Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Donec nec mauris interdum, suscipit turpis eget, porta velit. Praesent dignissim sollicitudin mauris a accumsan. Integer laoreet metus

Com larga experiência na vida pública, tendo ocupado os cargos mais importantes da República, Aníbal Teixeira decidiu contar, nesta obra de estilo escorreito não apenas alguns dos muitos episódios de que participou, como também externar o seu pensamento político, mostrando as alternativas de solução dos principais problemas nacionais.

Não se trata de uma autobiografia pura e simples, nem do relato cronológico de fatos marcantes que foram se sucedendo ao longo de sua trajetória política. Aníbal Teixeira vai mais além, quando analisa os fundamentos da política nacional e as origens dos episódios que presenciou ou foi protagonista e vítima.

Numa obra de quase 500 páginas, repleta de documentos, de fotos, mostra como ingressou na política, como foi o começo efetivo de sua vida publica ao ser eleito presidente da União Brasileira de Estudantes.

Para ele, a luta estudantil fomentou a afinidade com as negociações políticas. Convidado a trabalhar no Senac e no INIC-Instituto Nacional de Imigração e colonização, no governo JK, começou ali o exercício de funções públicas. Preparou-se, então, para disputar um cargo eletivo e acabou sendo eleito deputado estadual. A partir de sua eleição, passou a dedicar-se inteiramente à causa pública, ocupando sucessivamente muitos cargos, sendo quatro mandatos de deputado, secretário de estado, ministro do planejamento. Atualmente, preside o Instituto de Estudos Juscelino Kubitschek. Desta forma, a trajetória de Aníbal Teixeira confundiu-se, durante algumas décadas, com a própria história do nosso país.

Por ironia do destino, Aníbal Teixeira foi um dos articuladores, ao lado do general Guedes, do golpe que derrubou João Goulart. Tendo participado efetivamente dos seus preâmbulos, não imaginava que, anos depois, seria vítima do novo sistema que ajudou a criar.

Para ele, a noite de oito de julho de 1964 foi uma noite negra, quando sobreveio a cassação do mandato de senador por Goiás do seu amigo, o ex-presidente Juscelino Kubitschek.

Pelas suas ligações com o ex-presidente, algum tempo depois, por ser amigo e ex-assessor de Juscelino Kubitschek, acabou cassado pelos militares após o golpe de 1964. E conta como teve sua vida vasculhada pelo SNI Aníbal Teixeira faz um desabafo sobre seu banimento da vida pública, ao afirmar: “fui cassado pela revolução que ajudei a fazer”. No “Brasil potência” dos militares, até os esquerdistas históricos de outros tempos ocupavam cargos públicos nas estatais recém-criadas. Os que haviam lutado pela democracia estavam sendo perseguidos. Triste ironia desses trópicos”.

Fora da política, partiu para atividades particulares, basicamente o reflorestamento, só retornando, ao ser convocado por Tancredo Neves para participar de um projeto de redemocratização do país. Aceitou o desafio e participou da campanha das diretas, “a despeito de os movimentos terroristas, como os sequestros, guerrilha e assaltos a bancos terem contribuído para a união do Exército e a perpetuação da ditadura”.

Mas, assinala que “Minas Gerais, que inventou e fez praticamente sozinha, o movimento de 64, resgatou o seu equívoco histórico”.

No governo Sarney, relata Aníbal Teixeira que gerenciou “um orçamento de 60 bilhões de dólares, sem uma dúvida ou questão no Tribunal de Contas, fui acusado de beneficiar um primo com contrato de 18 mil dólares. Fui absolvido pelo Supremo Tribunal Federal por unanimidade”.

Relembra também a noite dramática por que passou com o naufrágio do Bateu Mouche, quando teve de nadar dois mil metros, procurando, desesperado, a sua mulher que também estava no barco. E desabafa quando afirma que “o sofrimento maior sobreviveu quando soube que o mar, naquele triste reveillon, levou-me a querida Zezé. A busca deste roteiro distante é, com efeito, um caleidoscópio de emoções”.

Aníbal Teixeira faz, ainda, inúmeras revelações históricas, num relato que merece ser lido, relido e guardado como documento amplo e abrangente sobre a história recente do nosso país.

 

Ficha técnica:

Flautista do rei – uma biografia politicamente incorreta

472 páginas – CLIO Editora

Autor Aníbal Teixeira

Anúncio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *