Segundo especialista, auxílio não deve reverter impacto negativo caudado pela pandemia, mas pode atenuar os danos

Para amenizar os impactos negativos do coronavírus (COVID-19) o governo tem injetado recursos na economia, como o saque emergencial de R$ 600, que começou a ser disponibilizado este mês, e nova liberação do FGTS, a partir de 15 de junho. Esta rodada de saques do FGTS deve beneficiar cerca de 60 milhões de contas e movimentar, aproximadamente, R$ 34 bilhões, segundo estimativa do  governo.  Além  desses  recursos,  a  restituição  do  Imposto  de  Renda  também  deve  ajudar  os brasileiros neste momento delicado.

Segundo Claudio Felisoni de Angelo, economista e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Consumo (IBEVAR), as medidas não  devem reverter uma possível queda  do Produto Interno Bruto (PIB), mas ajudarão a atenuar os danos. “A presença das autoridades responsáveis e as   ações   para   auxiliar   a   população   neste   momento   são   essenciais,   mas,   infelizmente,   uma desaceleração mundial já está impactando a economia brasileira, e devemos ter uma taxa negativa para 2020”, diz. O  especialista revela que  as vendas de bens  duráveis  já caíram, dependendo  das categorias, entre 30% e 40%.

Com os recursos liberados, a dica do economista é que os brasileiros tenham mais critério em seus gastos, na medida do possível. “Evidente que uma parte considerável das famílias não tem essa possibilidade, pois toda a renda é destinada ao consumo de bens correntes, mais especificamente alimentos, higiene e limpeza. Mas é aconselhável que gastem apenas com o necessário neste momento”, orienta Felisoni.

“A incerteza que ronda a população, devido ao crescimento significativo do desemprego e o receio de brasileiros empregados em serem dispensados, deve inibir ainda mais os gastos com produtos que não sejam essenciais”, completa.

Felisoni compara a crise do coronavírus com a vivida em 2008/2009. Lembra que a economia na última crise iniciou um processo de desaceleração, só revertido, em parte, após 15 meses. “É fato que desta vez medidas foram tomadas mais rapidamente, mas a intensidade desta crise nos parece maior  e,  portanto,  não  podemos  esperar  uma  superação  em  menos  de  um  ano,  com  bastante otimismo”, finaliza o economista do IBEVAR.

O IBEVAR – Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo – é uma instituição sem fins lucrativos, que se propõe a produzir conteúdo no setor de Varejo & Consumo, promover networking entre executivos que atuam nessa área e gerar negócios entre os participantes. O IBEVAR atua em conjunto com o PROVAR/FIA no desenvolvimento dos executivos de varejo.

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