Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Donec nec mauris interdum, suscipit turpis eget, porta velit. Praesent dignissim sollicitudin mauris a accumsan. Integer laoreet metus

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira
Presidente/Editor de MercadoComum

Belo Horizonte é capital de Minas Gerais, estado detentor do terceiro maior PIB-Produto Interno Bruto estadual
brasileiro. Inaugurada há 114 anos, foi uma das pioneiras no planejamento urbano brasileiro, cabendo ao engenheiro Aarão Reis a sua concepção e modelagem final. Antes, Ouro Preto era a capital do estado e, no seu apogeu, chegou a ter uma população que superava a da cidade de Nova Iorque.

De acordo com o Censo de 2010, a capital mineira contava com uma população de 2,375 milhões habitantes, considerada a sexta maior do Brasil. Já a Região Metropolitana de Belo Horizonte é a terceira maior do país, com uma população de 4,883 mil pessoas, sendo a 7ª maior da América Latina e a 62ª mundial. Na dimensão econômica, BH é o quinto mais relevante município do país, conforme estatística do IBGE, publicada nesta edição.Vale mencionar que o PIBProduto Interno Bruto municipal encontra-se centrado, fundamentalmente, no setor de serviços, que contribui com cerca de 90% do seu total. A indústria soma praticamente os demais 10%, sendo desprezível a participação da agropecuária na sua composição.

O município de BH desfruta de uma posição geográfica central privilegiada e situa-se a 434 quilômetros da cidade
do Rio de Janeiro (RJ), a 586 quilômetros de São Paulo (SP), a 524 quilômetros de Vitória (ES) e a 716 quilômetros
de Brasília (DF). É interessante observar que a distância da capital mineira a muitos dos municípios do próprio estado se assemelha e supera, em alguns casos, aquelas às principais capitais do país, cabendo destacar, entre várias, a distância a Araxá – 374 km; Montes Claros – 418 km., Poços de Caldas 451 km e Uberlândia, 556 km. De outro lado, Minas Gerais é o quinto maior estado brasileiro em área geográfica, sendo equivalente ao tamanho da França.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte destacam-se dois aeroportos: o Aeroporto Internacional Tancredo Neves,
situado no município de Confins e o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade. Surpresa? Trata-se este do nome
oficial do Aeroporto da Pampulha.

Cabe aqui uma pequena estória. Em 2006, quando se comemoravam os cinquenta anos da posse de Juscelino
Kubitschek na presidência da República, juntamente com alguns empresários mineiros, como o Aguinaldo Diniz
Filho e Arthur Lopes Filho, então presidente da ACMinas, procuramos o vice-presidente da República, José Alencar
Gomes da Silva, para propor a mudança do nome do Aeroporto da Pampulha, com o propósito de homenagear o
ilustre mineiro JK que o construiu à época em que era prefeito da capital. José Alencar também acumulava o cargo de ministro da Defesa, a quem se reportava a Infraero.

O pleito não foi possível de ser atendido devido á constatação de que, por um decreto-lei, poucos anos antes, o nome do Aeroporto da Pampulha havia sido mudado para o de outro ilustre mineiro, o itabirano Carlos Drummond de Andrade.

À época, também se comemoravam os 100 anos do seu nascimento.
Simultaneamente, o Aeroporto da Pampulha passou por um esvaziamento planejado, assentado em dois principais
objetivos, entre outros. Um deles era o de transformá-lo eminentemente em regional, limitando a sua atuação ao
nível estadual, com algumas raras exceções. O segundo, com a transferência preponderante da maioria dos voos de
amplitude nacional era o de promover a efetiva ocupação do Aeroporto de Confins, que andava com boa parte de sua capacidade ociosa.

Não nos cabe aqui discutir a procedência ou o acerto da decisão que, como já abordamos, teve as suas devidas
razões à época em que foi definido.

O que neste momento propugnamos chamar à discussão é que essas mesmas razões e argumentos que então
prevaleciam à época, atualmente não vigoram mais e ora se constituem, de outro lado, em um entrave, em gargalo e obstáculo ao desenvolvimento da própria capital.

Vamos aos fatos. As duas principais capitais brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, tiveram os seus aeroportos
Santos Dumont e Congonhas completamente expandidos e modernizados. A localização geográfica dos mesmos
oferece, em termos de risco e segurança, muito maior dificuldade operacional do que a região onde se encontra
a Pampulha. Nenhum deles se transformou em regional e a ponte-aérea entre ambos tornou-se elemento fundamental nas suas operações.

O Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, exceto quanto ao nome, praticamente ficou do jeito que era antes, não se modernizou nem teve as suas instalações ampliadas. Passou a operar quase que exclusivamente em nível regional do próprio estado, cuja área geográfica tem dimensão internacional.

Já o Aeroporto de Confins teve alguns puxadinhos aqui e acolá, as suas instalações continuam absolutamente
modestas e a constatação pior é que já se encontra com a sua capacidade de atendimento esgotada desde o ano
passado e não está incluído nos planos de privatização nem de uma expansão mais significativa no curto e médio prazos.

Contribuíram, ademais, de forma expressiva para contaminar ainda mais esta situação alguns outros fatores subsequentes.

Um deles foi a implantação da Cidade Administrativa e a transferência de quase 20 mil funcionários públicos para suas instalações e, de outro lado, a expansão vigorosa da frota de veículos no período, uma das mais elevadas da história.

Tudo isso fez com que a Linha Verde já seja considerada praticamente obsoleta, com a existência de vários pontos
de gargalhos e congestionamentos, aumentando em muito o tempo do percurso do centro da cidade a Confins. Somase a tudo isso o custo de uma corrida de táxi, que entre idas e vindas não fica por menos de R$ 200,00. E há um detalhe a mais, em sendo o destino o Rio de Janeiro ou São Paulo. É que, na maior parte das vezes, a chegada ocorrerá inevitavelmente nos aeroportos do Galeão ou Cumbica e, com isso, a despesa com táxi amplia a outros R$ 200,00 adicionais. E disso resulta uma tremenda incoerência: o custo dos táxis e o tempo despendido nos percursos aos aeroportos chegam a equivaler aos de uma viagem de carro.

Temos pela frente, no curto prazo, a Copa do Mundo e a das Confederações em 2013, além da mobilidade social e a ascensão de enormes contingentes populacionais às classes mais altas, o que faz o uso do meio de transporte aéreo cada vez mais exponencial.

Resumo da ópera: da forma como está, a capital mineira e os seus cidadãos, de maneira em geral, estão muito prejudicados e a situação atual retira bastante competitividade na atração de novos empreendimentos produtivos não só a BH, mas também ao estado. E, ademais, afugenta pessoas de fora interessadas em aqui participar de congressos, feiras, shows, espetáculos, esportes, exposições, cursos, seminários e eventos em geral ou, até mesmo, para um simples passeio ou turismo. Não se pode perder de vista, como é bem demonstrado em toda esta edição de MercadoComum, que o turismo é uma das atividades que mais cresce em todo o mundo e que contribui de forma vigorosa e sustentada para o desenvolvimento dos países.

Minas são várias e sempre esteve incrustada em diversas montanhas e isso é positivo e até muito charmoso. No
entanto, não pode ficar ensimesmada, enclausurada e sentindo-se isolada, desconectada e distanciada do resto
do país e, principalmente, dos grandes centros de decisão.

Ao contrário, precisa encurtar as suas distâncias e facilitar o relacionamento que possa trazer mais desenvolvimento
e riqueza para todos. Por isso, sou inteiramente favorável a um novo reposicionamento do Aeroporto Carlos Drumond de Andrade (Pampulha), adaptando às exigências e demandas dos tempos atuais e futuros. Isso significa, no meu entendimento, a sua modernização, ampliação de suas instalações e expansão de seus serviços. E, por fim, que seja preferencialmente privatizado, juntamente com o Aeroporto de Confins.

 

Anúncio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *