Modelo mais conhecido e vendido da gama Audi no Brasil, o A3 já teve, inclusive, fabricação local, o que pode voltar a acontecer a partir desta geração que fomos conhecer na Europa. Prestes a desembarcar no Brasil (deve chegar em maio próximo), a versão duas portas do novo Audi A3, denominada de Sport, foi avaliada por MercadoComum na Alemanha, no trecho que separa a cidade de Munique da sede da fábrica da Audi, na pequena Ingolstadt, antes de sua estreia por aqui.
Na Autoban, com pavimentação perfeita, o compacto mostrou que chegará importando qualidades que comprovamos in loco para enfrentar os rivais Série 1, da BMW e Classe A, da Mercedes. A versão testada é a que primeiro será comercializada, com carroceria de duas portas e o grande trunfo que a montadora das quatro argolas guarda na manga deve surpreender o mercado: posicionar o modelo abaixo dos R$ 100 mil e deixá-lo em vantagem sobre os concorrentes.
A título de informação a nova Classe A, da arquirrival Mercedes Benz, começa a ser vendida este mês com preços a partir de R$ 99.900. Hoje, nesta faixa de valor, está posicionado modelo similar, mas antigo, o A3 Sportback 1.4 turbo, que entrega 122 cavalos de potência. O Sport que andamos e que estará entre nós em maio chegará com motor turbo de 1.8 litros e 180 cv e será o modelo de entrada na linha A3. Em ambas, o câmbio será novo também, com sete marchas e dupla embreagem, uma a mais que a versão atualmente a venda.
A bordo do A3
Foram quase 200 km dirigindo o compacto premium alemão em estradas que, em determinados, pontos deixava o condutor literalmente “pronto para voar baixo”, já que nestes locais nenhuma placa limitava a velocidade permitida. Diversão pura. A atual geração ganhou modificações sutis na aparência, mas percebe-se, facilmente, que se trata de um modelo novo.
Os traços, de forma geral, não mostram ousadia de projeto com linhas arrojadas, mas também está longe de poder ser chamado de sóbrio. O modelo de duas portas apresenta visual que sugere mais esportividade. E esta característica é notada assim que entramos no novo A3. Requintado como todo bom Audi que se preza, o Sport mantém o padrão alemão de qualidade em que se destacam os apliques de metal circundando os comandos e as saídas de ar, além de um friso que divide o painel em dois andares.
Ao se ligar o carro, a tela da central multimídia surge do centro da peça. O acabamento das soleiras das portas também é em alumínio, que se combinam ao retrovisor integrado, como utilizado nos veículos de competição. Frisos decorativos pretos, para-brisa com faixa cinza de bloqueio solar, spoiler traseiro, luz de neblina traseira e rodas de liga leve de 17 polegadas, com pneus 225/45 R17, complementam o visual.
Boa tocada
Se existe uma característica que seja marca registrada da gama A3 é a boa dirigibilidade comprovada desde o lançamento do modelo em fins da década de 90. E se o avô já nutria esta qualidade, que dirá o neto, atualizado e tecnologicamente bem mais evoluído. O torque de 25,5 mkgf é entregue a partir de 1.250 rpm e o câmbio que troca rapidamente as marchas conta com uma embreagem para as marchas pares e outra para as ímpares, o que reduz o tempo entre as mudanças e deixa o A3 Sport muito esperto na hora de pisar fundo pedal esquerdo. Tudo resulta em prazer de dirigir, acelerar o A3 nas rodovias que cortam a Alemanha é tarefa das mais agradáveis.
Outro sistema de série no novo Audi A3 Sport é o Start-stop, que também auxilia na redução do consumo de combustível e das emissões de CO2 ao desligar o motor quando o veículo está parado. Basta parar o veículo em um semáforo e colocar o câmbio em ponto morto, por exemplo, para que o sistema desligue o motor. Da imobilidade aos 100 km/h em 7,2 segundos (números fornecidos pelo importador). Para fazer ultrapassagens nos trechos livres, bastava “triscar” o acelerador que o motor falava alto e o A3 deslanchava no “tapete alemão”. Ao menor indicio que o carro vai sair da trajetória, os controles eletrônicos de estabilidade entram em ação de grudam o compacto ao chão.
Para terminar
O pacote de equipamentos da versão que será comercializada no Brasil traz ar-condicionado com duas zonas de resfriamento, teto solar, airbags frontais, laterais e para o joelho do motorista, faróis bixenônio, direção elétrica e sistema multimídia. Banco de couro apenas nas revendas da marca, não está incluído nos itens nem como opcional. Aliás, o único oferecido é o navegador GPS. As medidas de 4,23 m de comprimento, 1.77 m de largura e 1.42 m de altura, do A3 Sport mostram que o carro ficou menor, contudo a distância entre-eixos cresceu 3 cm, e foi para 2,60 m, mas quem viaja no banco de trás sofre para sair do carro, incomodo natural de todo carro com carroceria de duas portas.
A entrada da Audi no sistema Inovar-Auto irá permitir que a importadora faça uso das prerrogativas de desconto no IPI e o custo final do modelo fique mais atrativo. Ao todo, quatro mil unidades se beneficiarão desta concessão. Assim como a BMW, que confirmou fábrica no Brasil, em Santa Catarina, para 2015, a Audi poderá voltar a utilizar o espaço que lhe foi cativo na unidade paranaense da Volkswagen, em São José dos Pinhais, e passar a dividir a montagem da família A3 com a do Golf geração VII. Especulações que podem virar realidade, mas não imagine que acontecendo de fato a produção no Brasil os preços baixem substancialmente. Isto não vai acontecer. Questão de posicionamento de mercado.
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