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Por: Paulo Queiroga

 

Contra a força não há argumentos

Nos eventos de turismo que a MC comparece, ouvimos operadores e agências de viagens frequentemente se queixarem de que a gigante CVC tem prejudicado os agentes de menor porte. O jornalista Paulo Atzingen, editor do Diário do Turismo, abordou esse tema em matéria de cobertura do 19 Work Shop da CVC, mega evento realizado no final de fevereiro, em São Paulo.

Quase um monopólio?

De fato, com grande ganho de escala, a CVC prejudica empresas menores e, no mínimo, altera o perfil de mercado do setor. A empresa possui atualmente mais de 730 agências exclusivas e 8.000 credenciadas em todo o Brasil.

Com isso, além de conseguir preços mais competitivos com os fornecedores, muitas empresas de menor porte não conseguem fazer os bloqueios com os fornecedores, pois a CVC faz os bloqueios e compra as diárias e os assentos nas aeronaves antecipadamente, em grande volume, chegando a praticamente monopoliza determinados destinos, como queixam os agentes e operadores menores.

A exceção fica por conta das grandes operadoras que não sofrem com o enorme poder de barganha da CVC, por trabalharem em nichos específicos de mercado.

Empreendedorismo e capital intensivo

Não se pode negar os méritos da CVC, quanto ao seu sucesso ser consequência de uma gestão agressiva e visão arrojada de seu negócio. A CVC inovou ao instalar agências próprias em shoppings centers, investiu pesado na marca e na equipe de vendas e chegou a adquirir uma companhia aérea (a Webjet) para obter preços de passagens mais competitivos.

Como toda moeda tem dois lados, algumas empresas menores têm até se beneficiado da grande escala da CVC, adquirindo seus pacotes com preço baixo e recebendo comissões pelas vendas.

Mas a grande ameaça do poder da CVC e que vem apertando os calcanhares das pequenas foi ampliada

extraordinariamente a partir de janeiro do ano passado, quando a CVC de Guilherme Paulus foi vendida ao fundo controlador Carlyle, que desembolsou R$ 750 milhões para adquirir 63,6% da mega empresa.

Historicamente composto por empresas de pequeno e médio porte, as empresas de turismo brasileiras tradicionais agoran são obrigadas a lutar frente a frente contra o capital intensivo estrangeiro. Chega-se, de fato, a um patamar realmente difícil. O cenário do setor persegue novas perspectivas em níveis inusitados.

Setor de turismo se beneficia com aumento do poder de compra nas favelas.

Pesquisa realizada pelo instituto Data Popular, em parceria com a Central Única de Favelas (UFA), revela que os moradores das favelas brasileiras consomem cerca de R$ 56 bilhões por ano, o que equivale ao Produto Interno Bruto (PIB) da Bolívia.

A pesquisa revela que a classe C cresceu muito mais nas comunidades das metrópoles do que no interior do país, com alta de quase 50% na última década (de 45% para 66%), assim como a média de escolaridade, que subiu de quatro para seis anos no mesmo período.

Novo segmento de consumidores de turismo

Há pouco mais de dois anos, o dono da empresa Vai Voando, Tomas Rabe, é um dos empresários que apostaram no consumidor de baixa renda nas favelas do Rio de Janeiro e São Paulo e hoje não se arrepende.

Com cerca de 70 lojas de vendas de passagens áreas somente em favelas, a empresa tem planos de abrir mais 50 lojas este ano, apenas no Rio de Janeiro.

“Este mercado é invisível para quem não está atento”, disse o empresário. Segundo ele, a empresa está embarcando uma média de 3 mil passageiros por mês, com 43 mil passageiros embarcados até hoje.

Consumo popular é o novo nicho

De acordo com o estudo, feito a partir de entrevistas e do cruzamento de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) com os da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o consumo popular triplicou nos últimos dez anos.

Segundo o diretor do Data Popular, Renato Meirelles, no entanto, apesar do enorme potencial de consumo de uma população de cerca de 12 milhões de habitantes, esse nicho de mercado ainda é pouco explorado devido ao preconceito.

“O morador de favela não quer sair da favela. Ele quer capitalizar isso nas marcas que usa. Esse era um mercado invisível, pois estava debaixo dos nossos narizes, mas as pessoas só enxergavam a favela pela ótica da violência e do tráfico”, disse Meirelles. Segundo ele, dois terços dos moradores de favelas do país pertencem à metade mais rica do mundo.

(Com informações da Agência Brasil)

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