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Por: Fernando Soares Rodrigues

 

A queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff acompanhou, desde o início do segundo semestre, a piora no ambiente interno de negócios, a queda da credibilidade externa do país, as manifestações de protestos nas ruas e o despreparo dos comandos das polícias estaduais em coibir os atos de vandalismos.

As manifestações populares em excesso e pelos motivos os mais diversos, apesar de elogiadas pela mídia quando] “absolutamente pacíficas” ao retraírem o consumo e a livre circulação das pessoas comuns colaborou para conter um pouco a inflação. Mesmo assim, o cenário econômico do país não apresentou melhoras, e as projeções do mercado para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano aproximam-se dos 2% e já existem economistas que estimam percentuais bem menores. Para o próximo ano, as projeções do setor privado para o PIB continuam modestas, da ordem de 2,50% a 2,60%. O país registra crescimento econômico modesto e com inflação elevada em padrão internacional.

O ambiente interno desfavorável para os negócios, se ajuda a conter um pouco a inflação, não estimula o crescimento dos investimentos privados com recursos internos e externos, enquanto o governo tem se mostrado mais eficiente em aplicar valores elevadíssimos em padrões internacionais na construção de estádios de futebol. A recuperação das rodovias federais, principalmente em Minas Gerais, continua desastrosa.

 

Juros em alta

Os analistas continuam apostando em novos reajustes da taxa Selic (os juros básicos da economia) para manter a inflação anualizada abaixo dois pontos percentuais da meta de 4,5% ao ano fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). No boletim Focus do último dia 29 de julho, a inflação oficial medida pelo IPCA foi estimada em 5,75% para este ano e em 5,88% para 2014. Diante desses percentuais elevados da alta generalizada dos preços previstos pelos analistas das principais instituições financeiras para este ano e o próximo na pesquisa semanal realizada pelo BC (Banco Central), o investidor em ativos de renda fixa continua com margens reduzidas de ganhos.

O ganho nominal máximo que se pode obter nos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), Letras Financeiras e de Crédito Imobiliário e fundos de investimentos de renda fixa corresponde a percentual próximo da taxa dos CDIs (Certificados de Depósitos Interbancários) que acompanham a taxa Selic. Por sua vez, a taxa Selic do final de 2013 é estimada em 9,25% ao ano pela média do boletim Focus e alcança os 9,5% ao ano segundo alguns instituições.

Dependendo do prazo e da aplicação, o investidor tem seu ganho nominal reduzido pelos elevados percentuais do Imposto de Renda (de 22% em seis meses a 15% em dois anos) e pelas taxas de administração cobradas pelos bancos.

 

Perdas com títulos

Se tentar obter maiores ganhos no Tesouro Direto pode sofrer decepções como ocorreu no primeiro semestre, quando os preços dos títulos públicos recuaram diante da marcação de seus valores de face aos totais praticados pelo mercado. Essa desvalorização dos valores em mercado dos títulos públicos ocorreu com a venda maciça desses ativos por grandes investidores estrangeiros.

Os analistas e jornalistas econômicos que alardeiam as vantagens dos títulos públicos para os pequenos investidores em relação às cadernetas de poupança ficaram em apuros. Em situação mais desconfortável ficaram os gestores dos fundos de previdência privada aberta, os PGBLs e VGBLs que registraram perdas no primeiro semestre com a redução de valores de parte dos títulos públicos em suas carteiras. Enquanto isso, as cadernetas de poupança “antigas” continuaram rendendo líquidos 0,5% ao mês e as cadernetas “novas”, 0,45% ao mês com o reajuste da taxa Selic.

 

Batalha do câmbio

O governo continuou em julho sua batalha para conter a valorização mais expressiva do real. O dólar terminou em R$ 2,256 no último dia 26 de julho, correspondente a valorização anual de 10,43%, depois de o BC atuar diariamente nas semanas anteriores mediante a venda de divisas no mercado à vista e futuro para tentar conter a taxa de câmbio na faixa próxima dos R$ 2,20. O mercado, segundo o boletim Focus, continua apostando no sucesso do governo, já que, em 29 de julho passado, projetava o dólar comercial em R$ 2,25 no final deste ano e em R$ 2,30 no final do próximo. Aplicar recursos nos fundos cambiais (rendimento igual ao do dólar) continua uma operação de risco. Para os turistas, o melhor continua sendo comprar a moeda americana através dos cartões pré-pagos bem antes da viagem e se precaver de surpresas depois com os gastos.

A previsão de superávit na balança comercial deste ano pela média do mercado já é inferior a US$ 6 bilhões. Alguns departamentos de análises do setor chegam a prever déficit na balança comercial. Essas previsões não facilitarão certamente o fechamento das contas externas no país em 2013. Já se prevê um déficit em conta corrente (todo o movimento com o exterior) de US$ 75 bilhões no final do ano. No primeiro semestre, o déficit nas transações correntes bateu recorde ao atingir US$ 43 bilhões.

Apesar da alta do dólar frente ao real, o ouro negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros em São Paulo continuou, em julho passado, com fraco desempenho no país. O metal recuava 11% no acumulado do ano, até o dia 26, ao acompanhar o fraco desempenho do ouro na Bolsa de Mercadorias de Nova York.

 

Ações baratas

Com dose elevada de risco é possível obter ganho na bolsa de valores dependendo do comportamento das ações escolhidas em determinados prazos. No final de julho, das 65 ações que integravam o índice Bovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, 25 tinham valor de mercado (preços de todas as ações da companhia em negociação) inferior ao patrimônio líquido (capital mais reservas). As ações com menores valores de mercado além das empresas X de Eike Batista eram Eletrobras, Brookfield, Usiminas, Rossi, Gafisa, PDG, Copel e Petrobras. Ações de empresas bem administradas e com bons resultados estavam depreciadas também ao final de julho. Entre elas, as da Vale, CSN e dos bancos Bradesco, Itaú e Banco do Brasil.

No cenário interno pouco favorável ao investimento em ações – crescimento modesto da economia e dos investimentos – o investidor deve ficar ainda mais conservador ao aplicar em ações e contar com ajuda de especialistas de confiança.

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