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Por: José Aparecido Ribeiro (Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas e fundador da ONG SOS Rodovias Federais.)

 

 

A BR 381 revela muito mais do que uma rodovia ultrapassada e traiçoeira, ela expõe um Estado decadente, sem voz e sem vez. Pior, ela nos apresenta uma geração de políticos fracos, sem ideais, omissos, todos preocupados com as suas carreiras e com os interesses pessoais. São os 300 km de estrada mais caros da história de Minas Gerais em perdas humanas. Contudo, ricos em revelações e exemplos que não devem ser seguidos pelas futuras gerações. Em qualquer País de democracias adultas e de instituições fortes, o imbróglio da BR 381 já teria sido motivo para derrubar ministros, presidentes, procuradores federais omissos, deputados oportunistas, engenheiros incompetentes e agentes públicos negligentes. Duas décadas se passaram e o tema já deixou de ser um problema em si e passou a ser um assunto de Estado.

Onde já deveriam ter seis pistas, privatizadas e seguras, mendiga-se uma rodovia duplicada. É a história do filho feio sem pai, que provoca muito barulho e pouca atitude concreta. Pelo menos duas dúzias de políticos oportunistas foram eleitos prometendo resolver o assuntos. Contudo, entra ano, sai ano, a 381 continua matando sem piedade. Há os que argumentam que as mortes acontecem por conta da imprudência, esquecem que toda vez que um imprudente age, mata um prudente e sua família. A União deveria ser responsabilizada, mas não é, valem os argumentos dos agentes da PRF, sempre repetindo a mesma ladainha: “A culpa foi da imprudência”. Bastaria fazer comparações com SP, que tem 22 milhões de veículos, e 8 vezes menos mortes do que MG, que tem apenas 7,8 milhões. Isso por si só já seria um indício de que algo está errado com as nossa rodovias de pista simples, que facilitam as colisões frontais, causa de 85% das mortes.

A Rodovia da Morte já fez deputados federais, estaduais, vice-presidentes, superintendente geral do DNIT, prefeitos, senadores e até vereadores, mas nenhum deles conseguiu apresentar resultados que mudassem o cenário. A presidente Dilma, que se diz mineira, fez promessas com pompas e direito na primeira página de jornal. O ministro Paulo de Tarso, dos Transportes, veio pessoalmente e um exército de bajuladores bateram palma e proclamaram: Agora vai… E nada aconteceu! Será que Minas terá que eleger um governador do PT ou o Brasil terá que eleger um presidente do PSDB para que a 381 seja tratada com a urgência que ela merece? Onde vivem os homens que lidam com a burocracia? É justo perguntar se eles residem em outro planeta? Ou agem pela lógica perversa da política partidária nacional, que visa tão somente o poder, pelo poder? Possivelmente, nenhum deles conhece a realidade da 381, moram longe e são insensíveis, jamais serão punidos pelo crime de prevaricação.

Se o Brasil tivesse instituições realmente fortes e autônomas, a serviço do povo, o MP Federal já teria exigido respeito pela vida e teria interditado essa rodovia, ou pelo menos parte dela. Contudo, um clube não transita no terreiro do outro e tudo segue a lógica do toma lá, da cá. Foram 10 anos e 20 milhões em um projeto executivo que prevê apenas a duplicação, quando o correto é reconstruir a rodovia, com traçado menos sinuoso e mais seguro, inclusive mais barato. Um projeto diferente daquele feito em rotas de burros há 60 anos. É inacreditável que um erro desta magnitude passe em branco e que nenhum agente público seja punido. Nas empresas privadas, quando erramos, pagamos com o próprio emprego. No DNIT, o erro virou rotina, regra e não exceção. Ele é apenas um órgãos que serve aos partidos e políticos “generosos”. Triste sina de um povo, cujo modelo político eleitoral visa atender apenas a interesses pessoais, em uma novela mexicana sem fim onde mudam-se os personagens, mas os atores continuam os mesmos.

 

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