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Entrevista
CLEDORVINO BELINI

A chegada das primeiras montadoras ao Brasil, ainda na década de 50, teve efeito imediato sobre o processo de industrialização do país. Há 35 anos, a instalação da Fiat em Minas Gerais também influenciou a trajetória econômica do Estado.

Hoje, mesmo com a concorrência global que rege o setor automobilístico e o interesse crescente das marcas importadas no gigante mercado brasileiro, a Fiat Automóveis continua se mantendo na liderança nacional. O segredo desse sucesso é uma combinação de fatores como o desenvolvimento de produtos de alta tecnologia para atender ao consumidor que ama carros.

O presidente do Grupo Fiat do Brasil e responsável pelo Grupo Fiat/Chrysler na América Latina e, ainda, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, tem trabalhado arduamente para manter a competitividade da indústria nacional.

Depois de 35 anos de Brasil, qual a análise que o Sr. faz da vinda da Fiat para Minas Gerais?

A indústria automotiva é o setor produtivo mais complexo da economia brasileira e mundial, envolvendo instalações industriais, cadeias de suprimentos, estruturas de distribuição, estratégias de logística, esforços de marketing e capacidade gerencial em dimensões sem comparação com outras atividades. É altamente dinâmico na geração e multiplicação de empregos e nas relações econômicas intersetoriais, articulando ao seu redor um número imenso de cadeias produtivas, desde as matérias-primas até o mais complexo item de nanotecnologia ou de eletrônica embarcada.

Por isto, esta indústria representa 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) total brasileiro e 23% do PIB industrial. A inauguração da Fiat em Minas Gerais, em 9 de julho de 1976, foi um fator importante para a industrialização do Estado, que viabilizou a atração e desenvolvimento de centenas de outras empresas, constituindo o segundo polo automotivo do País. Em 1987, ano em que assumi a diretoria de compras da Fiat, a empresa ainda pagava o preço do pioneirismo de ter se instalado fora do cinturão paulista.

Cerca de 80% dos nossos fornecedores estavam fora de São Paulo. A partir dali iniciamos o processo de “mineirização” da Fiat. Muitos fornecedores instalaram fábricas em Minas, nas proximidades da fábrica da Fiat. Com os fornecedores mais próximos, a Fiat passou a produzir mais e com mais eficiência. A capacidade produtiva de nosso parque industrial saltou de 500 carros por dia para os 3,2 mil veículos diários atuais. E a atração dos nossos fornecedores representou a consolidação da industrialização de Minas, com importantes conseqüências econômicas e sobre o nível e qualidade dos empregos. Os reflexos de instalação da Fiat em Minas, porém, transcendem o econômico, devido à forte influência sobre o processo de urbanização, empregabilidade, educação e capacitação de mão de obra, atração de serviços, cultura e outras atividades.

Quais os planos da empresa para este momento em que o produto nacional volta a ser valorizado pelo governo federal? Essa medida demorou a se efetivar?

O governo tem demonstrado, através de suas ações e decisões, que pretende recuperar a competitividade da indústria brasileira, sua capacidade de concorrer com os produtos de outros países aqui e lá fora. As recentes medidas anunciadas pelo governo instituem requisitos de processo produtivo e estabelecem contrapartidas de conteúdo local e de investimentos em Pesquisa&Desenvolvimento, extrapolando a visão imediatista
para sinalizar uma definição de Estado para um modelo de desenvolvimento de preservação e fomento da produção industrial, da tecnologia e da inovação, com o País aberto a investimentos de todos aqueles interessados em explorar o formidável potencial do mercado brasileiro. A Fiat está em meio ao maior ciclo de investimentos de sua história, de R$ 10 bilhões entre este ano e 2014, destinados ao desenvolvimento de novos produtos, ampliação da capacidade de produção e inovação.

Quais os desafios da Fiat para se manter competitiva?

Nossa estratégia é surpreender o cliente sempre. Para isto, trabalhamos com pioneirismo, inovação, integração e parcerias.
Os investimentos de R$ 10 bilhões entre este ano de 2014, que acabo de citar, são uma resposta ao desafio da competitividade e da liderança de resultados.

Para a Fiat, em que posição está o mercado brasileiro no mercado mundial?

O mercado automotivo brasileiro é o quarto maior do mundo e é um mercado muito importante para a Fiat em escala global, uma vez que nossa marca caminha para o décimo ano de liderança.

Como todo mercado promissor e vigoroso, é alvo de forte disputa. Todos os fabricantes mundiais querem uma fatia do consumo brasileiro, uma vez que as possibilidades de expansão do mercado automotivo mundial concentram-se atualmente nos países emergentes e o Brasil é um dos mais promissores, ao lado de China, Índia, Coreia do Sul, México e outros.

Qual é o segredo da empresa para se manter líder de mercado no Estado e também no país há 9 anos?

Consiste em construir relacionamentos cada vez mais sólidos e duradouros com nossos clientes, fornecedores e com nossa rede de distribuidores _ a cada dia mais treinada e equipada para atender a nossos clientes em todo o Brasil. Construindo e preservando estes relacionamentos estratégicos, estaremos alinhados com o que é verdadeiramente importante em nosso negócio. A liderança, deste modo, será consequência da solidez dos relacionamentos construídos. Graças à sua experiência e interação com o mercado brasileiro, a Fiat aprendeu a interpretar os desejos dos consumidores e tem investido muito para obter a liderança no quesito qualidade.

Quantos empregos gerados? Esse número aumentou entre 2010 e 2011. De que forma?

A Fiat tem vivido um acelerado crescimento nos últimos anos, se destacando na geração de empregos na indústria automobilística brasileira.
Hoje, são aproximadamente 16 mil profissionais diretos, com um crescimento de mais de 1.300 empregos entre 2010 e 2011.

E o faturamento em 2010 e expectativa para 2011?

O faturamento líquido da Fiat , em 2010, foi de R$ 20,7 bilhões, 5% maior que o obtido no ano anterior, refletindo o melhor ano da Fiat em produção e vendas no Brasil. A Fiat encerrou 2010 com lucro líquido de R$ 1,617 bilhão. O principal motivo para esse resultado foi a forte retomada do mercado de automóveis na America Latina, com um aumento de aproximadamente 25,2% em relação a 2009. A Fiat encerrou 2010 na liderança brasileira do mercado de automóveis e comerciais leves, com uma participação de 22,8%. Ao longo de 2010, foram emplacados
no País 760.495 unidades de nossa marca.

Como manter a competitividade da indústria automobilística nacional?

A competitividade da indústria automobilística é sistêmica, isto é, inerente a toda a cadeia de produção, desde as matérias- -primas até o veículo pronto, passando por um grande número de itens com diferentes graus de complexidade tecnológica. Os grandes cases internacionais de sucesso no setor são sempre decorrentes de ações que envolvem todos os elos da cadeia, como capacitação tecnológica e profissional articulada, esforço
conjunto para a inovação em processos e materiais, adoção de instrumentos para a redução do custo de capital, articulação com centros de pesquisa e universidades para o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias, etc. Muitas iniciativas de impacto foram aplicadas pela Fiat, mas a competitividade é algo que se conquista num esforço sem cessar. Cada estágio alcançado é apenas a base para o próximo avanço.

 

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