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A pizza, iguaria que salva qualquer pessoa da fome em todas as partes do mundo, vai ganhar o seu museu. Será no Brooklin, em Nova Iorque, com abertura prevista para outubro, com funcionamento sazonal. A notícia, dada pela dona da ideia, a americana Namelesse Network, inicialmente foi muito bem aceita, até que um grupo de pizzaiolos italianos chutou o balde: “A pizza é napoletana”; “Il museo della pizza e Napoli”; “Da New York fate il Museo Dell’hamburguer!”.

E está instalada uma praça de guerra entre americanos e italianos por causa da pizza. Uma briga que, pelo jeito, vai durar muito tempo. Os italianos criaram e fazem a melhor do mundo, mas os americanos adotaram a pizza e abriram a maior rede de pizzarias do planeta. A iniciativa da Nameless Network seria muito boa se tivesse o apoio dos italianos, pelo menos para discutir o assunto. Inicialmente, o chef Gino Sorbillo admitiu a ideia, mas voltou atrás e juntou-se aos seus colegas napolitanos para protestar firmemente contra a Nameless.

O site do museu – themuseumofpizza – informa que os visitantes que conseguirem seus tíquetes para ver as atrações terão muitas surpresas que, certamente, os italianos não ofereceriam caso o espaço fosse erguido na costa do Mediterrâneo. A tecnologia prometida pela Nameless seria substituída por um roteiro contemporâneo inteiramente baseado na rusticidade empregada pelos pizzaiolos de Nápoles na preparação da sua pizza.

O Museu do Brooklin – “MoPi” –  terá salas pra interatividade do público com a historia da pizza (se a história americana ou italiana… não sei!); galeria com os trabalhos de vários artistas sobre como eles veem a pizza; uma fun-house; um “laboratório da pizza”; a “Pizza Zen” – experiência com os sentidos e sons (só pode ser da pizza!); o Porão da Pizza; filmes oficiais do “MoPi” a “Pizza Beach” – uma galeria que deve ser estonteante (será uma pizza de areia?); e mais “surpresas” que estão no cardápio.

Considerados “históricos” como pizzaiolos em Nápoles, os chefs Gino Sorbillo, Alessandro Condurro, Antonio Starita e Enzo Coccia protestaram com apoio da imprensa local, mas não vão interromper o projeto americano. A Nameless tem incríveis projetos de vanguarda e, no fundo, eles não esperam que os italianos viagem até Nova Iorque para ver o museu quase cibernético que muitos deles já consideram uma blasfêmia.

Os italianos têm razão para protestar? Motivo, têm. Razão, nem tanto. 

A polêmica das últimas semanas na Itália cresceu e criou uma divisão entre imprensa, pizzaiolos, comerciantes e público. Afinal, trata-se de um Patrimônio Mundial que está sendo usado (bem ou mal) por quem só tem ligação comercial com ele – para se visitar o Museu MoPi paga-se 40 dólares por um tíquete que dá direito, também, a saborear uma fatia de pizza feita no local (parte da arrecadação tem destino beneficente).

Os aspectos paralelos são interessantes: por que o napolitanos já não já não abriram o autêntico Museo della Pizza em Nápoles, a capital e berço da mais famosa iguaria do mundo? Por que condenar os americanos, que tiveram uma iniciativa que só ajuda e não atrapalha em nada a trajetória histórica da pizza?

Alguns dos envolvidos no protesto acham que os americanos deviam abrir o “Museu do Hamburger” e, não, o “MoPi”, numa referência clara de que a Pizza tem Pai, os napolitanos; o hambúrguer também, os americanos. Só que o hambúrguer é criação dos alemães do Século XVIII e levado para a América pelos imigrantes no Século XIX. Quem tem de abrir um Museu do Hamburguer são os alemães. No caso, o museu americano devia ser do Barbecue, esse molho esquisito para a carne assada deles.

O que aconteceria se os italianos criassem em Nápoles um “Museu do Hamburguer”? Os americanos fariam esse auê para protestar? Segundo o blogueiro italiano Emanuele Bonati, criticado pelos pizzaiolos por ter sido um dos primeiros a anunciar o MoPi, o centro da polêmica criada está no fato de que os italianos deveriam criar tal museu antes dos americanos, perderam o bonde da historia e agora querem brigar e chamar a atenção para o lado deles.

O pizzaiolo Rosario Procino, que mudou sua pizzaria de Milão para Nova Iorque e faz o maior sucesso lá, tem razão quando diz: “não tem nada de mais em se abrir um museu da pizza fora da Itália. Podia ser em Nova Iorque ou em São Paulo, no Brasil”. Afinal,museu não quer dizer necessariamente “coisas velhas”.

Aliás, por que Minas Gerais ainda não tem o seu Museu da Cozinha Mineira? Algumas iniciativas que poderiam responder à pergunta já foram tomadas, todas com aquele jeitinho mineiro de tirar proveito dos assuntos em evidência através de pessoas completamente por fora deles. Não foram pra frente. 

O meu projeto, a “Casa da Cozinha de Minas”, esteve em mãos que poderiam executar a ideia, mas o poder mudou de mãos e virou arquivo. Por enquanto. Se o novo projeto “Cozinha Mineira – Patrimônio Mundial Imaterial da Humanidade da UNESCO” vingar, o Museu de Minas pode ter sua chance final!  

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