Melhorias nas dimensões Longevidade e Educação garantiram o aumento do índice, apesar da piora na dimensão Renda

Entre 2016 e 2017, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil manteve-se praticamente estável: passou de 0,776 para 0,778. É o que mostram os dados atualizados do Radar IDHM, estudo que detalha os indicadores de desenvolvimento humano no Brasil, nas Unidades da Federação e em Regiões Metropolitanas. O Radar IDHM, divulgado em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 16, é composto por três dimensões (Renda, Educação e Longevidade), formadas por diversos indicadores.

Apesar de ter sido observada uma leve queda de 0,92% no valor da renda per capita entre 2016 e 2017, que passou de R$ 842,04 para R$ 834,31 e gerou uma retração do IDHM Renda de 0,748 para 0,747, esse impacto foi contrabalanceado pelas outras duas dimensões. O crescimento da esperança de vida, de 75,72 anos para 75,99 anos, foi o principal indicador que elevou o IDHM Longevidade de 0,845 para 0,850. Já a dimensão Educação, que avançou de 0,739 para 0,742, obteve uma importante contribuição do subíndice de Frequência Escolar, que passou de 0,792 para 0,797.

Embora persistentes, as diferenças diminuíram no período quando se observa os dados desagregados por cor e sexo. O IDHM da população branca caiu de 0,819 para 0,817, e o da população negra elevou-se de 0,728 para 0,732. Esse resultado foi possível pela melhoria em todos os quesitos analisados para os negros e pela queda nas dimensões Renda e Educação para os brancos. Ainda assim, brancos ganham cerca de duas vezes mais que os negros: R$ 1.144,76, contra R$ 580,79.

O desequilíbrio entre homens e mulheres também se reduziu, em grande parte devido à menor diferença no IDHM Renda – único em que o índice das mulheres, quando ajustado às diferenças de rendimento do trabalho, é inferior ao dos homens. No período, o índice de Renda dos homens caiu de 0,818 para 0,814, e o das mulheres subiu de 0,658 para 0,660.

Estados e Regiões Metropolitanas

De forma geral, as Unidades da Federação seguiram avançando entre 2016 e 2017. Dentre as 27 UFs, seis apresentaram redução no IDHM. Acre (-0,010) e Roraima (-0,006), ambos na região Norte, registraram as maiores quedas, seguidos por Rio Grande do Norte (-0,005), São Paulo (-0,005), Distrito Federal (-0,004) e Pernambuco (-0,003). As maiores tendências de crescimento foram observadas no Amazonas (0,017) e na Paraíba (0,013) – que, em termos percentuais, tiveram crescimento de 2,4% e 1,8%, respectivamente.

No entanto, as disparidades interestaduais e regionais ainda são grandes: em 2017, o IDHM atingia 0,850 no Distrito Federal e 0,837 em São Paulo, enquanto ficava em somente 0,687 no Maranhão e 0,683 em Alagoas. Apenas no DF e nos estados das regiões Sul e Sudeste, os valores do IDHM foram superiores ao do país.

O Radar IDHM traz uma ampliação da coleta dos dados para vinte Regiões Metropolitanas (RMs) e para a Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) da Grande Teresina. O IDHM apresentou tendência de avanço em onze RMs e na Ride Grande Teresina. Em 2017, o índice atingia os maiores valores em Florianópolis (0,840) e em São Paulo (0,836), e os menores valores em Macapá (0,746) e Maceió (0,721). Em doze Regiões Metropolitanas, todas elas localizadas no Norte e no Nordeste, o IDHM era inferior ao do país. A dimensão Longevidade foi a única que cresceu em todas as RMs. Já as dimensões Renda e Educação recuaram em dez das 21 regiões analisadas.

Acessível pelo endereço www.atlasbrasil.org.br, a base de dados completa do Radar IDHM e suas análises têm o objetivo de estimular o desenho e a implementação de políticas públicas que contribuam para gerar avanços na realidade social e econômica do Brasil, com redução das desigualdades e ampliação das oportunidades de inclusão social. O estudo é resultado de uma parceria de mais de 20 anos entre a Fundação João Pinheiro (FJP), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

 

 

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