A mobilidade urbana tem se transformado de forma acelerada e significativa em todo o mundo. As atuais demandas, tendências e padrões de exigência por parte dos usuários têm impulsionado o surgimento de novas soluções tecnológicas em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo. Somado à velocidade desse ecossistema, temos o desafio da mobilidade urbana sustentável, que exige a adoção de novos modelos, capazes de trazer soluções para urbanização contemporânea e para o aumento da frota de veículos nas cidades, aliando isso à ações sustentáveis.

Em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro ou qualquer outra metrópole mundial, o trânsito gerado pelo alto número de veículos individuais dificulta a locomoção das pessoas, afeta o meio ambiente e compromete a qualidade de vida pelas condições estressantes dos engarrafamentos, concentrados, principalmente, nas regiões de maior densidade populacional. A grande missão das empresas de mobilidade, nesse sentido, implica em buscar alternativas reais e inovadoras – que não significa apenas inventar novas tecnologias -, mas também criar soluções inteligentes de deslocamento para um público que desafia diariamente as leis da física, disputando espaço com outros passageiros nos transportes coletivos ou com outros carros nas ruas.

Hoje podemos perceber que a tecnologia vem mudando a maneira com que as pessoas consomem e que essa tendência irá transformar a cultura da mobilidade urbana. Influenciadas pela economia colaborativa – conceito de rede na qual as pessoas acessam a bens e serviços através do compartilhamento, ao invés da aquisição – já podemos notar um movimento no comportamento das pessoas que passaram a basear seus hábitos de consumo em escolhas inteligentes e sustentáveis, focados no coletivo. Compartilhar a possuir, essa é a megatendência global e secular.

Muitas pessoas, por exemplo, estão deixando de comprar carros particulares ou até mesmo vendendo os seus próprios, para optarem por novas formas de deslocamento. No entanto, trocar o veículo individual pelo transporte compartilhado ou optar por formas de locomoção mais sustentáveis é ainda uma atitude que exige mais do que boa vontade e trazer o diferencial em uma sociedade que há décadas valoriza o carro como principal meio de transporte se torna a chave para esse processo de transformação.

A mobilidade como serviço ou Mobility as a Service (Maas), caracterizada pela oferta de transporte personalizado, integrando os mais diversos modais em uma mesma plataforma com o objetivo de ampliar as alternativas de deslocamento das pessoas é, sem dúvida, o caminho para a construção da mobilidade urbana mais sustentável e harmoniosa nas grandes cidades. O centro crucial dessa solução está em buscar a viagem mais eficiente, considerando toda jornada do passageiro, desde da saída de casa até o seu destino final, com segurança, pontualidade, rapidez e economia.

Transformar as cidades em um melhor lugar para viver deve ser o principal propósito de uma empresa do setor de mobilidade. Para atingir este objetivo, é extremamente importante uma estreita colaboração entre os mais diversos operadores do setor e o poder público, buscando, não somente as novas tecnologias, mas também inovação, criação de valor e a transformação desse serviço, com a disponibilização de um sistema inteligente e conectado, capaz de interligar as cidades.

Assim, mais do que dar opções – desde táxi aéreos, passando por carros compartilhados peer to peer e táxis e chegando até a opções de micromobilidade, como os patinetes ou as bicicletas, chamados de “última milha”, aquela última pernada em áreas com alta densidade de trânsito – será possível sugerir qual o meio de transporte mais eficiente para o usuário, de acordo com a sua necessidade naquele momento específico. Ser capaz de processar diferentes dados e informações para lhe oferecer essa informação na interface de um aplicativo é, realmente, entregar o que chamamos hoje de mobilidade como serviço. Esse é o futuro que precisamos construir hoje.

*Pedro Meduna é atualmente Country Manager da Cabify Brasil e antes disso foi CEO de uma plataforma de caronas chamada Tripda

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