
O estudo Connected Compliance: The global case for integration ouviu mais de 1.300 líderes de empresas com negócios em sete jurisdições – Canadá, Estados Unidos, China, Hong Kong, Alemanha, Espanha e Brasil –, e com faturamento igual ou acima de US$ 1,3 bilhão a respeito de sua forma de abordagem e de suas maiores preocupações com compliance.
No contexto de fusões e aquisições de grande escala, por exemplo, o estudo aponta que, no cenário global, apenas 43% dos entrevistados admitiu ter envolvido suas equipes de compliance no planejamento e na implementação de transações multibilionárias, enquanto no Brasil este percentual é de 57%.
Ainda no contexto de fusões e aquisições, o estudo também aponta que 59% das multinacionais brasileiras admitem fazer investimentos em companhias com problemas já conhecidos de compliance, enquanto outros países adotam uma posição mais conservadora quanto a esse risco, como no caso do Canadá (53%), Alemanha (53%) e China (48%). Empresas dos EUA (67%) e do Reino Unido (63%), por outro lado, ponderam mais cotidianamente e com maior naturalidade os riscos de compliance nas operações de M&A.
“As empresas brasileiras precisam encontrar um equilíbrio mais adequado entre compliance e crescimento estratégico, alinhando as práticas de compliance aos objetivos comerciais, mitigando riscos e aumentando o valor de seu negócio,”, frisa Heloisa Uelze, sócia de Trench Rossi Watanabe e líder da área de compliance no escritório.
Outro dado relevante apontado pelo estudo demonstra que 63% das empresas brasileiras ainda não tem políticas estabelecidas quanto ao seu relacionamento com terceiros, apesar das graves consequências que isso pode acarretar: "Com a Lei Anticorrupção as empresas podem ser responsabilizadas por atos de seus fornecedores, por essa razão, é importante o monitoramento, não só considerando os altos patamares de multa estabelecidos pela lei mas, também, o impacto negativo na imagem e reputação da empresa", conclui Heloisa Uelze.
Quarenta e dois por certo das lideranças brasileiras entrevistadas apontaram ter ciência de problemas de compliance, que ainda poderão ser descobertos por órgãos reguladores, o menor índice dentre as jurisdições pesquisadas, e 44% esperam que as violações de compliance aumentem conforme a legislação se tornar mais complexa. O cenário atual, revela o estudo, tem provocado medo nos empresários brasileiros em abordar o assunto: mais da metade (53%) reluta em falar abertamente a respeito do tema, cerca de 13 pontos percentuais acima da média global.
Falta integração
A falta de conexão entre as diferentes áreas de uma mesma empresa é o calcanhar de Aquiles das organizações quando se trata de compliance. Ante 51% da média global, 68% dos entrevistados brasileiros descreveram os diferentes setores de sua organização como "muito ou um pouco isolados", evidenciando a falta de integração entre os seus departamentos.
De acordo com Heloisa, “as empresas precisam trabalhar para garantir que tenham o compliance efetivamente integrado as demais áreas de negócio evitando exposições indesejadas da companhia. No contexto de M&A, problemas de conformidade podem afastar uma alavancagem potencial para negociar o preço ou os termos de um negócio”.
O estudo demonstra que 74% dos líderes no país acreditam que as questões de Compliance são de responsabilidade exclusiva da equipe de compliance.
Para Heloisa, “essa mentalidade é evidenciada no fato de que apenas 18% das empresas no Brasil afirmarem gerenciar o compliance de forma integrada. A mudança cultural destas companhias tem que partir das lideranças, que precisam também atuar na integração das diferentes áreas de suas organizações com o Compliance, fazendo com que o Compliance seja visto como o aliado que é, e não como um mero entrave aos negócios”.
Juntamente com o relatório, Baker McKenzie, em cooperação com Trench Rossi Watanabe, disponibilizam uma ferramenta de diagnóstico que permite que as empresas vejam os benefícios de implementar o compliance em suas organizações. As empresas também poderão comparar o próprio desempenho com o de outras empresas do mesmo setor em que atuam.
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