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O governador Fernando Pimentel, com a inquestionável vitória sobre Pimenta da Veiga no primeiro turno das eleições de outubro de 2014, surge como uma das três principais lideranças do PT em nível nacional, a caminho de se ombrear com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidente Dilma Rousseff, e se credenciar, mesmo sem postular, para ser lembrado como candidato à presidência da República em 2018, se Lula não vier a ser ou não puder ser candidato..
Lula é o candidato natural do PT. Não tem nenhum concorrente dentro do seu partido. Nenhum mesmo..
Nem sequer um nome apenas para figurar como candidato e aparecer na imprensa. Assim, Lula reina absoluto no PT. Em não havendo nenhum acidente de percurso, seria apenas homologado pelo partido..
Pimentel, como liderança partidária nova consagrada pelas urnas, se obtiver êxito em seu governo e conseguir manter a popularidade, poderá naturalmente vir a ser considerado como um “regra três” de Lula..
Assim, se Lula, por qualquer motivo (saúde, por exemplo), não puder ser candidato, não há dúvida de que Pimentel poderia, com o respaldo de Dilma Rousseff, de quem foi ministro e da qual goza de total confiança, ser içado à condição de candidato..
Esta perspectiva é potencialmente factível, porque os outros governadores eleitos pelo PT são de estados de menor importância política e econômica que a de Minas. E os políticos de expressão nacional no PT dependem dos instrumentos, ferramentas, atribuições, funções ou cargos políticos que a presidente lhes conferir..
Para consolidar sua liderança, Pimentel tem um longo caminho a percorrer. Vai sofrer as agruras de um mandato de quatro anos, enfrentar imensas dificuldades para comandar um estado falido e em plena recessão econômica. Dada a sua proximidade com a presidenta Dilma Rousseff, as conversas entre ambos têm sido frequentes. Assim, tem, de antemão, apoio federal total e completo, seja político ou administrativo..
E os recursos? Será que virão a tempo e a contento os recursos de que precisa para tocar, com êxito, o seu governo? Será que os repasses voluntários virão mesmo, já que os constitucionais terão de vir de qualquer jeito? Foi a presidente que lhe possibilitou as condições indispensáveis e necessárias para disputar o governo do Estado e contribuiu decisivamente para neutralizar as resistências de Clésio Andrade à aliança do PMDB com o PT. Dilma lhe deu um poderoso respaldo para ser candidato ao governo do estado, com reais possibilidades de vitória. Em compensação, Pimentel garantiu à presidente uma vitória consagradora em Minas sobre o ex-governador Aécio Neves, cuja derrota no Estado não estava nos planos tucanos..
Sobre a situação financeira e fiscal do estado, até princípios de dezembro, o governador Fernando Pimentel ainda não tinha recebido nenhuma informação concreta..
Mas, pelos primeiros levantamentos, o erário público de Minas está à míngua, o estado tem uma dívida monstruosa que supera a casa dos R$ 80 bilhões com pesados encargos..
Pimentel vai penar com esta pesada herança e a falta de recursos para administrar o estado e honrar os compromissos do tesouro estadual..
Segundo Alberto Pinto Coelho declarou aos jornalistas no dia 24 de novembro, o estado iria fechar o exercício com as finanças equilibradas, com os compromissos financeiros em dia. Pinto Coelho queixou-se de que os recursos federais escassearam e até o Banco do Brasil deixou de repassar R$ 900 milhões comprometidos por contrato com o erário estadual, o que levou o governo de Minas a entrar na Justiça contra o banco..
Afirmou ainda que, em dois encontros com Pimentel, franqueou à equipe de transição todas as informações necessárias e lhe garantiu que os compromissos do erário estadual estavam em dia. Mas, a arrecadação estava em queda devido à retração da atividade econômica no estado. E, se o governo federal zerar as alíquotas da CIDE, Minas vai perder nada menos do que R$ 300 milhões..
No entanto, é evidente a falta de recursos no tesouro estadual e sem recursos, Pimentel vai precisar muito dos repasses e do socorro do governo federal que, certamente, não lhe faltarão com transferências voluntárias, embora o rombo nas finanças federais cheque aos R$ 100 bilhões. Pimentel certamente deverá ter prioridade absoluta nas conversas com a equipe econômica do governo federal para conseguir a liberação, a tempo e a hora, dos recursos de que precisa. Aí é que entrará a autoridade da presidente Dilma Rousseff..
Não será fácil ao governador esta travessia. Mas espera receber um bom tratamento do governo federal para cobrir os déficits nas contas públicas estaduais e suprir as necessidades urgentes do estado, já que tem o apoio administrativo e político da presidente Dilma Rousseff, com quem, desde os tempos da guerrilha contra a ditadura, mantém estreitos laços de amizade e de cujo governo foi ministro da Indústria e Comércio..
Pimentel, em governando o segundo estado mais importante do país política e economicamente, terá de garimpar recursos, cortar despesas supérfluas, examinar os critérios de aposentadoria, como os das Polícias Militar e Civil, e reunir instrumentos eficientes e eficazes para bem administrar o estado, com a precariedade de recursos e se credenciar a naturalmente voos mais altos, como também para influir nas grandes decisões nacionais..
Assumindo a curul governamental de um estado com inúmeros problemas em todos os setores, qual medida deveria adotar ao longo de seu governo, para não decepcionar o eleitorado que nele confiou? Ou para não praticar um estelionato político, fazendo o contrário do que pregou na campanha eleitoral? Como já demonstrou lautamente ter capacidade e experiência administrativas, jogo de cintura para administrar com recursos escassos, além de visão e tirocínio político adquiridos nos cargos públicos que ocupou nos níveis municipal e federal e uma sólida formação acadêmica, como economista e professor que é, Pimentel certamente não deverá trair a confiança da população..
Pimentel sabe que não são poucas nem pequenas as dificuldades que vai enfrentar ao longo do seu mandato, em face das condições precárias em que se encontra o erário público mineiro, que vão obstaculizar e muito o cumprimento de seus compromissos de campanha e as realizações de que precisa para se credenciar a patamares além do governo de Minas..
Um desafio gigantesco está a exigir um esforço hercúleo do governador: administrar o estado com as finanças em situação difícil, enfrentar a complexidade e a quantidade de problemas de toda ordem, em todas as regiões, que os governos Aécio Neves, Antônio Anastásia e Alberto Pinto Coelho não conseguiram resolver, como os de saúde, educação, segurança, saneamento básico, habitação, fome, miséria, desemprego e tantos outros..
Herda ainda outros problemas como a alta carga tributária que onera muitos setores de atividade econômica de Minas e afugentam investimentos, um modelo econômico e uma política industrial inconsistentes, uma crise mórbida na mobilidade urbana nos grandes centros e muitos outros que exigem soluções de curto, médio e longos prazos. Para solucioná-los, os recursos do estado são insuficientes. Daí, precisar e muito da ajuda federal..
Agora, sendo o govenador do mesmo partido da presidente, os tempos são outros..
O governador inicia, desta forma, uma jornada árdua, penosa, difícil, para a qual se preparou após percorrer o estado e discutir com a população os seus anseios e problemas..
Portanto, conhecimento da realidade do estado e experiência não lhe faltam. Faltam mesmo são os recursos necessários..
Para tocar esta tarefa, Pimentel conta com uma equipe competente e com muita experiência adquirida na Prefeitura de Belo Horizonte, além de novos nomes já testados na iniciativa privada e na administração pública. Fernando Pimentel terá de abrir muitas frentes de trabalho simultaneamente. Haja fôlego e dinheiro..
Estamos torcendo para que tenha êxito, porque representa a esperança dos mineiros. E, para tanto, precisa da colaboração e o apoio de todos. Mas, principalmente, dos recursos federais, porque os estaduais são escassos..
Vamos esperar. 
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