Urgente atenuar os atuais níveis de concentração de renda
Urgente atenuar os atuais níveis de concentração de renda
Urgente atenuar os atuais níveis de concentração de renda

Urgente atenuar os atuais níveis de concentração de renda

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira – Presidente/Editor Geral de MercadoComum

Neste momento em que o País está apreensivo pelas suas dificuldades que considero momentâneas e por isto impossibilitado de enxergar o futuro que tem em suas mãos, precisamos ecoar um grito de esperança, otimismo e fé. Mas, também, deve ressoar um clamor pela adoção de atitudes novas, corajosas e criativas por parte da Sociedade e do Governo, único caminho para que o sonho se torne real.

Só o crescimento vigoroso torna plástica a economia, criando condições para que as ações conscientes e deliberadas do Governo e da Sociedade possam atuar no rumo da atenuação dos problemas sociais e da desconcentração da renda e um lado, e da modernização do aparelho produtivo, de outro. A estagnação da economia enrijece-a, afastando a possibilidade de modificações em sua estrutura e em seus conteúdos.

A modernização efetiva do País requer, de forma urgentíssima, a imediata atenuação dos atuais níveis de concentração da renda.

A estrutura vigente nos dias atuais de repartição de renda é incompatível, em termos econômicos (à parte os aspectos de ordem ética, social e política) com qualquer proposta de modernidade que se queira apresentar ao País. De fato, tal estrutura cerceia a plena utilização do enorme mercado potencial, enquanto instrumento dinamizador da economia. Ademais, deprime as condições de vida e, por conseguinte, o potencial de trabalho da maior parte da população brasileira.

Os problemas da área social podem comprometer seriamente os resultados econômicos desejados, e vice-versa. Portanto, o social não pode ser tratado como um apêndice do econômico, mas como parte integrante de um processo mais amplo e equitativo de desenvolvimento socioeconômico.

Desenvolver ações de cunho compensatório e meramente assistencialista atenua, momentaneamente, as carências mais imediatas, mas não resolve de maneira definitiva os problemas sociais. Há que se conceber políticas de redistribuição efetiva da renda, acoplada ao crescimento vigoroso, contínuo, consistente, sustentável e harmônico da economia.

Tomo aqui algumas palavras do ex-ministro da Previdência Social Roberto Brant, em artigo publicado recentemente nesta publicação:

“Durante os anos 40 e 50 do século XX o Brasil crescia rapidamente, mais do que o resto do mundo, e ao mesmo tempo se urbanizava e se industrializava, dando a todos a impressão de que não haveria limite para o desenvolvimento. Vivíamos cada dia com a convicção, quase a certeza, de que os amanhãs seriam cada dia melhores. Na política quem encarnou este estado de espírito e esta confiança foi Juscelino, desde seus tempos de prefeito revolucionário de Belo Horizonte até a Presidência da República. Os anos JK não são um mito nem uma simplificação histórica, eles existiram de fato mesmo admitindo-se que processos históricos são experiências complexas.

Refletindo sobre Juscelino penso que dois traços de sua personalidade foram decisivos para o papel que ele desempenhou. Um traço era sua fixação no futuro, um olhar sempre fixado no mais longe horizonte, que lhe permitia transpor as armadilhas do presente e o peso do passado, sem vacilações ou dúvidas. O outro, igualmente poderoso e transformador, era a disposição fraterna e pacífica do seu espírito, que não alimentava ódios ou ressentimentos e esfriava a oposição num ambiente da mais ampla liberdade. Na política absorvia todos os golpes, até os mais extremos, e estava sempre pronto para o perdão. Não há exemplo similar em nossa história republicana, em que a regra é o conflito e a retaliação.”

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