme a expectativa dos analistas – o Itaú prevê o dólar a R$ 3,45 ao final de 2018 – o dólar não tem boas chances de reação. Essa avaliação é válida para a primeira quinzena de maio. Fatores externos e internos podem alterá-la a qualquer momento, a exemplo do que ocorreu com a posse do presidente dos EUA, Donald Trump. O investimento em fundo cambial, que tem a oscilação do dólar como referência situa-se então nessa mesma perspectiva. Só deve comprar dólar em espécie ou através dos cartões internacionais pré-pagos, as pessoas que tem perspectivas de viagens internacionais.

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