Em 2015, o legislador francês introduziu no Código Civil, reconhecendo o direito à sensibilidade animal, e colocou esta frase: “Os animais são seres vivos dotados de sensibilidade”.

Finalmente, longos anos vêm decorrendo nos quais os cientistas exploram toda a gama de sentimentos, ressentimentos, atividades cognitivas e até os talentos de adaptação dos animais.

Os resultados que são disponibilizados ao público, passando antes pelo crivo do ambiente científico, estão surpreendendo. Mas aos que são afeiçoados, as conclusões não se focalizam nos resultados ou nas demonstrações dos estudiosos: já tinham empatia, ou amor, pelos animais, bem conhecidas.

Os cientistas tinham atitude comportamental com eles. Dos macacos, viam o altruísmo; dos ursos, a sua capacidade de hibernar; dos silvos dos golfinhos, o significado dos sons. Só que os naturalistas, desde o fim do século XIX, para um público restrito, adotaram que a seleção natural produzia até o mimetismo.

Este mundo animal, agora tornado público, aparenta um mundo tão surpreendente e inesperado por manifestações, sejam fisiológicas, morfológicas ou comportamentais, que o aquecimento climático em curso – causado pelo egoístico comportamento humano – só ele, poderá colocar em risco o que a organização da natureza oferece.

Enfim, a inteligência animal foi reconhecida. E comentemos:

1 – A comunicação e a empatia ocorrem? Sim, e Elise Huchard, que hoje integra o Instituto das Ciências da Evolução em Montpellier (França), com ênfase, afirmou: “Negar a sensibilidade dos animais tornou-se impossível”[1].

Da sensibilidade ao gesto, deste altruísmo (dos macacos); da linguagem dos golfinhos e como decifrá-la, até os ninhos gigantes de insetos construtores, encontrados na Austrália.

2 – A habilidade e adaptação não são estranhas aos animais. Começam com o peixe na água, que podem ir, dependendo da espécie, até profundidades inimagináveis dos oceanos; com o urso negro do Alaska, por exemplo, que metaboliza, no período de inverno com a diminuição das suas reações, os quais, surpreendentemente, dormem 99% do tempo, mas que acordam por alguns minutos cada dia ou cada dois dias, e, por fim, o excepcional sentido de certos pássaros, muito além do ser humano, são capazes de se projetar no tempo, pois, quando se trata de alimento, eles memorizam até 2000 lugares onde esconderam.

Para concluir, séculos atrás, a Europa temia e se protegia de invasores alienígenas. Hoje, pesquisadores americanos e franceses estudam publicam ensaios da proliferação de 241 espécies de formigas através do mundo: muito resistentes e adaptáveis e, aos poucos, vão se colonizando em todos os continentes, produzindo destruição. Exemplos: invadiram ecossistemas indígenas e produziram destruições do Hawaii (no Pacífico) até Seychelles e Zanzibar (no Índico).

Capítulo final: o que o homem está causando à natureza é incalculável, com o ciclo infernal que principia com o aquecimento climático: reflexos no mundo animal.

Jayme Vita Roso
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