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Por: Silviano Cançado Azevedo e Paulo Ângelo Carvalho de Souza

(*) Membros da Comissão de Desenvolvimento Sustentável
da Sociedade Mineira dos Engenheiros – SME.
 
Após um 2014 em que a economia brasileira apresentou desempenho pífio, crescimento de 0,15% do PIB, as projeções para a performance em 2015 apontam para um desencorajador encolhimento da ordem de -1,26%. Desde 1995 o PIB mineiro cresce a uma taxa média anual inferior ao PIB brasileiro, acumulando no período 2003/2013 crescimento do PIB de 37,58% contra 49,15% do Brasil, uma expressiva diferença de -11,54%.
Nas últimas décadas, acompanhamos a chegada de quase uma dezena de montadoras de veículos automotivos. Assistimos passivamente o direcionamento desses projetos para outras regiões, incapazes de transformar o polo automotivo de Betim em um fator de atração determinante ou de competir nas ineficientes, mas tradicionais, guerras fiscais. As montadoras seguiram outros rumos, assim como a sua cadeia de fornecedores, os empregos. Como se não bastasse, assistimos atônitos enquanto a FIAT elegia Pernambuco para seu maior investimento em anos.
A Refinaria Gabriel Passos (REGAP) foi concebida e planejada para ser um dos mais relevantes polos petroquímicos do Brasil. Observa-se, contudo, uma estagnação da REGAP em face de seu conceito e concepção original. Enquanto isso, investimentos em refinarias e polos petroquímicos sem a devida qualificação técnica e de viabilidade econômica financeira são realizados em projetos de localização inadequados em empreendimentos, ao que tudo indica, provavelmente não operacionais, porquanto inviáveis.
O polo petroquímico do Triângulo mineiro exatamente por se mostrar moderno, eficiente e necessário tem o seu desenvolvimento permanentemente retardado por falta de ação de órgãos públicos. O setor siderúrgico se expande de forma desordenada em projetos de viabilidade meramente políticos se abastecem do minério de Minas Gerais enquanto a siderurgia mineira permanece estagnada com custos proibitivos e sem escala adequada para os níveis internacionais.
O setor de mineração (ferro) paulatinamente exaure as minas de melhor teor de minério, sem qualquer preocupação com o crescimento da cadeia produtiva, numa ação predatória, desconsiderando o possível valor agregado e se lançando em uma competição desesperada com os grandes produtores globais. Compromete a malha logística do estado com graves prejuízos para o agronegócio. E, Minas continua a exportar mineiros e minérios.
O governo federal acaba de lançar o Programa de Investimento em Logística – PIL, que concederá à iniciativa privada a administração de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. O montante anunciado é de R$ 198,4 bilhões de investimentos para os próximos anos. Somando as partes que poderão de alguma forma beneficiar Minas Gerais chega-se a um valor próximo de R$ 10,5 bilhões, mesmo que sejam objetivamente direcionados ao benefício de outros estados. São meros 5,3% do total, com muita boa vontade, para o estado com a maior malha rodoviária e ferroviária do país.
A Fundação Dom Cabral deu conhecimento recente da publicação do IMC – World Competitveness Yearbook 2015 de pesquisa realizada entre sessenta países, onde, entre outros importantíssimos pontos, destacamos os seguintes: 1) – Entre os países mais competitivos, em primeiro lugar EUA em 2014 e 2015. O Brasil figura em quinquagésimo quarto lugar em 2104 passando para quinquagésimo sexto lugar em 2015. Em último lugar, nos dois anos, em sexagésimo lugar, a Venezuela. Na mesma pesquisa, no item relativo ao interesse de investidores estrangeiros, o Brasil figura em quinto lugar.
A péssima noticia da competitividade pode ser interpretada como oportunidade quando se observa que o Brasil figura em quinto lugar no ranking do interesse dos investidores estrangeiros. Numa leitura simples: “Faça sua parte que investidor interessado existe de forma fundamentada”. É preciso mudar a percepção do futuro e isso se constrói, necessariamente, no presente: aumentar a competitividade; inovar; empreender; agregar valor com novas tecnologias; globalizar, o que significa abrir a economia; mitigar o risco político; e garantir o ato jurídico perfeito coisa julgada e direito adquirido (segurança jurídica).
Desagregação política, desagregação econômica, desindustrialização e dispersão de esforços têm contribuído para que a economia mineira esteja perdendo de forma consistente sua capacidade de reação aos fatores negativos destacados e atuação proativa para enfrentar os desafios. Em passado recente, Minas Gerais, por suas forças empresariais e eficiente atuação de sua classe política, foi competente para retirar a economia do Estado de um enorme marasmo, alçando-a à posição de segundo polo econômico da Federação e aproximando fortemente do primeiro polo.
Desperte e reaja Minas! Diversos outros aspectos poderiam ser destacados, mas o que está claro é que Minas Gerais precisa reagir e construir seu próprio destino. Não é possível ficar no aguardo de que forças políticas façam convergir para o Estado de Minas Gerais aquilo que lhe pertence por direito federativo.
Avance Minas! 
PROPOSTAS
A situação traçada permite projetar a economia de Minas encolhendo cada vez mais numa curva logicamente descendente. Essa situação tem que ser estancada já e revertida! Historicamente, as forças empresariais de Minas Gerais sempre foram determinantes para definir os rumos do desenvolvimento do estado. Nesse momento impõe-se que as forças empresariais se unam no entorno dos interesses desenvolvimentistas estaduais, retomando o esforço do planejamento estratégico para buscar novas fronteiras para a economia mineira com base no desenvolvimento tecnológico, na ação coordenada e objetiva, no cumprimento de metas estratégicas.
Criar uma Agência de Desenvolvimento – Avance Minas, cuja governança seja composta por empresários de destaque, responsável por refletir e direcionar as ações a serem desenvolvidas e definir uma política de atração e viabilização de novos empreendimentos tendo como base terrenos dotados de infraestrutura, oferta de galpões industriais, participações acionárias estratégicas, operações de mercado de capitais, financiamentos e apoio às políticas de desenvolvimento do estado.
Uma agência de desenvolvimento ágil, capaz e preparada para responder com eficiência e rapidez às diversas demandas de apoio e fundamento a um novo ciclo virtuoso de desenvolvimento. Demandas que deverão ser supridas pela iniciativa privada de forma tópica, caso a caso, projeto a projeto.
Retomar as vocações naturais do Estado, fortalecê-las e fortalecer o que floresce e indica futuro promissor. Ampliar as fronteiras de desenvolvimento do Estado integrando-a fortemente às economias mais desenvolvidas globalmente.
 

 

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