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A Land Rover – marca inglesa que hoje tem o controle acionário nas mãos dos indianos da Tata Motors – costuma promover apresentações inusitadas de seus produtos. Mas desta vez foi longe. Muito longe. Levou um grupo de jornalistas brasileiros à capital da Islândia, Reykjavik, para avaliar o novo Discovery Sport nas mais adversas condições climáticas possíveis.
O programa faz parte do lançamento para imprensa mundial e por si só demonstra a importância deste produto para o portfólio da montadora em geral e para o Brasil, em particular.
Os ingleses se preparam para erguerem uma fábrica em Itatiaia, no município do estado do Rio de Janeiro, de onde sairá como primeiro produto justamente o Discovery Sport, recém -lançado na Europa, mas que já deu as caras no estande da Land Rover no Salão de São Paulo, em outubro último. O esportivo utilitário que avaliamos nesta gelada aventura na Islândia passa a ser o produto de acesso à marca e quando iniciar a produção e venda no país substituirá o Freelander, que segue sendo comercializado por mais um ano. A previsão é de que o Discovery Sport já possa ser encontrado nas concessionárias ainda no primeiro trimestre deste ano. O preço de R$ 179.900 havia sido revelado quando do anuncio da fábrica no Brasil.
Abaixo de zero Lugar inóspito, com rajadas de ventos com velocidade surpreendente que podiam atingir até aos 180 km. A propósito, se fosse possível escolher uma palavra para explicar o que experimentamos nestes dias gelados, nesta ilha vulcânica, ao lado da Groelândia, surpreendente seria o termo mais apropriado. Tudo pensando nos mínimos detalhes, muito bem elaborado e com uma infraestrutura de impressionar.
Foram dois dias de testes com percurso cerca de 400 km em pisos escorregadios, descidas e subidas e, claro, neve por todos os lados. Um cenário inesquecível aos olhos e à memória.
Para chegar até lá enfrentamos dezesseis horas de avião, partindo de São Paulo. Já no desembarque, saindo do aeroporto de Kevlafik, em direção ao transporte que nos levaria ao hotel, foi possível entender o que nos era esperava nos dias seguintes. Vento, chuva e um frio de não conseguir deixar as mãos desprotegidas. Em Reykjavik os dias amanhecem às 10h30 e apenas por quatro horas a claridade se mantém.
Antes das 17h cai a noite. Viagem longa requer descanso, afinal, eram muitas as atividades, recheadas de adrenalina, que nos aguardavam no dia seguinte. A programação começou no fim da tarde, quando nos deslocamos, novamente, para o aeroporto local e onde tivemos nosso primeiro contato com o Discovery Sport, além das explicações pertinentes aos dois dias de testes que seriam realizados em uma estrada coberta de gelo e neve, com baixíssima aderência.
Discovery , muito prazer Já no primeiro contato com o Discovery Sport se percebe, claramente, que suas linhas tiveram no irmão Evoque a maior inspiração.
Principalmente na parte dianteira é notória esta constatação, pelos faróis afilados e o uso de LED definindo duas formas. Contudo, comparado ao Evoque, o novo S.U.V tem porte mais familiar oferecendo maior espaço interno e opção de 5+2 lugares, com dois bancos retráteis no porta-malas.
Parte marcante do design também é a coluna das portas traseiras.
A estrutura do modelo faz uso de alumínio e aços de alta resistência, misturando leveza com elevada rigidez estrutural. Na parte traseira, o Discovery Sport, mesmo sendo maior, segue um estilo mais baixo, mas nada como visto no modelo em que teve como inspiração seu design.
O detalhe estético contribui para dar charme jovial ao menor dos Range Rover – que formam a linha mais requintada da Land Rover.
O sucessor do Freelander precisa contar com uma imagem mais moderna e atual porque pretende ser a referência do segmento. Para isso evoluiu muito sua capacidade fora-de-estrada, que ganhou novo sistema de controle de descidas, além de uma nova suspensão traseira multilink. Os amortecedores agora podem ser magnéticos, variando sua rigidez conforme o terreno, além de haver novos batentes hidráulicos para evitar as indesejadas pancadas de fim de curso. O resultado de todo este investimento resultou em um produto que oferece mais conforto, segurança e possibilita condução eficiente, suave e segura em estradas de asfalto, estradas cobertas de neve ou mesmo na passagem por rios em que a profundidade pode chegar aos 60 centímetros.
Como chegamos a experimentar durante nossa inóspita jornada glacial.
Partida a frio Após as apresentações e explicações técnicas é hora de partir. Estacionados em um pátio ao lado do terminal de Kevlafik, quinze unidades do Discovery, com motores a diesel e gasolina, aguardam os jornalistas brasileiros.
O vento é forte e assustador.
De todas as muitas informações, a que mais impactou dava conta que além da região coberta de neve e gelo a ser percorrida, nessa época do ano conta, ainda, com o imponderável tempo instável, que costuma mudar radicalmente de um momento para o outro.
No trecho inicial do teste de apresentação do Discovery Sport estavam previstos ventos moderados e alguma névoa no trajeto de mais 100 km entre o aeroporto e a região de Selfoss. Começamos com um modelo movido a gasolina, que, aliás, é o mesmo que empurra o Evoque. Bloco de 2.0 litros turbinado, que gera a potência de 240 cv a 5.500 rpm e o torque de 38,7 kgfm a 1.750 rotações.
Trabalha aliado ao câmbio automático de 9 velocidades, com acionamento manual das marchas através de aletas no volante, desenvolvido pela ZF. É oferecida, também, a opção de motorização turbodiesel de 2.2 litros de 190 cv, que estará disponível no mercado brasileiro. Os habituais sistemas eletrônicos off-road dos Land Rover também estão presentes, como o Terrain Response, o Roll Stability Control e o Hill Descent Control, entre muitos outros. E puderam mostrar seu valor durante o roteiro traçado pela Land Rover. Na saída, gélido e brutal o vento parecia querer arrastar e tirar o Discovery do traçado, nem mesmo seus 1.863 kg pareciam suficientes para manter o carro sem “balançar”, só mesmo os muitos recursos eletrônicos para manter a trajetória na pista com aderência baixa.
Entrando em uma fria Depois de algumas paradas pelo caminho para recebermos informações dos coordenadores do teste sobre as muitas capacidades eletrônicas que permitia nos mantermos em segurança pelo trajeto, finalmente chegamos ao local de pernoite. Recolhemo-nos cedo porque no dia seguinte tudo começaria outra vez. E mais intenso.
A chuva e a nevasca incessante marcaram presença a noite toda. No despertar, com o dia ainda escuro, fomos informados de que as condições climáticas, com tanta neve, vento e chuva impediriam de manterem o que foi programado e algumas alterações na rota precisariam ser feitas para que nossa condução nesta etapa derradeira da avaliação do Discovery Sport pudesse ser concluída com êxito. Assim que concluíram a nova trajetória nos chamaram para pegamos o carro.
Do lado de fora do hotel, tudo escuro.
Visual sinistro. Para andar até o carro que seguiríamos viagem uma dificuldade de ficar em pé. Mesmo com bota apropriada o chão parecia um ringue de patinação no gelo, sem patins.
Desta feita um modelo com motor de 2.2 litros e 190 cavalos, a diesel, nos esperava. Assim que entramos o chefe dos coordenadores nos avisou pelo rádio que pelas condições do percurso seguiríamos em três comboios de cincos carros cada, e todos seguindo um Safety-car, ou carro guia. Na sequência informaram que éramos o último a alinhar no primeiro comboio. O cenário era de dar medo. Chuva e vento em meio a uma escuridão com visibilidade baixíssima. Não tínhamos opção a não ser seguir em frente. As poças de água, em temperaturas abaixo de 0º C, rapidamente se transformam em escorregadias lâminas de gelo. Tornouse recomendável reduzir a velocidade, manter uma aceleração constante e evitar freadas bruscas, que levassem a indesejáveis derrapagens. Sobre o gelo fino, a aderência é quase nula e mesmo os recursos eletrônicos não são “anjo da guarda”. Nada muito animador para enfrentar as descidas e subidas e pedras cobertas de neve. E seriam mais 300 km nestas circunstâncias até a capital Reykjavik, nosso destino final.
Tempos melhores virão Bastava um simples golpe no volante para que o valentão mostrasse reação. O ideal era quase nem se mexer para não incomodar o “bicho”. E por uns 50 km a tensão e o silêncio a bordo foram uma constante. Como não há mal que dure para sempre, o clima hostil deu lugar a um céu azul, ainda soprando um vento gelado, mas em uma linda e inesquecível paisagem. Habilidoso na neve e em piso escorregadio bastava acionar os sistemas Hill Descent e Roll Stability Control para mantê-lo no controle. Em estradas de asfalto, sem neve ou gelo, o Discovery Sport mostrou sua versatilidade. O comboio se dispersou e seguimos, em “carreira solo”, orientados pelo GPS, em segurança até o fim do trajeto. Dócil e potente quando exigido em local de aderência normal, ele se credencia para chegar ao Brasil, com seu porte familiar, mas oferecendo capacidade de aceleração, com retomadas vigorosas. Na versão a diesel o baixo nível de ruído e sem nenhuma trepidação tornam o modelo difícil de ser diferenciado, quando colocado ao lado do modelo movido a gasolina. Em resumo, segundo a própria Land Rover, este é o seu modelo para todas as situações do cotidiano. Um carro versátil para levar a família às compras e ao trabalho nos dias de semana e com toda capacidade para um passeio mais radical em trilhas no fim de semana. Se com o Evoque o proprietário ainda fica tímido de colocá- lo na lama, a expectativa dos ingleses em cima do modelo Sport reside justamente neste ponto. Pretendem que o novo Discovery Sport se torne o esportivo utilitário “da casa”, confortável, seguro, com alto desempenho, sofisticado, mas voltado para utilização no dia a dia.
Se habilita? Quando abril chegar… 
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