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O sentimento da homenagem

Grandes obras devem ser exaltadas como exemplo

“Muitos falarão aqui hoje porque um simples olhar por este auditório expressa que são muitos os que reconhecem o valor daqueles que serão aqui homenageados. Ao presidente cabe a sabedoria – e o discernimento – de fazer-se representar por aqueles percebidos como mais capazes a expressar com palavras a alma, a atitude, a obra – a vida daqueles que estamos aqui para distinguir e honrar. Talvez eu possa, quando muito, expressar o senti-mento da homenagem, deixando-me levar pelo coração, aceitando apenas como limite o tempo.

E por falar em limite, começo por observar os limites estabelecidos pelo homem à expressão dos seus sentimentos. A homenagem, o ato de homenagear é ele mesmo limitado pelo receio de abrir a alma, pela dificudade humana de reconhecer o outro ou pelo sentimento menor de parecer vulgar, bajulador. Interessante como até para isso, para reconhecer o outro, é preciso ter coragem. E no entanto houve um sábio, Cícero, o senador, tribuno e poeta romano que percebeu com tal força a graça do reconhecimento que criou um verbo,”redamare”, (corresponder ao amor) por não existir no latim palavra que ex-pressasse o termo existente na língua grega. A propósito, a homenagem era cultivada na Grécia como expressão maior de reconhecimento do valor humano e da reciprocidade e correspondência ao amor e à amizade.

E nós, no século em que a Tecnologia da Informação atinge o auge e a inteligência produz milagres, iremos mais longe hesitando em reconhecer o valor humano? E o valor do empresário que sustenta a economia e assegura a qualidade de vida e a realização dos sonhos, ele é reconhecido? Li há duas ou três semanas em um jornal francês que a prefeitura de uma pequena cidade, Aix-en-Provence, obteve a concessão da medalha da Légion d’Honneur para uma empresária, por terem sido os resultados de sua gestão distinguidos como “exemplos de civismo em benefício da nação francesa”. Aliás esse tipo de reconhecimento integra, no interior da França, um ambiente de delicadeza, capricho, detalhes, como se os muros dos vilarejos de dois mil anos os protegessem do embrutecimento. A observação de ambientes como aquele faz com que se entenda bem o que quis dizer Darcy Ribeiro quan-do escreveu que “civilização é cultura”.

O Brasil perplexo diante da erupção de uma corrupção que, segundo o mesmo Darcy Ribeiro vem instalada na alma nacional, precisa despertar para um “processo civilizatório” que considere a cultura como força de promoção do desenvolvimento humano. A distinção de vidas exemplares será sempre um bom caminho para que nos tornemos melhores, mais eficientese o que importa: mais felizes. Chamar a atenção para a vida e obra do Dr. José Salvador Silva e de Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é uma gota d’água no oceano. Mas é delas, das gotinhas d’água que se formam lagos, rios e oceanos.

Meus estimados amigos e amigas, este é um momento de grande alegria para a ACMinas. Propor-cionando sua realização, damos um passo a mais na direção de nossa missão de congregar pessoas em torno de ideias capazes de gerar mudanças. Mas vocês vão perceber isto dito com mais profundidade e graça das vozes de dois expoentes da cultura em Minas, Angelo Oswaldo de Araujo Santos e Paulo Brant. Aceitem, por favor, Dr. Salvador e Carlos Alberto, a es-colha desses dois mineiros para saudá-los como primeira expressão de nosso carinho e admiração.

 

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