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Antoninho Marmo Trevisan

 

Qualquer uma das 619 aeronaves da American Airlines em operações de pouso e decolagem no aeroportoJohn FitzgeraldKennedy seria um objeto voador não identificado em relação à difícil situação da empresa na Bolsa de Valores de Nova York. Afinal, por mais duras que sejam a crise fiscal norte-americana e suas consequências para alguns setores de atividade, a grandeza de uma companhia aérea com cerca de 70 mil funcionários, que atende 50 países e faz 3,3 mil voos diários é absolutamente contrastante com sua dura realidade no principal mercado acionário do mundo.

Última grande do setor aéreo de seu país que não havia pedido recuperação judicial, a empresa reportou prejuízo líquido de US$ 884 milhões no acumulado de janeiro a setembro de 2011, ante US$ 373 milhões em igual período de 2010. Ou seja, o seu déficit vem crescendo. Assim, nem seria necessária a concordata para que suas ações deixassem os céus de Manhattan em janeiro e terminassem o ano esparramadas nas calçadas de Wall Street, numa vertiginosa queda de 95,71%.

Tempos difíceis estes em que a terceira maior companhia aérea do país detentor de um terço do PIB mundial praticamente perde todo seu valor no mercado mobiliário em menos de um ano. Seus problemas, além da conjuntura adversa do Hemisfério Norte, são explicados pelo aumento dos custos trabalhistas e do preço do combustível, que elevaram sua dívida. Seus ativos, de US$ 24,7 bilhões, são inferiores ao passivo de US$ 29,5 bilhões, o que, a princípio, dificulta ainda mais a recuperação.

Pelo seu porte, tradição e confiabilidade, a American Airlines tem plenas condições de decolar da crise e reconquistar a saúde financeira, de modo a continuar voando. Contudo, será necessária muita aplicação, determinação e pragmatismo no tocante ao mais inexorável princípio da contabilidade: não se pode operar com despesas superiores à receita. O desrespeito a essa regra tão simples, por distintas e complexas razões, já causou a derrocada de numerosas corporações de grande porte, em especial no setor aéreo, no qual o custo é sempre muito elevado, considerando o valor dos investimentos, preço de combustíveis, folha salarial, hotéis e refeições das tripulações e estrutura logística e serviços nos aeroportos, dentre outros itens.

Quem não tem saudade das brasileiras Varig, Vasp, Transbrasil e Cruzeiro e da norte-americana Pan-Am, que foi a maior do mundo? O desaparecimento de todas mostra que a gestão e o monitoramento contábil no setor são tão sensíveis quando os joysticks de comando dos aviões de última geração. A desejável recuperação da American Arlines, que seria ótima para seus acionistas e funcionários, o mercado e a economia norte-americana, não pode prescindir desse requinte administrativo. Que prevaleça o bom senso, para que a texana empresa possa fazer valer a tradicional frase predileta dos habitantes de seu Estado: Don´t mess with Texas (não brinque com o Texas).

 

 

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