Igor Castro
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Mercado Comum Publicação Nacional de Economia, Finanças e Negócios
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Qual será o futuro da privacidade de dados?

Igor Castro*

O futuro da privacidade de dados será um eterno paradoxo. Por mais que o esforço contínuo em prol da segurança das informações seja uma forte tendência favorecida pelos avanços tecnológicos, este mesmo cenário de criação de tecnologias cada vez mais robustas e completas também abre espaço para uma maior vulnerabilidade, com o surgimento contínuo de novas modalidades de roubos.

Hoje em dia, somos monitorados o tempo todo. Por onde quer que passemos, encontramos câmeras em casas, ruas, estabelecimentos ou até mesmo, nas redes sociais, onde compartilhamos nossas rotinas, hábitos e costumes. Por mais que essas tecnologias sejam criadas com um propósito positivo, seu mal gerenciamento e falta de cuidado pode causar danos devastadores. Como prova disso, uma pesquisa feita pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), aponta que os vazamentos de dados aumentaram 493% no Brasil só no ano de 2019.

Falar sobre o futuro da privacidade é uma linha tênue entre o seguro e o inseguro. De um lado, os avanços tecnológicos permitirão a melhoria contínua dos firewalls, dos sistemas de monitoramento e de controle de acesso, assim como de diversos protocolos de segurança. Mas por outro, essas conquistas também farão com que os fraudadores evoluam e descubram novas técnicas e meios para roubar os dados dos consumidores, criando artifícios, softwares e outros métodos para enganar pessoas e processos.

Neste cenário incerto, as empresas devem se preocupar em armazenar e tratar os dados permanentemente, com foco primordial no treinamento e capacitação dos funcionários. Não adianta ter o melhor sistema de proteção, sem colaboradores que estejam preparados para lidar com essas tecnologias e possíveis vazamentos. Dessa forma, todo o time entenderá a importância de proteger o dado do cliente e as consequências de seu mau gerenciamento.

Por parte do consumidor, também há a necessidade de se atentar aos dados solicitados. Preencha somente os campos necessários, nunca repasse informações que são desnecessárias e, em caso de dúvidas, sempre entre em contato com os responsáveis pela coleta dos dados.

Essas medidas de proteção vão muito além do atendimento a uma determinação legal, imposta principalmente pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). As empresas que se adequarem rapidamente à essas medidas terão uma importante chancela – facilitando, consequentemente, o fechamento de grandes contratos. Quanto maior for a confiança, melhor será o destaque da organização frente à concorrência.

Não há dúvidas de que essas tecnologias, quando aliadas à um time preparado e qualificado, contribuirão para uma redução significativa das fraudes. Contudo, isso não significa que elas serão extintas, já que do outro lado os fraudadores continuarão descobrindo mecanismos de roubo dessas informações.

É uma guerra sem fim. Ao mesmo tempo em que teremos sistemas cada vez mais seguros e com melhores artifícios de autorização, também poderemos sofrer danos devastadores em casos de vazamentos. Estaremos constantemente expostos e a melhor estratégia será sempre a de prevenção.

*Diretor de Produtos e Tecnologia na Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e RCS.

(Os artigos e comentários não representam, necessariamente, a opinião desta publicação; a responsabilidade é do autor do texto).

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