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discurso
carlos alberto teixeira de oliveira

Economista e Administrador de Empresas. Bacharel em Ciências Contábeis, membro da Academia Brasileira de Ciências Contábeis. Presidente da ASSEMGAssociação dos Economistas de Minas Gerais e do IBEF-MG – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de Minas Gerais. Editor-Chefe/Presidente de MercadoComum – Revista Nacional de Economia e Negócios.

Sejam bem-vindos a mais esta noite de entrega do Oscar da Economia de Minas Gerais!
Além de diversas autoridades, aqui se encontram presentes vários presidentes – CEO’s, de empresas privadas e públicas, de entidades e associações de classe empresariais, o que corrobora a relevância desta solenidade.

Cumprimento especialmente e parabenizo os agraciados deste XIII Prêmio Minas – Desempenho Empresarial – MercadoComum – 2010/2011, destacando o nome de Tadeu Barreto Guimarães, agraciado como Personalidade da Administração Pública de Minas Gerais.

Gostaria de lembrar que, nas vezes anteriores, as escolhas nesta mesma Categoria recaíram sobre as pessoas de Antônio Augusto Junho Anastasia, à época vice-governador do Estado; Wilson Nélio Brumer, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico;
Vanessa Guimarães Pinto, secretária da Educação de Minas, Fernando Pimentel, prefeito de Belo Horizonte, Alberto Pinto Coelho, presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e Márcio Araújo de Lacerda, prefeito de Belo Horizonte.

Também cumprimento e parabenizo nosso amigo Wilson Nélio Brumer, presidente do Grupo Usiminas, pela sua merecida escolha como Personalidade Empresarial de Minas Gerais deste XIII Prêmio Minas – Desempenho Empresarial.

Lembrando que esta premiação iniciou-se em 1999, os agraciados anteriores, com a mesma titulação de Personalidade Empresarial, foram, por ordem, os seguintes: José Alencar Gomes da Silva, presidente da Coteminas; Eduardo Borges de Andrade, diretor-superintendente do Grupo Andrade Gutierrez;

Antônio José Polanczky, presidente do Grupo Belgo-Mineira; Djalma Bastos de Morais, presidente da CEMIG-Cia. Energética de Minas Gerais; Salim Mattar, presidente da Localiza S.A.;- Alair Martins do Nascimento, presidente do Grupo Martins; Robson Braga de Andrade, presidente da FIEMG-Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Roger Agnelli, presidente da Cia. Vale do Rio Doce; Rinaldo Campos Soares,
presidente da Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais; Cledorvino Belini, presidente da Fiat Automóveis S.A., Modesto
Carvalho Araujo Neto, presidente da Drogaria Araujo S.A., e Murillo Mendes, presidente do Grupo Mendes Jr.

Pela sexta vez nestes treze anos e ora pela quinta vez consecutiva, a Empresa Destaque desta premiação é a Fiat Automóveis S.A. Ela obteve 708 de um total de 1.000 pontos distribuídos, de acordo com vários critérios de performance previamente definidos, o que inclui a análise técnica desde a receita operacional obtida, a expansão de vendas, o equilíbrio econômico-financeiro, a rentabilidade e vários outros indicadores
de desempenho empresarial.

Especiais agradecimentos dedicamos a todos os que nos apóiam nesta iniciativa e, em especial, àqueles que patrocinam e veiculam as suas publicidades nas edições de MercadoComum.

O maior objetivo dessa iniciativa é o de valorizar a iniciativa privada e os empreendedores de nosso Estado, além de promover o reconhecimento daqueles que estejam diretamente envolvidos nesse grande esforço que se constitui a construção de uma Minas e de um Brasil melhores e mais justos para os mineiros e brasileiros.

É exatamente na concepção de uma Minas síntese do Brasil e no valor de sua gente, da sua sociedade, da sua economia, das suas empresas e empresários que, há treze anos, surgiu essa iniciativa de ora se render, nesta noite, uma homenagem a todos
os que participam da consolidação e do engrandecimento da nossa economia.

Por isso, não será nenhuma redundância afirmar que, neste momento, aqui nos encontramos reunidos para festejar a entrega do Oscar da economia mineira àqueles que mais se destacaram, em diferentes setores e atividades, com desempenhos significativos e resultados positivos.

Esta premiação encontra-se centrada e embasada em parâmetros eminentemente técnicos, além de situar-se fundamentalmente na análise criteriosa de centenas de balanços, demonstrações de lucros e perdas, em relatórios de administração e nas mais variadas informações divulgadas pelas instituições e empresas, no dia-a-dia e junto à imprensa em geral.

O elemento mais importante desse estudo é o Ranking das Empresas Mineiras que, há quinze anos consecutivos, vem sendo publicado nas edições de MercadoComum.

O Ranking das Empresas Mineiras vem se constituindo como uma das peças mais importantes para a compreensão da nossa realidade econômica e da evolução, principalmente, das atividades empresariais de nosso Estado.

Durante a solenidade desta premiação no ano passado, percebi que aqui prevalecia um extraordinário clima de otimismo e isso se justificava, porque o PIB brasileiro crescia 7,5% e o mineiro expandia 10,9% ao ano.

Cabe lembrar que, em 2009 ao contrário, a economia mundial declinava 0,60%; a brasileira registrava também redução de 0,60% e a mineira viria a contabilizar um dos piores desempenhos de sua história, apresentando uma queda de 3,1% em seu PIB-Produto Interno Bruto.

Atualmente, as economias dos Estados Unidos e da Europa se apresentam debilitadas e com reduzidas chances de recuperação no curto prazo. As expectativas em relação à crise financeira internacional, sua extensão e durabilidade, no meu entendimento, serão determinadas pelo ritmo de
crescimento e desempenho da economia chinesa e sabemos que os seus efeitos podem ser bastante constrangedores e, ainda, de magnitude imprevisível. O Brasil, no entanto, pode se tornar um privilegiado beneficiário dessa situação, principalmente se souber aproveitar este momento e realizar as imprescindíveis e inadiáveis reformas institucionais e estruturais que tanto carece, aproveitando-se, ademais, da formidável potencialidade de seu mercado doméstico e ampla base de recursos naturais.

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De acordo com o relatório World Economic Outlook, divulgado em 20 de setembro pelo FMI-Fundo Monetário Internacional, as estimativas mais atualizadas dessa instituição apontam para um crescimento de 3,8% do PIB brasileiro neste ano, equivalendo a dizer que voltaremos a crescer menos do que a média mundial, estimada em 4,0%. Isso signficará, também, de outro lado, que o nosso crescimento econômico em 2011 poderá ser inferior à média alcançada pelos países da América Latina. Às economias consideradas emergentes ou em desenvolvimento, categoria da qual fazemos parte, é esperada uma expansão média de 6,4% – o que equivale a 2,6 pontos percentuais acima da nossa taxa de crescimento, ou seja, estima-se que o crescimento delas chegue a ser quase o dobro da nossa. E, ademais, se comparamos o crescimento projetado do PIB brasileiro ao do grupo dos BRIC’s, aí a nossa desvantagem se amplifica substancialmente.

Quero, ainda acrescentar, que essas projeções recentes do FMI podem ser consideradas otimistas, isso porque vários analistas econômicos já trabalham com uma perspectiva de crescimento da nossa economia na ordem de 3% neste ano.

Observem que, já por quase três décadas, o Brasil não tem conseguido se reconciliar com o crescimento econômico vigoroso e contínuo. A expansão de nossa economia, quando de forma expressiva, a exemplo do ano passado, configura-se como um fato isolado, fortuito, um voo de galinha, como vários economistas costumam designar.

A equação da política econômica nacional que tem vigorado torna-se absolutamente incompatível com taxas de crescimento mais expressivas e contínuas. Na verdade, boa parte dela tem atuado como uma armadilha que nos impõe a taxa de juros real mais elevada do mundo, uma moeda das mais valorizadas e uma carga tributária de causar inveja à Coroa Portuguesa durante a Derrama e à época do Brasil Colônia. A previsão
do IBPT-Instituto Brasileiro de Pesquisa Tributária é que a “descarga tributária” praticada no Brasil em 2011 alcance 36,8% do PIB – o que é muito superior aos 24% dos Estados Unidos, aos 23,0% da Rússia, aos 20,0% da China e aos 12,0% da Índia.

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Na década passada, deflacionando-o pelo IPA-Índice de Preços por Atacado, o real registrou ganhos de 50% em relação ao dólar norte-americano, tornando-se uma das moedas de maior valorização em todo o mundo.
Sintetizando-se, como a cotação do dólar em relação ao real perdeu metade do seu valor, as importações ficaram muito baratas e as exportações bastante caras, tendo como consequência mais direta, a desindustrialização, com sérios riscos da primarização da economia brasileira.

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Considero o Brasil um país muito rico. Vejam bem, somente em 2011 vamos pagar cerca de R$ 200 bilhões a título de juros sobre a dívida pública e, no acumulado destes últimos 17 anos, o dispêndio total de juros pagos ultrapassa a impressionante cifra de US$ 1 trilhão.

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Se os juros tivessem sido ¼ inferiores ao que foram, com toda a certeza teríamos resolvido a maior parte de nossos principais problemas infraestruturais. Somente no pagamento dos juros da dívida pública temos consumido 6% do PIB – Produto Interno Bruto anualmente, o que anula integralmente os crescimentos econômicos anteriormente verificados.

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É preciso deixar claro que juros altos não são os únicos instrumentos de política monetária. Existem outros e, entre vários, destaco os depósitos compulsórios, os prazos dos financiamentos, a exigência de capitalização das instituições financeiras e suas alavancagens mínimas, o IOF – Imposto sobre Operações Financeiras, além de diversos mecanismos capazes de frear e retrair a demanda, quando necessário.

Também, de outra forma, não se justificam um câmbio tão valorizado e uma carga tributária que caminha em direção ao meio dos infernos, subtraindo-nos vitais condições de competitividade.

É preciso urgentemente desarmar essa perversa combinação de fatores que penaliza e se confirma como negação ao crescimento econômico brasileiro vigoroso e contínuo. Vejo como bastante positivas algumas recentes medidas, como o início pelo Banco Central – até que enfim,
de redução do nível de taxas de juros reais praticadas no país. Este é apenas um dos caminhos, entre vários, que precisamos trilhar, assim como é imperiosa a necessidade de se reduzir a carga tributária e se conquistar um novo Pacto Federativo.

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Não basta também apenas o crescimento econômico vigoroso buscando transformar o País na 5ª maior potência econômica na próxima década. É preciso que esse crescimento incorpore novas variáveis, como as de qualidade, produtividade e competitividade.

Enfim, urge ao Brasil buscar a sua transformação em país desenvolvido, como foi o Chile declarado ao final do ano passado. Entendo que assim como vem funcionando o “Sistema de Metas de Inflação”, o Brasil deveria criar outro modelo similar, com a implantação de um “Sistema de Metas de Crescimento Econômico Vigoroso e Contínuo”. O crescimento econômico vigoroso e contínuo deve deixar de ser apenas uma casualidade, uma questão episódica, uma efemeridade, um acontecimento meramente fortuito, para se transformar, efetivamente, na grande meta econômica nacional, permeando a convolação do País em uma economia madura e desenvolvida. Tivemos vários exemplos bem sucedidos
implementados no passado, como foi o caso do Plano de Metas durante o governo JK.

Entendo ser este o caminho certo, rumo ao futuro que precisamos trilhar.
Mais uma vez cumprimento e parabenizo o economista Tadeu Barreto e o administrador Wilson Brumer pelas suas escolhas. Desejo aos dirigentes de todas as instituições e empresas agraciadas desta premiação muito sucesso e que eles continuem repetindo, com bastante êxito, essa trajetória de sucesso que muito dignifica Minas e engrandece o Brasil.
Muito obrigado pela presença de todos vocês.

*Discurso efetuado durante solenidade do XIII Prêmio Minas – Desempenho Empresarial – MercadoComum – 2010/2011,
no Automóvel Clube de Minas Gerais, dia 18 de outubro de 2011

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