O aumento das importações de pequeno valor
O aumento das importações de pequeno valor
O aumento das importações de pequeno valor

Taxa de crescimento das importações de produtos de pequenos valores se deve a evolução digital, a pandemia e outros fatores

O comportamento do consumidor está em constante mudança. É evidente a presença de produtos de pequenos valores importados vindos da China, Índia ou Taiwan no nosso dia a dia. Interessados em vender a qualquer custo, plataformas de comércio on-line asiáticas comercializam seus produtos com isenção de impostos ou quase nada, sem taxas de entrega e dominam o mundo nesse assunto. Os principais gigantes do varejo online, Shopee, Shein e Ali Express e outras tantas plataformas, já popularizadas e com seus aplicativos instalados na maioria nos smartphones, se disseminaram mundo afora.

Para o coordenador do Núcleo de Mercado e Consumo da Fecomércio MG, Marcelo Silveira, a entrada de produtos de pequenos valores no país tem prejudicado todo o sistema de comércio, “a invasão desses produtos no mercado, muitas das vezes, de baixa qualidade, são isentos de impostos sobre importação, acabam por materializar um quadro surreal onde comerciantes legalmente estabelecidos, geradores de postos de trabalho, que recolhem suas obrigações fiscais, ficam prejudicados, não tendo condições de isonomia para competir com as plataformas e sites localizados em outros locais do mundo” enfatiza.

O comportamento do consumidor é mutável e isso se deve pela evolução da nossa sociedade. O crescimento da digitalização na sociedade facilitou os processos e intensificou a taxa de crescimento das importações de produtos de pequenos valores. Essa informação fica evidente quando, segundo o Banco Central, no ano de 2017, representando um aumento de 102,84% na taxa de crescimento das importações nas importações de produtos de pequenos valores. Com toda essa facilidade para se comprar de forma virtual: mundo cada vez mais digital; isenção de impostos dos produtos de pequenos valores no país; frete grátis e a eminência da epidemia da Covid-19 no ano de 2020, as pessoas passaram a consumir e receber em suas casas, esse tipo de produto. Com isso, muitas empresas se viram obrigadas a se adaptar ao mercado virtual para continuarem suas atividades e não fecharem as portas e atender ao novo hábito dos consumidores de fazer compras sem sair de casa.

A presença do comércio on-line no cotidiano das pessoas desde então, tornou-se mais frequente e imprescindível devido as limitações de locomoção causadas pela pandemia, preços dos produtos mais baixos e smartphones nas mãos, o hábito das pessoas já receberem em casa suas compras, joguinhos estimulantes de recompensas, retenção para promover novo consumo, produtos sem taxa de frete e importações, publicidade em massa na televisão e gerando novas oportunidades e intensificaram e viabilizaram o negócio desses gigantes varejistas internacionais. Com o número de importações brasileiras batendo recordes a cada mês, os asiáticos resolveram encurtar ainda mais o prazo de entrega dos produtos, aumentando o número de viagens fretadas para o Brasil, passando a previsão de entrega de 40 a 60 dias para aproximadamente de 15 dias para que o produto chegue na casa do consumidor.

O volume de importações de pequeno valor cresceu de forma exponencial. No ano de 2010, o valor era de 66,8 milhões de dólares, representando 0,04% das importações de bens do país segundo o Banco Central. De janeiro a outubro de 2022, o número acumulado já totalizou 9,945 bilhões de dólares, correspondendo a 4,01% em importações de bens. Os valores podem ser vistos nos gráficos abaixo.

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“Devemos nos questionar de forma incisiva em qual ambiente de negócios desejamos estar no que se refere a isonomia de condições entre os players nacionais: no que gera empregos no Brasil, recolhendo altos impostos e taxas ou nos internacionais asiáticos, que por muitas vezes condicionam trabalhadores em situação de extrema precariedade no tocante a condições de trabalho e previdência”, pontua Silveira. “Temos hoje a perspectiva de que podemos associar responsabilidade socioambiental e bons resultados nos negócios. O conceito de ESG internalizou a ideia de que a lucratividade pode vir associada a sustentabilidade”, completa.

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Para tentar equilibrar o mercado desse tipo de produto, o poder executivo, responsável pelas políticas públicas, precisa entender a dor dos comerciantes, que não conseguem competir com isonomia, pagando seus impostos, aluguel de ponto comercial, empregados com direitos assegurados enquanto os concorrentes internacionais não têm essas responsabilidades. “É preciso que o cidadão também avalie todo o contexto em que estamos inseridos. Se o preço desses produtos prevalece sobrepondo os nossos valores como sociedade organizada e responsável, diante de marcas e plataformas e que pouco apresentam valores éticos envolvidos neste comércio cross border (comércio entre países), e que hoje é um grande evasor de divisas, de empregos e de tributos”, afirma coordenador do Núcleo de Mercado e Consumo da Fecomércio MG, Marcelo Silveira.

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A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 568 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, a Fecomércio MG atua junto às esferas públicas e privadas para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo, a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.

Há 84 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.

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