Em meio às tragédias ambientais e seus impactos sociais, as Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa – ADCE  – destaca a importância da Encíclica do Papa Francisco, Laudato Si’, lançada em maio de 2015, alertando quanto ao consumismo, o desenvolvimento irresponsável que exclui seres humanos e causam graves impactos ao meio ambiente e ao clima, critica o individualismo e a globalização da indiferença, lança o quarto pilar da sustentabilidade, a ecologia cultural, e faz forte apelo à unificação de todos os países no esforço para vencer este que é um enorme desafio global dos tempos modernos.

A ADCE, através da UNIAPAC, União Internacional dos Dirigentes Cristãos de Empresas, considera que o desenvolvimento deve ser visto como um processo integral. O Papa não só faz referência para as dimensões ambientais, econômica e social da ecologia, mas acrescenta uma quarta dimensão: a “ecologia cultural” – onde nos convida a “construir lideranças que marquem caminhos, procurando atender às necessidades das gerações atuais, incluindo a todos, sem prejudicar as gerações futuras.”

“Não podemos deixar de reconhecer que a sociedade, cada vez mais globalizada, nos faz mais próximos, mas não mais irmãos” (Bento XVI, “Caritas in Veritate”). O Papa lembra que esta falta de solidariedade globalizada é precisamente o resultado da perda da nossa percepção de fraternidade e reciprocidade nas relações baseadas no princípio da gratuidade. Se não nos vemos entre nós como irmãos e se não aplicamos o princípio que salienta a respeito de que aquilo que acontece a um de nós, ocorre para todos nós, então qualquer desenvolvimento, que possamos alcançar, não será integral.

Ao definir “o clima como um bem comum”, o Papa Francisco faz coincidir o foco da sua Carta totalmente com aquele da tradição quanto à Doutrina Social da Igreja. Enquanto na Encíclica Gaudium et Spes, a Constituição Pastoral do Concílio Vaticano Segundo, o “Bem Comum” é definido como o “conjunto de condições da vida social que fazem possível para as associações e cada um dos seus membros o logro mais pleno e mais fácil da sua perfeição”, podemos afirmar então que o “Bem Comum” é o “conjunto das condições sociais e ambientais”, isto é, as condições que permitem a todos e a cada um de nós alcançar a nossa própria perfeição. Nesta linha, a UNIAPAC/ADCE adere plenamente à seguinte proposta: em “uma ecologia integral, que não exclua o ser humano, é indispensável incorporar o valor do trabalho”.

É fundamental proteger o meio ambiente se, além do mais, queremos resguardar a dignidade da pessoa humana que necessita de forma “mais plena e mais fácil” o acesso aos recursos naturais como meio para obter a sua própria perfeição.

Ao mesmo tempo que fornece à sociedade bens e serviços realmente necessários, um empresário pode criar novos postos de trabalho – mediante o uso da inovação, da tecnologia, dos recursos e do trabalho – da forma mais eficiente, amigável com o meio ambiente.

No mundo empresarial, os nossos “próximos” são os nossos funcionários e as suas famílias, as comunidades nas quais agimos, os nossos acionistas, fornecedores, distribuidores e clientes, além do meio ambiente que nos rodeia, que de uma perspectiva humana, é entendido como as futuras gerações.

Extraído da Declaração da UNIAPAC a respeito da Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, publicada em fevereiro de 2016.

 

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