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Júlio Onofre Mendes de Oliveira assumiu em junho de 2014 a presidência do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)..
Engenheiro civil, Júlio Onofre fez toda a sua carreira como funcionário do BDMG, onde foi estagiário e admitido como analista de projetos em 1979..
O novo presidente ocupava a diretoria de Crédito e Risco e assumiu a presidência em um momento em que o BDM tem ampliado a base de clientes em Minas Gerais..
Os resultados alcançados no primeiro semestre de 2014 refletem a assertividade do trabalho: alta de 74% no número de novos clientes e crescimento de 25% nos desembolsos..
Nesta entrevista ao MercadoComum, Júlio Onofre comenta o momento atual e as ações para atingir a meta de oito mil novos clientes neste ano..
 
MC – Qual a avaliação do momento atual do BDMG?
 
JO – O BDMG vive um momento bastante fértil. A partir do Planejamento Estratégico 2012-2015, definimos um novo modelo de negócio, implantado no ano passado.
Disponibilizamos uma plataforma on-line para a concessão de crédito e articulamosuma extensa rede de Correspondentes Bancários. As parcerias firmadas com cooperativas de crédito centrais e singulares e também com entidades representativas dos diversos segmentos empresariais, como a FIEMG, FEDERAMINAS, Federação de CDLs, são fundamentais para a interiorização do crédito no Estado. Já contamos com 210 entidades cadastradas como Correspondentes Bancáriosoferecendo atendimento ágil e especializado aos empresários, que também têm a opção de contratar seus financiamentos diretamente pela internet. Com isso, os resultados positivos foram alcançados já em 2013, quando desembolsamos o recorde de R$ 2,09 bilhões. Hoje temos uma carteira com 18,4 mil clientes ativos, a maioria micro e pequenas empresas. Neste ano, temos a meta de atingir R$ 2,13 bilhões em desembolsos e oito mil novos clientes. Além disso, temos expandido as operações de repasses de recursos do BNDES, somos líderes em Minas Gerais pelo segundo ano consecutivo em liberações de FINEM e assumimos neste ano a liderança de operações de BNDES Automático. Também temos duplo rating internacional, concedido pelas agências Standard & Poor’s e Moody’s, que nos permite fazer captações no exterior..
 
MC – O BDMG pretende fazer novas captações, seja no mercado interno ou no mercado internacional?
 
JO – Para reforçar as nossas operações, fizemos duas emissões de letras financeiras no mercado interno e três captações externas. A primeira emissão de letras financeiras foi em dezembro de 2012 e envolveu R$ 350 milhões. A segunda emissão, de R$ 247,6 milhões, ocorreu em março de 2014..
Nas captações externas, assinamos contrato com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), de US$ 100 milhões, com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), de 50 milhões de euros, e com o BID, de US$ 150 milhões. Os recursos da CAF foram destinados aos financiamentos às micro e pequenas empresas, os da AFD para projetos voltados para questões climáticas e para a universalização de serviços básicos, e os do BID para projetos de infraestrutura municipal..
Estamos diversificando o nosso funding e mostrando ao mercado internacional que somos um tomador qualificado de crédito, com a chancela do duplo rating. Já captamos o suficiente para este ano, mas estamos atentos às oportunidades futuras de novas captações..
 
MC – O BDMG criou uma linha especial para empresas nascentes?
 
JO – Sim. Sabemos dos desafios enfrentados pelas empresas em sua fase inicial, principalmente as micro e pequenas empresas, das dificuldades que têm de acesso ao crédito por falta de histórico bancário..
Por isso, lançamos em abril deste ano, em conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Junta Comercial e o Entrepreneurial Finance Lab, da Unidade de Havard (EFL), o BDMG Acredita, uma linha que fornece o primeiro crédito para as empresas nascentes, com até seis meses de registro..
A cada R$ 1 que a empresa investe, o Banco financia R$ 3. Os financiamentos vão de R$ 2 mil a R$ 15 mil e já liberamos mais de R$ 6 milhões. Nesse projeto-piloto, de dois anos, temos disponíveis R$ 60 milhões. Pra ter acesso ao financiamento, basta o principal gestor da empresa responder a um questionário disponível no site do Banco..
Dura cerca de 30 minutos pra ser completado e envolve questões de habilidades empresariais, atitudes, ética e caráter, por exemplo. As informações fornecidas são levadas em consideração na análise do crédito solicitado, que combina a identificação do perfil do empresário com a política interna do Banco. Ao final, o candidato recebe um e-mail em poucas horas com o resultado, informando se teve ou não acesso ao financiamento. Se aprovado, o empresário precisa enviar uma relação simples de documentos para o BDMG e, dentro de no máximo cinco dias úteis, o recurso é liberado na conta bancária..
 
MC – Ainda entre as micro e pequenas empresas, qual o retrato atual do BDMG?
 
JO – As micro e pequenas empresas têm um papel fundamental para a economia, já que são grandes geradoras de emprego e são fruto do perfil empreendedor dos empresários mineiros. Nesse sentido, 95% dos nossos clientes são de micro e pequeno portes, o que demonstra a importância desse segmento para nós. A maioria das micro e pequenas empresas atua no setor de comércio e serviços, um setor que registramos uma alta de 74% no número de clientes e de uma expansão de 54% nos desembolsos entre o primeiro semestre de 2013 e o mesmo período deste ano..
 
MC – Por que o BDMG expandiu sua presença no setor de comércio e serviços?
 
JO – Obtivemos esses resultados por vários motivos: o atendimento às micro e pequenas empresas, isso se deve à disponibilização de uma plataforma digital para a concessão de crédito on-line e ao trabalho dos Correspondentes Bancários, entidades parceiras do BDMG, como cooperativas, federações e sindicatos. As micro e pequenas empresas desse segmento econômico estão sujeitas às sazonalidades e percebem o BDMG como uma instituição que oferece soluções ágeis para suas necessidades, como capital de giro e recursos para expansão de seus negócios. Já entre as médias empresas, que são aquelas com faturamento anual entre R$ 30 milhões e R$ 250 milhões, disponibilizamos um atendimento especializado, com a personalização de soluções financeiras que viabilizem os projetos. Nesse sentido, um dos projetos mais importantes é o Fashion City Brasil, o maior complexo de moda da América Latina, que está sendo construído ao lado do aeroporto de Confins. Trata-se de um investimento essencial para o desenvolvimento do Vetor Norte, com aporte total de R$ 141 milhões, dos quais participamos com R$ 50 milhões.
 
MC – Como tem sido a atuação do BDMG junto ao setor público?
 
JO – O BDMG é um grande parceiro do setor público, oferecendo linhas específicas para os municípios mineiros destinadas à infraestrutura municipal. O nosso diferencial é o atendimento personalizado que disponibilizamos ao gestor municipal, orientando-o na estruturação do projeto.Fomos responsáveis por mais de 90% de todas as operações de crédito a municípios mineiros autorizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional em 2013. No primeiro semestre deste ano desembolsamos cerca de R$ 100 milhões a 131 clientes públicos. Temos um total de 448 clientes ativos.
 
MC – E quais as principais ações do Banco no agronegócio?
 
JO – Apoiamos nos últimos anos investimentos do setor sucroenergético mineiro, especialmente em novas unidades, e cooperativas de produção. Neste ano, já liberamos cerca de R$ 100 milhões para cooperativas de alimentos para animais, café em grão e laticínios. Para os produtores rurais afetados pela última estiagem, assinamos contrato com o Sicoob Central Crediminas de R$ 20 milhões para a liberação via BDMG Campo Solidário Seca. Nessa linha, cada produtor rural tem um limite de até R$ 30 mil, que podem ser utilizados apenas na recuperação de atividades agrícolas impactadas pelo efeito da estiagem prolongada.
 
MC – O BDMG tem dado atenção especial à inovação em Minas Gerais?
 
JO – Sem dúvida. Temos apoiado a inovação de várias formas. Criamos com a FAPEMIG duas linhas específicas: o Pró-Inovação, que financia projetos inovadores de qualquer setor, e o Proptec, que financia empresas instaladas em parques tecnológicos. Também fomos credenciados pela FINEPpara operar o Programa Inovacred em Minas Gerais. Temos disponíveis R$ 80 milhões para financiamentos a investimentos em inovação de empresas de qualquer setor que faturam até R$ 90 milhões por ano. Outra atuação do BDMG é por meio de aportes em fundos de investimento de venture capital, destinados a startups. Ampliamos de R$ 30 milhões para R$ 60 milhões o nosso limite de capital destinado a esses fundos, como o HorizonTI, o AvanTI e o CriatecII e III. Os fundos exercem o papel de promover a capitalização e o crescimento acelerados das pequenas empresas inovadores, implementando boas práticas de gestão e governança corporativa. Por fim, criamos a subsidiária BDMGTEC para participações acionárias em empreendimentos estratégicos para Minas Gerais. Neste momento temos participações em duas empresas, a SIX Semicondutores, e a Biomm Technology. A SIX terá um investimento total de cerca de R$ 1 bilhão e a unidade industrial em construção em Ribeirão das Neves permitirá a inserção em um setor de alta tecnologia, com forte demanda nacional e internacional, suprindo a praticamente inexistente oferta de componentes locais. O BDMG já integralizou R$ 11,9 milhões no capital da empresa. Já a Biomm é um investimento de R$ 333 milhões e será construída em Nova Lima. Ela vai ser a única empresa a produzir cristais de insulina no Brasil, retomando a produção nacional de insulina humana.
 
MC – O Brasil tem grandes gargalos no setor de infraestrutura. Quais projetos o BDMG tem apoiado em Minas Gerais?
 
JO – Sabemos que o setor de infraestrutura necessita de grandes investimentos e por isso temos apoiados projetos no nosso estado. Financiamos a construção e a ampliação de linhas de transmissão e de construção de pequenas centrais hidrelétricas e estamos atentos aos projetos rodoviários. Um dos projetos financiados é o da Companhia Transirapé de Transmissão, que vai ampliar a capacidade de suas linhas de transmissão e subestações no norte de Minas. Também estamos apoiando a Abengoa Concessões, que vai construir, operar e manter uma linha de transmissão que ligará o sudoeste mineiro à Região Metropolitana. Na área de mobilidade urbana, financiamos a aquisição de cerca de 200 ônibus que compõem o novo sistema de transporte público, o BRT Move Metropolitano. Na infraestrutura social, somos parceiros de duas Sociedades de Propósito Específico: uma é a Inova BH e a outra o Novo Metropolitano. A SPE Inova BH é uma parceria público -privada (PPP) entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a Odebrecht que está construindo 51 escolas municipais de ensino infantil e fundamental na capital mineira, beneficiando mais de 25 mil crianças. Já a SPE Novo Metropolitano é lideradapela Andrade Gutierrez e será responsávelpela construção e administração do Hospital Metropolitano Célio de Castro, na região do Barreiro. Esse hospital terá capacidade para realizar duas mil consultas especializadas por mês e 700 cirurgias mensais. Por meio de projetos como esses temos colaborado para o desenvolvimento da infraestrutura no estado. Ainda entre as grandes empresas, nos últimos anos também apoiamos empreendimentos do setor cimenteiro, como a expansão e modernização da unidade da Holcim em Barroso, na região Central.
 
MC – De que outra maneira o BDMG tem colaborado para as PPPs em Minas Gerais?
 
JO – O desenvolvimento de projetos especiais é uma das maneiras que encontramos de irmos além dos financiamentos tradicionais, colocando o nosso corpo técnico à disposição para a formatação de propostas e estudos. Formamos uma equipe especializada em modelagens financeiras, estruturação de projetos e de PPPs em diversos setores. Essa equipe também assessora empresas e entidades públicas que buscam acessar o mercado de capitais. Nesse sentido, apoiamos a estruturação da PPP do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, o BHTec, para a expansão imobiliária do empreendimento. Ao lado da Unidade Central de PPPs do governo estadual, atuamos na estruturação da concessão à iniciativa privada do Expominas II. Atuamos também em estruturações nas áreas de saneamento e de infraestrutura de fibra ótica. 
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