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Retirado da rota dos grandes jatos da frota aérea nacional pelo antigo Governo do Estado, o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, consagrado popularmente como Aeroporto da Pampulha, volta, aos poucos, a receber e destinar voos para outras capitais do país, tentando deixar para trás, ainda que de forma tímida, o perfil regional e de aviação particular. A medida é de grande importância para a economia mineira, que poderá registar, com isso, um aumento no fluxo de empresários e turistas, sem mencionar as facilidades que podem ser geradas do ponto de vista logístico.
O primeiro passo nesse sentido foi dado recentemente, com a aprovação, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de três voos da Azul Linhas Aéreas, partindo direto do Aeroporto da Pampulha para o Aeroporto de Vitória – Eunico de Aguiar Salles.
As três frequências diárias poderão ser operadas a partir de abril e serão realizadas em aeronaves turboélice ATR com 70 assentos.
Prestes a completar 82 anos, no dia 23 de março próximo, o Aeroporto da Pampulha recebe, atualmente, operações tanto da aviação geral como da aviação regular (Azul e Passaredo).
Recentemente, ambas as companhias solicitaram à Anac a operação de voos de Belo Horizonte para a capital federal nos dois sentidos. A intenção das empresas é começar a operar a partir de abril, mas a Agência ainda não emitiu uma resposta.
Com pista de 2.364 metros, o Aeroporto da Pampulha tem capacidade para 2,2 milhões de passageiros/ano e para 107.250 pousos e decolagens/ano.
Em 2014, foram registrados 945.434 embarques e desembarques e 64.096 operações de pousos e decolagens.
Ou seja: o aeroporto opera abaixo da capacidade e poderia representar um importante papel ainda mais eficiente como indutor da economia e logística da capital mineira e de grandes empresas que dependem da aviação executiva. O terminal é também uma referência por abrigar, em maior escala, empresas do segmento de manutenção para aeronaves de médio e pequeno portes, podendo gerar cerca de três mil empregos diretos de alta capacitação.
A tendência, segundo a Infraero, é que os números do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade cresçam cada vez mais. Este movimento vem sendo percebido com bons olhos pelo empresariado mineiro. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), entidade que representa o comércio no município, é uma das que apoia o retorno dos voos da Pampulha para capitais, por acreditar que haverá desenvolvimento das empresas instaladas dentro e fora do aeroporto, e também da região. “Com uma localização estratégica aliada à posição de Minas no mapa do Brasil, a atuação do terminal na aviação executiva é promissora.
Retomar com os voos do aeroporto da Pampulha para outras capitais é extremamente positivo para a economia mineira. Podemos ter dois aeroportos, Pampulha e Confins, trabalhando em sinergia e sem concorrência. Teríamos geração de emprego e renda, e a valorização da região do entorno do aeroporto da Pampulha”, explica o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Bruno Falci.
Para o consultor de mobilidade urbana da Federação e do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg e Setcemg), Luciano Medrado, não há como falar sobre o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade sem citar seu valor cultural, turístico e, principalmente, econômico para Minas Gerais.
“Sua excelente localização sempre foi um atrativo para a realização de voos comerciais e de passageiros. A capital mineira tem a terceira maior importância industrial e é a quinta cidade mais rica do país, com mais de 80% de sua economia direcionada para serviços financeiros, imobiliários, administrativos e comerciais. Se analisarmos, toda grande metrópole possui um aeroporto principal e um secundário para acompanhar tal crescimento e oferecer suporte aos negócios. Por isso, devemos ressaltar que a criação de uma estrutura para recebimento de carga express no Aeroporto da Pampulha é uma excelente oportunidade para tornar a capital mineira ainda mais competitiva no mercado. Dessa forma, do ponto de vista logístico, ele se tornará um complemento do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), auxiliando no sucesso e avanço do comércio mineiro”, defende.
A opinião é partilhada pela Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), que defende também um projeto ainda maior, considerando seus impactos nos arredores. “Entendo que a questão do uso do Aeroporto da Pampulha estende-se a algo mais amplo. Refiro-me à visão urbanística, com os impactos de um aeroporto ao seu entorno. Nossa posição é de que a ‘questão Aeroporto da Pampulha’ deva ser alvo de cuidadoso planejamento, sob uma visão integral”, explica o presidente da entidade, Lindolfo Paoliello.
Aguinaldo Diniz Filho, presidente do Conselho da Cedro, uma das principais companhias têxteis do Brasil, também defende o aproveitamento do terminal, principalmente do ponto de vista dos negócios. “O Aeroporto da Pampulha está absolutamente subutilizado.
Temos Confins, um aeroporto mais moderno e ampliado, mas muito distante, e a infraestrutura de transporte para acesso ao terminal deixa a desejar. Uma pessoa de negócios pode, sim, deixar de fazer uma viagem em função de questões, como tempo e recursos gastos no deslocamento. Belo Horizonte precisa, na minha opinião, de revitalizar o Aeroporto da Pampulha.
As grandes capitais do mundo têm um aeroporto central, que funcionam como um grande atrativo para a geração de negócios”, esclarece.
HomenAgem Para Aguinaldo Diniz Filho, outra importante função do Aeroporto da Pampulha seria homenagear uma das principais figuras políticas brasileiras, o mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira. “Cito dois exemplos. O Aeroporto de Paris chama-se Charles de Gaulle; em Nova Iorque existe o JKF, que foram, respectivamente, presidentes da França e dos Estados Unidos, homenageados com a principal entrada da cidade. Eles não são nem foram maiores que Juscelino Kubitschek de Oliveira”, garante.
O presidente também compara o terminal ao Aeroporto Santos Dumont, uma das principais portas de entrada para a capital carioca. “Veja o que aconteceu no Aeroporto de Santos Dumont.
Recebeu investimentos e hoje é um bom aeroporto, próximo ao centro do Rio. Se tivéssemos um poder político para fazer o mesmo em Belo Horizonte, daríamos o mesmo passo para o resgate comercial de nossa capital. Pampulha seria revitalizado com alguns voos sem atrapalhar Confins, que poderia, por sua vez, ter mais capacidade de ampliação para voos internacionais, alcançando sua capacidade plena”.
“Existe um ponto que domina a vida de todos nós, é a vontade política.
Se nós, mineiros, trabalhássemos em conjunto, em favor da revitalização do Aeroporto da Pampulha – que, lanço a chama, seja rebatizado como Aeroporto Juscelino Kubitschek de Oliveira -, estaríamos valorizando e homenageando não só o maior dos mineiros, mas também o maior dos brasileiros”, defende.
Confins foi alternativa para atender a demanda “A RMBH abriga quase 6 milhões de pessoas, possui um dos maiores PIBs e renda per capita do Brasil e concentra grande número de grandes empresas industriais e de serviços. A região comporta um segundo aeroporto, especialmente para funcionar como hub de ligação com vários aeroportos regionais estaduais, de Uberlândia, Uberaba, Juiz de Fora, Varginha, Montes Claros e Governador Valadares, entre outros, desafogando o aeroporto de Confins. Há um processo de desconcentração do desenvolvimento no estado, e o aeroporto da Pampulha constitui infraestrutura estratégica que não pode continuar subutilizada como atualmente”, defende o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior.
Em 2004, o Aeroporto da Pampulha era o 8º mais movimentado do Brasil, com o recorde histórico de 3,2 milhões de passageiros, conforme dados da Infraero. Nesta época eram operados cerca de 140 voos diários, chegando a atender um número de passageiros duas vezes maior que sua capacidade. Foi quando soou um alarme para transferência dos voos para Confins, onde já haviam sido feitos investimentos milionários.
O salto no movimento foi ainda maior em 2005, quando houve um aumento de 16,89% em comparação com o ano de 2004, provocando uma séria crise. O então governador Aécio Neves decidiu investir em um programa para a volta do Aeroporto de Confins como a principal porta de entrada e saída aérea de Belo Horizonte, passando cerca de 90% dos voos da Pampulha para lá.
O programa foi selado com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre a Infraero e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad). O documento proibia qualquer alteração no limite de aeronaves no aeroporto da Pampulha sem que os problemas ambientais e de segurança fossem solucionados. Com isso, ficou determinado que somente aviões com até 50 assentos e mais tarde, turboélices com até 75 assentos poderiam operar voos regulares no Aeroporto da Pampulha. Em 2006, 80% da movimentação de passageiros já havia sido eliminada, somando apenas um quinto do registrado antes da trasferência dos voos.
Impasses De 2007 a 2010, o Aeroporto da Pampulha ficou completamente fechado para voos com destino a outras capitais. A portaria nº 993, de 17 de setembro 2007, emitida pela Anac, regulamentava os critérios para operações no aeroporto da Pampulha, entre eles, a restrição de pousos e decolagens com aeronaves acima de 50 assentos. 
Dois anos mais tarde, instituições federais – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – voltaram a discutir sobre a destinação do Aeroporto da Pampulha e divergiam frontalmente. A Infraero queria manter o impedimento operacional a voos com mais de 50 passageiros, enquanto a Anac estudava eliminar as restrições de infraestrutura do aeroporto para “maximizar o seu aproveitamento”. Aécio Neves não queria nem ouvir falar no estudo da Anac, por jogar por terra seu plano estratégico, o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI).
O plano incluía um projeto de aprimoramento da conexão terrestre de Confins para Belo Horizonte, com a construção da chamada Linha Verde, uma via de transito rápido que possibilitaria maior rapidez no trajeto entre o Belo Horizonte e o aeroporto de Confins. Desde 2005, o PMDI garantiu investimentos de cerca de R$ 1,4 bilhão no Vetor Norte da Região Metropolitana de BH, dos quais R$ 950 milhões na Cidade Administrativa e mais de R$ 400 milhões na Linha Verde, que liga o Centro de BH ao aeroporto de Confins.
Autoridades contrárias à liberação do tráfego no local alegavam que a infraestrutura do local não permitia o atendimento a voos da malha aérea nacional, feitos, entre outros aviões, por aeronaves como o Boeing 737 e Airbus 320, de 170 a 180 passageiros.
“Queremos que a Anac respeite o que assina”, afirmou, à época, o subsecretário de Assuntos Internacionais e Unidade Parceria Público-Privada (PPP) do governo estadual, Luiz Antonio Athayde, citando o documento da Anac, emitido em março de 2009.
Nele, a agência reconheceu: “O aeroporto da Pampulha tem severas limitações operacionais para operação frequente de aeronaves com mais de 100 assentos”.
Cerca de três anos mais tarde, uma nova portaria da Anac anulava as regras impostas anteriormente.
Segundo a Anac, desde 2010, não existe nenhuma restrição imposta pela agência ou operador aeroportuário envolvendo o aeroporto da Pampulha. “Entretanto, para o aeroporto operar aeronaves com capacidade para mais de 50 assentos, há uma avaliação especial da Agência, pois a infraestrutura presente no aeroporto pode não atender essas solicitações”, emitiu através de sua assessoria de imprensa.
No entanto, conforme a Agência, o movimento na Pampulha não sofrerá qualquer alteração até que a agência realize estudos sobre a capacidade operacional do aeroporto, “considerando o terminal, pista, pátio e questões de segurança”.
Integração aeroportuária Especialistas afirmam que para o país superar entraves que impedem o desenvolvimento é preciso se investir pesado em infraestrutura.
Em dezembro de 2011, foi assinado um Acordo de Cooperação Técnica, entre o Governo de Minas, liderado pelo ex-governador Antonio Anastasia, a Prefeitura de Belo Horizonte e a Infraero para viabilizar o Plano Diretor do Aeroporto da Pampulha.
Coube ao Estado de Minas Gerais prover os estudos, contratar e financiá- los. Os trabalhos foram iniciados em 2013, com a projeção da evolução do tráfego, fornecida pela Infraero, até 2029.
Para permitir o desenvolvimento estrutural do aeroporto, de maneira que suporte o crescimento da demanda da aviação, foram consideradas diversas alternativas, levando-se em conta a área hoje ocupada pelo Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), que será transferido para Lagoa Santa em 2015.
Da mesma forma, vários aspectos de disponibilidade de uso do aeroporto foram devidamente inspecionados com as recomendações de intervenções pontuais e em bases sustentáveis. A proposta da nova capacidade operacional levou em conta as aeronaves adaptadas à realidade área de operações, bem como o desenho de sistema viário funcional e o seu impacto na mobilidade de veículos que se dirigirão ao entorno do aeroporto.
A partir do estudo, deu-se início o trabalho de incremento da infraestrutura aeroportuária de Belo Horizonte. Foi então que, em 2013, o ex-governador Antonio Anastasia entregou um novo plano de desenvolvimento, que traçou para os próximos anos rumos mais condizentes com a realidade do Aeroporto da Pampulha.
A estratégia delineada é a preparação do Aeroporto da Pampulha para suportar o crescimento e possibilitar maior integração entre as diversas regiões do Estado e a capital, a partir da conexão com mais de 30 cidades do interior e de outras unidades da Federação. Além disso, indica a consolidação do Aeroporto da Pampulha como referência da aviação regional no Estado e em um novo polo da aviação executiva.
Para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), em Confins, ficou reservado o papel preponderante nas operações de voos interestaduais, internacionais e operações de carga, o que evitaria concorrência entre ambos e realçando a sua complementaridade.
Na ocasião, o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, destacou que o plano de desenvolvimento apresentado colocaria a Pampulha como referência na aviação regional e executiva. Ele destacou a necessidade de inovação, de transformação para o aumento da competitividade, da produtividade no país pela inovação.
Melhorias na estrutura Hoje, considera-se que os investimentos na Pampulha não impedem o desenvolvimento de Confins. Da mesma forma, é nítido que a modernização de Confins não deslustra a importância do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade.
Recentemente, foi concluído um ciclo de obras importantes, como a nova torre de controle, reforço do pavimento do pátio 2 e nova subestação. Outras alterações importantes foram a readequação da sala de desembarque, a ampliação do local, que ganhou uma nova esteira de bagagens, teve o piso substituído, ganhou de monitores informativos e dois novos banheiros.
Também foram instalados 19 novos assentos na área comum do aeroporto. Os investimentos ficaram na casa dos R$ 219 mil. Em médio e longo prazo, em conformidade com o Plano Diretor do Aeroporto que já foi encaminhado à Anac, em breve, novas obras serão definidas.
Para o presidente da Belotur, Mauro Werkema, Belo Horizonte vai se consolidando como um importante destino de turismo de negócios e eventos, por isso é favorável à retomada da ponte aérea que, durante muitos anos, ligou Pampulha ao Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. “É fundamental haver um incremento nesse sentido. Confins, há alguns anos, chegou a ser o maior aeroporto ocioso do Brasil, mas agora sua demanda vem crescendo continuamente.
A verdade é que possuímos demanda para um segundo aeroporto”, diz.
Segurança na comunidade Outra polêmica em torno do Aeroporto da Pampulha seria relativo ao impacto de seu funcionamento na comunidade do entorno. De acordo com a Infraero, a administração do Aeroporto da Pampulha busca minimizar os impactos das operações da aviação regular, somente autorizando voos comerciais das entre 6h e 22h.
Aliado a isso, todas as eventuais reclamações da população do entorno são tratadas de forma a harmoniza -las com a legislação vigente.
Além de toda a importância para a aviação do estado, o aeroporto mantém serviços para a população que ajudam a aumentar a segurança no bairro com as presenças da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Federal e Política Rodoviária Federal.
É preciso levar em consideração que as duas maiores capitais do país, São Paulo e Rio de Janeiro, têm um aeroporto internacional e um aeroporto central, que fazem operações de curta distância e ponte aérea, em perfeita harmonia com o contexto social e aumentam a conectividade do aeroporto internacional.
Dessa forma, a Pampulha está inserida no contexto do desenvolvimento de Confins.
Histórico Construído na década de 30, o Aeroporto de Belo Horizonte possui uma pista de pousos com capacidade para até 30 operações pouso/decolagens por hora, e um terminal de passageiros com capacidade instalada para atender a 400 passageiros por hora. Está instalado em uma área de aproximadamente 2 milhões de metros quadrados, na Região da Pampulha, ficando distante 8,3 quilômetros do centro de BH.
Com o crescimento da cidade, o Aeroporto da Pampulha se transformou em aeroporto central, inserido no contexto urbano de Belo Horizonte, sendo por muito tempo o aeroporto mais movimentado de Minas Gerais. Atualmente, é o terceiro aeroporto mais movimentado do estado pelo número de passageiros, ficando atrás de Confins e Uberlândia.
O aeroporto ainda abriga a Base Aérea de Belo Horizonte juntamente com o CIAAR (Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica), sendo este o principal centro de formação de oficiais da Força Aérea Brasileira, respondendo por 76% do pessoal de nível superior da instituição. 

 

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