A expectativa é que a taxa de participação feminina cresça mais do que a masculina até 2030

As transformações tecnológicas e as mudanças previstas para o sistema previdenciário brasileiro devem alterar os padrões de participação no mercado de trabalho tanto dos homens quanto das mulheres, aponta o estudo Decomposição e projeção da taxa de participação do Brasil utilizando o modelo idade-período-corte, 1992 a 2030, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Com base nas projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a pesquisa estima que 73,3% da população brasileira estará no mercado de trabalho em 2030, ou seja, 1 ponto percentual a mais que o observado em 1992.

Segundo o estudo, a população economicamente ativa – entre 17 e 70 anos – vem apresentando aumento constante desde a década de 90 em função do próprio crescimento populacional brasileiro. Os resultados indicam que o envelhecimento da população contribui para diminuir as taxas de participação da sociedade no mercado de trabalho. No entanto, o provável aumento da idade mínima de aposentadoria deve ampliar a presença de pessoas mais velhas no mercado, elevando a taxa geral de participação.

A projeção da taxa dos homens mostra tendência ao declínio – em 2030 ela deve alcançar 82,7%, ou seja, 6,9 pontos percentuais abaixo do observado em 1992. Mas a expectativa é de elevação no caso das mulheres – a presença feminina no mercado de trabalho deve chegar a 64,3% em 2030, ou seja, 8,2 pontos percentuais acima da taxa em 1992.

A pesquisa indica que a participação feminina ainda é menor que a masculina por conta de fatores como a discriminação no mercado de trabalho e normas culturais, que estabelecem um papel para a mulher como a principal responsável pelos filhos e pelos trabalhos domésticos. Mesmo diante deste cenário, a taxa de participação feminina apresentou crescimento contínuo para as gerações nascidas a partir de meados dos anos 40, enquanto a taxa de participação masculina mostrou tendência de queda ao longo dos anos.

As flutuações da economia influenciam a taxa geral de participação da população no mercado de trabalho. Os homens, porém, são menos afetados por fatores como aumento ou redução no nível de empregos e salários por conta da expansão ou retração da economia no país.

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