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Afinal, as turbulências externas que mexem com o mercado global nos últimos meses têm potencial de afetar as companhias brasileiras? A resposta é um enfático e preocupante sim. Apesar de estarem inseridas em um cenário macroeconômico relativamente robusto, as empresas nacionais enfrentam sérios problemas, que podem ser agravados pela contaminação de fatores negativos que vêm do mercado externo.

O mercado de capitais é muito sensível ao risco. Na crise, o princípio do fly to quality, em que o investidor busca se proteger em ativos de menor risco, é acionado, reduzindo a disponibilidade de recursos, o que limita e encarece a oferta de crédito.

Além disso, apesar de ter resultados positivos em sua balança comercial nos últimos anos, o superávit do Brasil vem sendo garantido por significativa fatia de vendas externas de commodities. Na outra mão, grande parte das importações brasileiras é composta por produtos manufaturados de alto valor agregado. Basta olhar esse pequeno retrato e percebemos que há um desequilíbrio que pende contra o setor produtivo nacional.

De acordo com dados do PIB brasileiro, o setor industrial permaneceu praticamente estagnado nos últimos três anos, com um crescimento de apenas 1%, contra 10,5% do segmento de serviços no mesmo período. Percebemos que existe uma forte e evolutiva desindustrialização do país. Outro fator que tem enfraquecido a indústria é a questão cambial. Diante de um real muito forte frente às divisas internacionais (especialmente o dólar), as empresas têm dificuldade de competir com a concorrência estrangeira, que coloca seus produtos no país com grande vantagem. Isso sem contar o problema da excessiva e complexa carga tributária brasileira.

Percebemos que o Banco Central está indicando mudar sua política monetária na direção da redução dos juros,
antecipando-se ao possível aprofundamento da crise na Europa e Estados Unidos. Hoje, bancos estrangeiros já
preveem que o Brasil terá juros de um só dígito em 2012.

Mesmo assim, não podemos esquecer que ninguém fica imune em um mundo global, especialmente aqueles que se
dedicam a exportar.

É certo que o número de falências e de recuperações judiciais de empresas ainda não foi afetado. Mas há um
grupo significativo de organizações que está se mobilizando para não ter de encarar esses problemas. A verdade é que,
acompanhando de perto o mercado, vemos crescer o número de empresas em situação delicada. Milhares de companhias, de variados portes e setores, como os de autopeças, máquinas, commodities biológicas e sucroalcooleiro, já começaram a manifestar sinais de dificuldades.

Diante disso, as empresas têm de estar atentas e preparadas para encarar eventuais problemas. É necessário adotar forte disciplina na gestão do caixa. Os gestores têm de se esforçar para ter ferramentas para uma melhor gestão dos negócios com foco no caixa, o que significa entre outros: 1) gestão do capital de giro, com renegociação de condições de compra com ampliação de prazos de pagamento, e entendimentos para reduzir os prazos de recebimento; 2) gestão eficaz dos estoques, a partir de técnicas que reduzam ao mínimo a absorção de capital de giro por acumulo máximo de estoques; 3) foco em produtos, clientes e canais de distribuição rentáveis; 4) investimentos planejados onde se enxerga (na ponta do lápis) rentabilidade, eliminando investimentos cuja rentabilidade é duvidosa ou de longo prazo; 5) melhor gestão dos ativos, liquidando ou vendendo os ativos não estritamente necessários para o negócio ou pensando em operações de sale-and-lease-back (venda de ativo vinculada a sua locação pelo antigo proprietário) para ativos não funcionais aos negócios, utilizando-se o dinheiro arrecadado nas operações para reduzir divida cara de curto prazo.

Uma possibilidade produtiva nesse sentido é formar um comitê de gestão de caixa. Aqueles que têm dívidas em
moedas estrangeiras têm de se proteger formando edge, para dirimir a exposição a riscos cambiais. Para tratar as
renegociações em um patamar favorável, é interessante montar planos eficientes de negócios para transformar as
dívidas de curtíssimo prazo em débitos de mais longo prazo.

As instituições financeiras e os mercados estão muito atentos à situação das empresas que buscam recursos.
Portanto, as corporações precisam se preparar internamente para enfrentar a atual e a futura situação econômica global, preparando-se com planos de contingência para eventuais perdas de procura por produtos ou serviços, melhorando seus processos, sua gestão e sua governança para não serem surpreendidas por um momento ainda pior, que definitivamente não pode ser descartado.

O conselho é: não demore a pedir ajuda, a montar um plano contra a crise ou a fazer um diagnóstico de como a crise
pode afetar seus negócios. Quando ela chegar, pode já ser muito tarde.

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