“Estado justo e ético não deve ser empresário”, afirmou o secretário de Desestatização e Desinvestimentos em palestra na ACMinas

            “Já foram arrecadados 13 bilhões de dólares em privatizações, só nos 100 primeiros dias de governo”. A afirmação, feita durante apresentação realizada na Associação Comercial e Empresarial de Minas, é do empresário Salim Mattar, que assumiu a Secretaria de Desestatização de Desinvestimentos do Ministério da Fazenda com o objetivo de gerar R$ 1 trilhão nos próximos anos com a alienação de ativos e a venda de empresas controladas pelo Estado. “O país tem mais de 134 empresas que podem ser privatizadas, 680 mil imóveis que podem ser vendidos à iniciativa privada e vários empreendimentos nos quais a participação do Estado será revista”, disse. Segundo Mattar, “um Estado justo e ético não deve ter estatais”.

            Mattar foi apresentado pelo presidente da ACMinas, Aguinaldo Diniz Filho, para quem ninguém no Brasil seria melhor indicado para assumir a tarefa da desestatização. “A sua nomeação para cargo que agora ocupa demonstra uma correta percepção, pela administração federal, dos problemas que decorrem da acentuada presença do Estado na nossa economia”, disse. “Pela primeira vez, um governo brasileiro dirige seu foco, com a seriedade que o assunto exige, para esta questão, a do Estado-Empresário, que assumiu, ao longo de muitos anos, inúmeras atribuições que extrapolam a sua competência”, afirmou.

“Trabalho de formiguinha”

            O Secretário de Desestatização revelou que decidiu ir para o governo por acreditar que precisa fazer algo pelo País. “Hoje realizo o sonho de cidadão liberal que sou, o de privatizar o que é desnecessário estar sob a administração do governo. Sempre achei que tínhamos estatais demais, Brasília demais e municípios de menos”, disse. “Temos que fortalecer os Estado e Municípios”. Mattar destacou que tem feito o papel de "formiguinha" para convencer ministros sobre a necessidade de o governo vender suas empresas.

            “Atualmente existem 134 estatais, que empregam 500 mil pessoas. O valor dessas empresas é estimado entre R$ 700 bilhões e R$ 800 bilhões, que podem ser usados para abater a dívida pública, atualmente calculada em R$ 3,8 trilhões”, disse. “Ao final deste governo a expectativa é de que restem apenas a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, e, mesmo assim, todas bem 'magrinhas'. A ideia é que na área de óleo e gás só permaneça a Petrobras. Ela é uma megacompanhia, mas não tem a eficiência e produtividade de que falam no mercado", salientou.

            Privatizar os Correios é, de acordo com o Secretário, o seu maior desafio. “Quero privatizar a EBCT a e minha equipe também. Estamos engajados neste processo e já superamos vários desafios”. Mattar destacou ainda a situação da privatização de empresas públicas nas unidades federativas. “Os Estados estão quebrados, e nossa intenção é auxiliar cada deles nos processos de venda das suas estatais. Minas Gerais é um caso típico, em que a venda da Cemig e da Copasa deverá ajudar o governo estadual a equalizar suas dividas.”

            Segundo Salim Mattar, as privatizações deverão acontecer nos próximos três anos. “No quarto ano de qualquer governo isto se torna muito mais difícil”, prognosticou.

 

 

 

 

 

 

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