por Kiko Ferreira
Orquidófilo, violeiro, compositor, cantor, violonista e otras cositas mas, o mineiro Tavinho Moura também admira, estuda e observa pássaros. Seu mais recente trabalho é o livro Vale do mutum- aves da mata atlântica , com fotos e textos bilíngues sobre as aves da mata atlântica mineira, mas exatamente da região de Ipaba.
São 127 espécies de aves e dez mamíferos retratados ao mesmo com fidelidade e poesia. O sucesso da empreitada pode ser medido pelo entusiasmo do craque em fotografia Miguel Aun: “Tavinho Moura possui a paciência do pescador, a perseverança de um tocador de viola, o ouvido treinado e o romantismo dos poetas, todos os elementos necessários para executar esta difícil tarefa”.
PAIXÃO E FÉ
A ideia do livro veio quando Tavinho soube de um projeto de reintrodução de aves silvestres que começou em 1990 e vem sendo conduzido com sucesso. Ele conseguiu autorização e passou dias e dias conhecendo e registrando a flora e a fauna da região.
“Pude trabalhar numa vasta área e viver a emoção de ver pela primeira vez o Mutum Crax blumembachii, o Saci Tapera naevia, a Jacutinga Aburria jacutinga, a Tiriba-de-orelhas-brancas Pyrrhura leucotis e outras tantas aves registradas neste livro.”, esclarece Tavinho Moura.
Inspirado na poesia de Drummond e Fernando Brant, o livro tem texto em inglês de Márcio Borges, aquarelas de Sandra Bianchi e projeto gráfico de Mariana Hardy.
TAVINHO E O MACUCO
Veja trecho de um dos textos do livro de Tavinho Moura: “Tenho um macuco de relógio. Todo dia, na primeira hora da noite, ouço o canto crepuscular do macuco. Uma voz forte, baixa, cheia de ar, dotada desses aparatos para vencer os obstáculos que, na densidade da floresta, impedem a propagação do som. Estranha voz, melancólica, emitida como clamor de vida, memória de um tempo, como se soubesse sua condenação .”
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