Inimá Souza

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O consumo no país ibérico tem progressão que impressiona. Há uma década, aproximadamente, Portugal consumia, em média, 47 litros de vinho per capita, por ano. Em 2019, segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), esse consumo médio alcançou 62,1 litros per capita, ano, colocando o país no topo do consumo individual mundial, seguido da França (50,2 litros) e da Itália (43,6 litros).
Contudo, um fator importante deve ser computado nessa estatística: o número de turistas, que, anualmente, visitam o país, tendo chegado à cifra de 27 milhões, em 2019; ampliando, e muito, o consumo. Afinal, essa quantidade representa mais que o dobro da população portuguesa.
Possuindo a primeira região demarcada do mundo (Douro, 1756), grande diversidade de microclimas, variedade de castas e os mais diversos tipos de solo, Portugal elabora vinhos que encantam os apreciadores da bebida, e coloca-se na condição de liderança entre os melhores produtores do mundo.
Contando com um elenco inigualável de uvas autóctones (informes apontam que o número se aproxima de 300 uvas, algumas originadas antes da Idade Média) – todas, reconhecidamente tão boas, ou melhores que as internacionais – o vinho português é rico em diversidade, sabores e aromas, e, com galhardia, está em todas as taças espalhadas pelo mundo.
Também uvas internacionais compõem o cenário ampelográfico de Portugal, e, sozinhas ou em combinações, estão em grandes vinhos. É o caso do famoso tinto, Quinta da Bacalhôa, elaborado com a uva Cabernet Sauvignon. E há ainda, Chardonnay, Merlot e Syrah, as mais frequentes.
De maneira geral, Portugal prescinde de castas importadas para produzir seus grandes vinhos. As originais, historicamente, asseguraram a sua importância no universo do vinho. E mais, várias, individualmente, projetaram-se para diversas regiões longe dos seus “berços.”
O apreciador de vinhos as conhece: Alvarinho – antes cultivada, predominantemente, no Minho, na zona de Monção (vinhos secos e encorpados) e de Melgaço, famosa pelo Vinho Verde, é, agora, utilizada nos vinhos brancos de outras regiões do país; Fernão Pires – conhecida como Maria Gomes, na Bairrada, por sua versatilidade é usada para espumantes, na Bairrada, e brancos aromáticos na Península de Setúbal e no Ribatejo.
E mais: Arinto – é rainha em Estremadura, na zona de Bucelas, onde produz brancos considerados entre os melhores de Portugal, senão os melhores; nada mais natural para esta uva de acidez cativante e vinhos elegantes; Loureiro – seus vinhos são aromáticos e elegantes.
Entre as tintas, tenho que começar pela extraordinária, Touriga Nacional – acolhida no Douro com o nome de Touriga Fina, e, desde sempre, base dos vinhos do Porto, ampliou seu status com a produção de vinhos finos, extraordinariamente complexos, e já chega ao rol das uvas mais importantes do mundo, sem dúvidas.
Ainda: Aragonez – (é Tinta Roriz, no norte de Portugal, e Tempranillo, na Espanha), vinhos com taninos intensos com frutado elegante; Trincadeira – vinhos herbáceos e condimentados; Tinto Cão – para quem aprecia vinho com boa elegância e acidez destacada; Touriga Franca – vinhos frutados (cereja, amora) e elegantes.
Enfim, o vinho de Portugal é o todo do vinho mundial, e a qualidade segue de vento em popa, numa progressão contínua. Por conseguinte, o consumo segue junto, naturalmente.
RESTAURANTES
O Covid-19 tem abatido muitos e famosos restaurantes, e, em Belo Horizonte, não tem sido diferente. Entre os últimos, na Capital mineira, o Vecchio Sogno e o Patuscada. Felizmente, segundo noticiado, Ivo Faria não sairá de cena, e voltará com novas propostas na área. Já, Clóvis Viana, adiantou-me que, ainda na metade deste ano, abrirá nova casa, com o mesmo entusiasmo. Estamos na torcida de ambos.
ENOTURISMO
Com a chegada das vacinas, o segmente do enoturismo, em BH, se movimenta. O Felipe Ramos, da Primotur, disse-me que já faz a montagem de roteiros para a região vinícola do Sul de Minas, Vale dos Vinhedos e regiões vinícolas portuguesas. Assim seja.
Tim, tim.

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