Avalio o Mercado Segurador com ânimo e esperança para o futuro,  com base nos objetivos declarados pelo novo Governo  relacionados ao ajuste fiscal e à recuperação econômica, que devem propiciar novas oportunidades de emprego, ampliação da renda, recuperação da capacidade de investimento e reconstrução da infraestrutura em geral, condições básicas para crescimento do setor. 
 
O mercado de seguros fornece uma escala de produtos e serviços que têm implicações significativas para o cotidiano das pessoas, das empresas e da economia. Além de proteger quantidade substancial de ativos e vidas no país e participar de todos os setores da economia nacional, a indústria de seguros ajuda a gerenciar riscos, mobiliza poupanças e, sobretudo, facilita investimentos estratégicos. Não podemos deixar de considerar que a atividade de seguro facilita investimentos estratégicos. O investimento (capital fixo em formação), que é particularmente importante para o crescimento econômico, é tipicamente acompanhado de riscos ainda maiores. A incerteza e o risco acompanham a maioria das atividades econômicas.
 
De acordo com dados da Confederação Nacional de Seguros, o setor foi muito atingido pela recessão nos anos anteriores, mas ainda assim, este apresentou um resultado mais expressivo que outros setores da economia, com uma arrecadação global que deve alcançar a cifra de R$ 430 bilhões este ano.
 
O ano de 2018 foi um ano desafiador para os Seguros Gerais, particularmente para o seguro auto que, apesar das expectativas iniciais, não teve um desempenho tão bom quanto o desejado, mas apresentou avanços do período, destacando o combate à venda irregular de seguros, trazendo a atividade das cooperativas que comercializam a proteção veicular para a regulamentação, e o projeto de lei que obriga a contratação do seguro garantia em todas as licitações de obras públicas.
 
Para novos riscos, novos seguros
 
O avanço da tecnologia vendo expondo as empresas aos ataques cibernéticos, cada vez mais frequentes em todos os setores. As relações comerciais são constantemente intensificadas pela alta volatilidade de transmissão de dados virtuais. Produz-se mais em menos tempo e, a cada momento, compras, serviços e transações estão sendo feitas no meio virtual. O volume de dados que tem sido trocado e coletado entre empresas e clientes é gigantesco, expondo em larga medida as duas partes. É necessário pensar em formas para tentar conter uma possível exposição. O mercado segurador criou o Seguro de Proteção de Dados e Responsabilidade Cibernética. Este seguro foi desenvolvido justamente para resguardar a responsabilidade (danos a terceiros) e danos próprios (danos de primeira parte) das empresas no tangente à proteção, gestão e manuseio de dados pessoais ou corporativos de terceiros, e às consequências das perdas/vazamentos de tais dados. Além de proteger dados virtuais, o seguro também protege dados físicos, contidos, por exemplo, em documentos físicos (papel).
 
Setores ainda impactados – Meio ambiente, transportes e saúde 
 
O meio ambiente segue desafiando os setores de subscrição de riscos das seguradoras, as propriedades e os empreendimentos ao redor do mundo. O impacto decorrente das alterações no meio ambiente são cada vez maiores. Basta uma chuva mais forte para que as propriedades sejam fortemente atingidas. 
Além disto, em função do alto índice de criminalidade, o segmento de transporte vem sofrendo muitíssimo com a recusa por parte das seguradoras de transporte de bens e mercadorias para determinados locais, especialmente para o Rio de Janeiro e nordeste onde predomina alto índice de roubo de carga. Além da falta de coberturas, houve aumento das taxas do seguro, franquias, exigência de forte gerenciamento de riscos, alguns com escolta armada, o que eleva substantivamente o custo das empresas.  Apesar de boa expectativa para 2019, desafios de 2018 permanecem na Saúde Suplementar. O diagnóstico do mercado de seguros de saúde no Brasil evidencia a necessidade de enfrentamento imediato de vários desafios. São comuns os conflitos diários entre os usuários e as operadoras ou seguradoras, quer seja na aprovação de um procedimento ou na simples marcação de uma consulta e na negociação de reajustes – que relaciona-se ao preço e sua correção anual de acordo com o índice de valor pago x despesas de utilização.  As condições para reajuste estão previstas nos contratos corporativos e requeridas de acordo com a negociação entre as partes no momento da contratação do plano. Contratos que apresentam altos índices de utilização são impactados diretamente, num processo de recuperação de perdas por partes das operadoras/seguradoras. Os custos de assistência médicas são permanentes desafios para as partes envolvidas: prestadores de serviços (médicos, hospitais, clínicas e laboratórios), as seguradoras / operadoras e os consumidores (segurados). A inflação do setor é normalmente maior, impactada fortemente pelos custos da medicina avançada, novos procedimentos, honorários médicos, importação de equipamentos e  custos dos medicamentos. O custo final é pago pelo usuário do seguro, o consumidor final.
 
*Por Sérgio Frade – Diretor Presidente
Solutions Gestão de Seguros
Corretora de Seguros, Planos de Saúde e Previdência
 
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