Com seus 98 mil quilômetros quadrados, dos quais, cerca de 230 mil hectares são de vinhedos, Portugal fez, há quatro décadas, uma revolução em sua vitivinicultura ao produzir vinhos tintos com perfil internacional. Os famosos Porto e Madeira que, sempre foram, durante séculos, as referências de grandeza do vinho português, já não eram os únicos.

A revolução dos tintos, maciçamente elaborados com o rico e diversificado elenco de cepas autóctones – que, coloca a viticultura portuguesa numa posição inigualável no mundo, graças à quantidade (afinal, são cerca de 250 cepas) e, por outro lado, emprestando-lhe um carácter quase folclórico, devido a nomes como, Antão Vaz, Pé Comprido, Esganosa, Dedo de Dama, Rabo de Ovelha, Padeiro de Basto, Pintosa, Amor-não-me-deixes, Alvadurão, Fernão Pires, Tinta Engomada, Bastardo, Tinta Martins, Português Azul, Coração de Galo, Farinheira, Vinhão, Ratinho, Borrado das Moscas, Dona Joaquina, Carão de Moça, Carrega Burros, Mulata, Babosa, Caramela, Deliciosa, Rabo de Lobo, e mais e mais), mudaram as referências vinícolas do país.

Com tamanha diversidade e qualidade, o país pode produzir, na maioria de suas 14 regiões demarcadas – Douro, Dão, Alentejo, Vinhos Verdes, Bairrada, Trás-os-Montes, Beira Interior, Lisboa, Algarve, Tejo, Madeira, Setúbal, Távora, Açores -, tintos que, logo conquistaram seus espaços no mercado internacional. Alguns deles, destacados globalmente, usam, sim, as chamadas uvas globalizadas, caso do Quinta da Bacalhoa (Cabernet Sauvignon).

Consolidada a posição mundial dos seus tintos, Portugal iniciou, há pouco mais de uma década, uma segunda revolução, nessa, com os vinhos brancos, cuja qualidade, a despeito do pouco tempo, vem obtendo reconhecimento dos apreciadores e premiações da crítica por todos os lados.

De novo, são as uvas nacionais que, ao lado do conhecimento e da tecnologia, fazem protagonismo nessa ascensão dos brancos. Se antes, vinho branco e, especialmente, vinhos verdes, significava uva Alvarinho, nessa trajetória revolucionária muitas outras vêm se destacando, como, Arinto, Loureiro, Bical, Cercial, Maria Gomes, Encruzado, Trajadura, Malvasia Fina, Gouveio, Boal, Rabigato, Viosinho, Avesso, Fernão Pires, Rabo-de-Ovelha, Antão Vaz, Roupeiro, Verdelho, Azal, Pedernã, e dezenas de outras.

Uma nova visão da enologia é fio condutor dessa revolução nos brancos. Ao adotar uma inovadora postura em relação ao terroir, clima, solo, e obediente à qualidade de suas uvas, o produtor português dá um salto extraordinário à sua viticultura e, assim, alarga as fronteiras das regiões vinícolas capazes de produzir vinhos brancos.

O Minho, sem perder sua condição de grandeza com a Alvarinho, não mais está só como protagonista dos vinhos brancos de Portugal. Regiões, historicamente produtoras de tintos, passaram também a produzir brancos. Na região do Dão, a então discreta uva, Encruzado, ressurge com força na produção de destacados brancos. O Douro, de pouca chuva e temperaturas elevadas, aproveita suas mais frescas altitudes para a produção com a Rabigato, Viosinho, Malvasia, entre outras. Mesmo no bem quente Alentejo, adotou-se cepas capazes de produzir brancos com destacada acidez, Arinto e Alvarinho, por exemplo.

Enfim, hoje, todas as regiões vinícolas de Portugal, orientando-se, em maior ou menor grau, pela tradição local produzem vinhos brancos, e ótimos brancos que, cada vez mais, disputam a preferência do consumidor, mundo afora.

E, como é uma revolução recente e em curso, mas, já com resultados que dignificam a sua produção, Portugal redesenha a sua posição no mapa vinícola do mundo.

WIines of Chile on the road

Com esse título, a Wines of Chile deu início a uma série de eventos com vinhos Premium, para executivos e consumidores, em três cidades brasileiras, começando por Belo Horizonte. Na Capital, o evento, em sua primeira edição, foi realizado no Espaço Meet, no dia 06 de agosto.

Foram apresentados vinhos produzidos por 13 vinícolas (Aresti, Baron Phillipe de Rothschild, Casas del Bosque, Cono Sur, De Martino, Indomita, Los Boldos, Nobel, Tres Palacios, Viña Morande, Viña El Principal, Viña Maquis e Terranoble), num total de 70 rótulos.

Com essas vinícolas, três grandes regiões chilenas foram mostradas no evento: Costa, Andes e Entre-cordilheiras, nos vales de Cachapoal, Casablanca, Colchagua, Curicó, Maule e Maipo.

Entre as atividades destinadas ao trade da Capital, um masterclass do sommelier, Diego Arrebola, três vezes eleito o melhor sommelier brasileiro (2012, 2016 e 2018).

Obra Prima
Integrantes do trade e convidados tiveram oportunidade de participar de degustação de vinhos da Importadora Obra Prima, pelas mãos da Hipper Frios, e condução do gerente nacional de vendas da Importadora, Humberto Grzybowski, no restaurante Ancho Lourdes, dia 03/07. Os vinhos degustados, pela tabela da Hipper Frios, possuem boa relação preço/qualidade.

Magnum
A Casa Rio Verde trouxe a Belo Horizonte, no dia 25/07, o enólogo português, João Santos, para duas degustações destinadas ao circuito profissional da Capital. Entre os vinhos degustados – com predomínio da região do Dão -, exemplares de Carlos Lucas (leia-se Magnum), Ribeiro Santo, Maria Mora e Quinta da Alameda, todos trazidos pela Casa Rio Verde que, vem ampliando o seu portfólio com surpreendentes vinhos.

Casa do Porto
O happy hour da Casa do Porto continua sendo um delicioso programa para quem gosta de uma boa taça de bom vinho, acompanhada de pratos ligeiros e/ou gostosos petiscos a preços muitos convidativos. A carta de vinhos é rica e o ambiente tranquilo e confortável. Tim, tim.

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