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Livro, lançado no dia 18 de fevereiro, na Academia Mineira de Letras,resgata e documenta aspectos significativos da história mineira

 

Ocorreu, no dia 18 de fevereiro, às 19h, no Auditório Vivaldi Moreira da Academia Mineira de Letra, em Belo Horizonte, o lançamento do livro “Jagoara – Do pó do Ouro ao pó do Tempo”, de Lêda Torres de Andrade, Editora Neutra.

Na saga de uma terra que foi o cenário de uma parte pouco conhecida da história de Minas Gerais, do século XVIII ao século XX, a contagiante narrativa do nascimento, fortuna e decadência do Vínculo da Jagoara, um conjunto de quatorze fazendas – na região de Matozinhos/MG – que produziu toneladas de ouro e teve, em seus jardins, uma igreja toda feita pelo mestre Aleijadinho. Mesclando fatos históricos documentados e fantasias romanceadas de suas personagens, a obra mostra as marcas da colonização portuguesa e da dominação inglesa, ainda visíveis no lugar. E expõe o despotismo, a corrupção e a cobiça, a par de momentos de glória, sensibilidade e ternura.

Realizado através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com o patrocínio da Ambev, o livro está sendo comercializado por R$ 40,00. Pelo projeto, 100 exemplares serão doados à Biblioteca Pública Luiz de Bessa e 50 exemplares serão enviados gratuitamente para bibliotecas públicas de cidades próximas à fazenda.

 

Lêda Torres de Andrade

Lêda Torres de Andrade nasceu em Bambuí, cidade do centro-oeste de Minas Gerais em 1993. Filha do advogado e humanista Niso Torres e da poetisa Alda Mendes Torres (Juana de Aragon), desde jovem mostrou grande pendor para as artes plásticas e literatura, iniciando uma extensa obra que hoje conta com inúmeros trabalhos, entre desenhos, pinturas e poesia. Casada com fazendeiro Galeno de Andrade, teve seis filhos e quatorze netos. Desde 1975, quando a família assumiu a propriedade da fazenda Jagoara, em Matozinhos, região metropolitana de Belo Horizonte, vem se dedicando a defender a preservação do conjunto arquitetônico do núcleo histórico ali existente. Conhecido como Jagoara Velha, é nesse núcleo que se encontram atualmente as ruínas da única igreja totalmente projetada, erguida e adornada por Aleijadinho, na fase de esplendor do barroco mineiro.

 

A Fazenda Jagoara

A histórica Fazenda Jagoara foi fundada em 1724 pelo sargento-mor português, João Ferreira dos Santos, passando em 1745 ao capitão-mor Francisco da Cunha Macedo. Sucedeu-lhe o também capitão-mor, Antônio de Abreu Guimarães, que acumulou fabulosa riqueza sonegando o quinto e contrabandeando ouro e diamante. Já velho, Guimarães arrependeu-se de seus pecados e, para obter perdão da Rainha D. Maria I, vinculou seus bens à Coroa, com a condição de realizar e sustentar cinco obras pias, dentre elas a construção de uma igreja. E assim fez. Contratou o maior dos arquitetos e entalhadores da capitania – o Aleijadinho – para executar as obras de construção e decoração da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Jagoara. Lá o artista trabalhou de 1782 a 1786, numa de suas mais grandiosas e brilhantes criações.

Sancionado o decreto de D. Maria I instituindo o Vínculo da Jagoara, em 1787, Guimarães entregou a administração de seus bens ao sobrinho e se recolheu a um convento, em Portugal. Entregue à devassidão, o coronel Francisco de Abreu Guimarães não cumpriu os compromissos assumidos pelo tio, e o Vínculo foi extinto. Já em meados do século XIX, a propriedade passou às mãos do Dr. Santos, cuja irmã – que também residiu lá – mais tarde viria a ser mãe de Santos Dumont, o “Pai da Aviação”.

Posteriormente, a fazenda foi vendida ao superintendente da Mina de Morro Velho, o inglês Mr. Chalmers, que desativou a igreja e doou a terceiros todas as suas peças sacras e artísticas. A Fazenda Jagoara permaneceu por três gerações em posse dos Chalmers, tendo passado às mãos da família da autora em 1975. Hoje, apesar do estado de ruína em que a igreja se encontra, Lêda Torres de Andrade continua lutando pela proteção desse significativo exemplar do barroco mineiro. A Igreja Nossa Senhora da Conceição da Jagoara é um atestado vivo da riqueza e pompa que caracterizaram o ciclo do ouro na província das Minas.

 

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