O Vinho do inverno

Inimá Souza*

O Vinho do inverno, como é sabido, é o tinto. Aqui e nas outras partes do mundo ele é o vinho mais consumido – independentemente da estação do ano, com cerca de 80%, de preferência em relação aos demais tipos de vinho, segundo as estatísticas.

Vários fatores contribuem para isto: a ampla e histórica relação com a gastronomia, os benefícios para a saúde – quando bebido com moderação, entre outros.

Certo que o vinho nasceu para a comida, o tinto, devido a seus elementos, como taninos, acidez e álcool, é o maior parceiro da boa mesa; observado, naturalmente, a característica do vinho, a partir das uvas que origina. Alguns exemplos consagrados:

Vinho da uva Cabernet Sauvignon – considerada a uva mais importante do mundo, seu vinho é companhia para carnes vermelhas (assadas, defumadas e grelhadas), pernil e paleta de cordeiro, presunto e alguns queijos.

Vinho da Uva Merlot – menos ácida e mais suave do que a Cabernet Sauvignon, o Merlot é parceiro para carnes de caça (codorna e perdiz, por exemplo), carnes com molho de gorgonzola, carpaccio, carneiro assado, risoto, grelhados, peru.

Vinho da uva Malbec – seu vinho tem paladar intenso e muito concentrado e é companheiro de carne vermelha, carne de ave, carne de caça, risoto ao funghi, pratos feitos com cogumelos, embutidos, queijo duro, pernil assado.

Vinho da uva Carmenere – com taninos suaves, seu vinho é par com carne bovina e suína, peru, codorna, atum, salmão, massas com molho de tomate, pratos agridoces.

Vinho da uva Pinot Noir – uva elegante, delicada e complexa, origina vinho de corpo sedoso e taninos macios, companhia para faisão, codorna, javali, porco, pato, presunto, atum, salmão.

 Vinho da uva Syrah/Shiraz – tem corpo potente, redondo, tanino muito expressivo. É acompanhamento para churrascos, grelhados, carne de caça, guisado de carne bovina, cordeiro e porco, peito de frango frito, carnes grelhadas.

Vinho da uva Tannat – vinho encorpado, tanino potente e acentuada adstringência, é parceiro de churrasco de carne bovina, cabrito, grelhados, embutidos, confit de pato.

Vinho da uva Tempranillo – taninos doces e baixa acidez embalam o corpo robusto desse vinho, parceiro de lasanha, espaguete a bolonhesa, ovelha, carne vermelha, pratos de tempero forte, macarrão com carne.

Vinho da uva Cabernet Franc – em geral, é o oposto do Cabernet Sauvignon, ou seja, corpo menos robusto, acidez menor, tanino suave, o que o torna acompanhante de carne bovina cozida, porco, peixes de sabor forte, coelho, fondue de queijo, cordeiro, presunto.

Vinho da uva Touriga Nacional – volume, elegância, taninos finos, complexidade, potência. É este o perfil do vinho; ideal com carne de vitela, champignons, cabrito assado, presunto, faisão, pato e alguns queijos.

Vinho da uva Sangiovese – de grande corpo, seco, taninos vigorosos, é companheiro de massas, pizzas, carne ao molho, caça, ensopados.

Ante as centenas de vinhos distintos, elaborados por todas as partes, o tinto tem a primazia de cumprir o objetivo primeiro do vinho: ser a alma gêmea da comida.

O Inverno, pois, é apenas uma fração do seu tempo.

RESTAURANTES – O RENASCIMENTO

São lágrimas de sangue o que o segmento chora. As perdas são imensuráveis, e como na lenda da Phoenix, será preciso renascer das cinzas, mas, de olho em um mundo novo, que imporá mudanças amplas, a partir do conceito ao modus operandi.

Para tantos, o renascimento condicionará, antes, renegociação de contratos locatícios (exceto, se o restaurante quiser ter, no locador, um sócio majoritário nos lucros), endereço e instalações condizentes com novas condições de demanda, novos procedimentos no relacionamento com fornecedores, e por aí afora. Inovação é uma palavra chave.

Tim, tim.

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