O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, foi reconduzido ao cargo para comandar a entidade em 2019 e 2020, em eleição realizada no fim de janeiro. Na ocasião, a entidade também confirmou a nova diretoria para o período: Osmar Chohfi será vice-presidente de Relações Internacionais; Ruy Carlos Cury, de Comércio Exterior; Dr. Riad Younes, de Marketing; e Mohamed Orra Mourad, Administrativo.

Além deles, Nahid Chicani foi confirmado como diretor-tesoureiro. Tamer Mansour assume como secretário-geral, cargo que vinha ocupando interinamente. Ele sucede a Michel Alaby. Cláudia Yazigi Haddad, Daniel Hannun, Khalil Yaghi, Mohamed Abdouni Neto, Sami Roumieh, Sílvia Antibas, Walter Nori, Willian Adib Dib Júnior, Adel Auada (antes vice-presidente) e William Atui também fazem parte da nova diretoria da Câmara Árabe.

Hannun agradeceu em nome da diretoria a oportunidade de dirigir a instituição por "novos dois anos". "Falei novos dois anos porque, com certeza, novos serão, com novos desafios, novos obstáculos, novas facilidades, novas conquistas e surpresas, às vezes agradáveis e às vezes não", disse o executivo. "O que é certo, no entanto, é que esses próximos dois anos serão cheios de oportunidades", acrescentou.

O dirigente esteve a frente da entidade num período de extrema sensibilidade na relação bilateral Brasil-países árabes. Meses depois de ter assumido o primeiro mandato, eclodiu em março de 2017 a Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que expôs indícios de corrupção entre fiscais do Ministério da Agricultura e frigoríficos e resultou na interrupção do comércio de carne bovina com vários países.

A exceção, no entanto, foram os países árabes. Isso porque a Câmara Árabe prontamente articulou um processo de comunicação entre autoridades sanitárias brasileiras e dos países árabes com objetivo de garantir a continuidade do comércio, além da visita do então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a países árabes, ações que tiveram como resultado a não-interrupção dos embarques e até a elevação dos volumes exportados.

Além da Carne Fraca, Hannun lidou ainda com a Operação Trapaça, a Greve dos Caminhoneiros, o questionamento da Arábia Saudita sobre o certificado halal do frango brasileiro e, no momento, faz esforços para demover o governo da decisão de transferir a Embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A questão é de extrema sensibilidade no mundo árabe e pode pôr sob risco exportações da ordem de US$ 11,4 bilhões para o bloco, hoje em seu conjunto o quinto maior parceiro comercial do Brasil no exterior.

"Os ruídos não nos deixam diagnosticar com nitidez os cenários futuros, mas nos deixam alertas para as exigências de muitos e rápidos movimentos que precisarão ser prontamente entendidos, avaliados e executados", disse o presidente. Para Hannun, além da atuação junto a entidades setoriais e de governo, a diversificação dos serviços da Câmara e sua internacionalização são algumas das metas traçadas para sua gestão.

A entidade está prestes a inaugurar um escritório em Dubai e estuda formas de estreitar sua cooperação no mundo árabe e no Brasil com a União das Câmaras Árabes, braço econômico da Liga Árabe do qual é integrante. Além disso, articula a criação de uma federação de Câmaras Árabes na América Latina para expandir a atuação para o Cone Sul.

 

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