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José Domingos Furtado
Presidente da Apimec MG

Para as coisas darem certo, conforme as boas estratégias do futebol, um olho deve estar na bola e o outro em quem
participa da jogada. No caso das bolsas de valores, é preciso mais. A complexidade do assunto, certamente, é muito maior e exige, no mínimo, os seguintes pontos de vista: um nas telas do movimento diário dos pregões, outro nos fundamentos das empresas em que se vai investir e um terceiro, mais amplo, nos cenários político e econômico mundiais, que impactam diretamente os outros dois.

Após um ano ruim na economia globalizada, com reflexos diretos no desempenho das bolsas de valores da grande
maioria dos países, 2012 começa com preocupações herdadas do passado recente e, apesar de prognósticos
pessimistas de boa parte do mercado, é possível vislumbrar algumas perspectivas. A China deverá manter boas taxas de
crescimento na sua economia, os países emergentes devem ter razoável desempenho, os Estados Unidos, a grande
locomotiva mundial, ensaiam uma recuperação. O que pode destoar é a Zona do Euro, mesmo com a boa aceitação
dos títulos colocados à venda pelo Fundo Europeu de Estabilidade, apesar do rebaixamento do rating de diversos
países, em especial a França.

No caso específico do Brasil (que, inclusive, ofereceu ajuda aos europeus via FMI, algo impensável até há poucos anos!), as políticas macroeconômicas aqui adotadas podem favorecer o processo de reversão do ciclo econômico, com possível
recuperação dos preços de ativos negociados em bolsa. Essa tendência está de acordo com um importante termômetro
da economia brasileira, que são os indicadores setoriais da atividade empresarial levantados pelo Departamento de
Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, comandado pelo experiente economista Octávio de Barros.

Após uma significativa desaceleração da economia do nosso país, em grande parte fruto de medidas contracionistas,
as conclusões apontam em direção a uma mudança das políticas econômicas domésticas, visando à retomada da
demanda no mercado interno. A redução gradativa mas consistente da Taxa Selic, fixada em 10,5% em meados de
janeiro, com expectativa de chegar a um dígito no final do corrente ano, ilustra isso. O Governo Federal não descarta
a redução do IOF e o uso de outras medidas para expansão do crédito e do consumo doméstico, visando manter o PIB
o mais próximo possível de 4% em 2012, preocupando-se também com pressões inflacionárias.

Segundo as análises, portanto, vivenciamos um aparente ambiente de inversão de ciclo econômico, ainda que com
dúvidas acerca da consistência dessa recuperação, bem como em relação aos seus reflexos sobre os preços de
ativos. Até aqui, os resultados revelam que o quarto trimestre do ano passado parece ser o vale do atual ciclo da atividade econômica, esperando-se um novo pico, de acordo com os registros de uma série histórica considerada pelo pessoal do Depec/Bradesco.

Ficam em aberto, portanto, as apostas para 2012. Expectativas positivas são sempre um bom combustível para o aquecimento de qualquer mercado e nunca é demais lembrar que o Ibovespa começou o ano num rali de alta, que
se espera consistente, principalmente no segundo semestre.

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