MRV&CO registrou queda de 97,6% no lucro líquido e recuo de 2,8% nas vendas em 2022
MRV&CO registrou queda de 97,6% no lucro líquido e recuo de 2,8% nas vendas em 2022
MRV&CO registrou queda de 97,6% no lucro líquido e recuo de 2,8% nas vendas em 2022

Resultado financeiro do grupo mineiro em 2022 foi impacto na alta nos custos contribuiu fortemente para o resultado

Após contabilizar lucro líquido atribuído aos acionistas recorde de R$ 914 milhões em 2021, o grupo mineiro MRV&CO – que engloba as empresas MRV, Urba, Luggo, AHS e Sensia  –  apresentou queda de 97,6% em 2022 frente ao ano anterior, totalizando apenas R$ 22 milhões. O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Ricardo Paixão, ressaltou que o resultado financeiro da companhia ficou abaixo do esperado e acrescenta que a perspectiva é de “fechar no azul” neste ano.

Na comparação por trimestres, o recuo foi de 142,4%. Os efeitos não operacionais dos swaps de dívidas e de recompra de ações impactaram negativamente o desempenho do quatro trimestre de 2022.

Outro resultado negativo da companhia foi o Valor Geral de Vendas (VGV) em 2022, passando de R$ 8,101 bilhões em 2021 para R$ 7,877 bilhões em 2022. O recuo foi de 2,8%. O desempenho continuou negativo no quarto trimestre do ano passado na comparação com igual período de 2021, com queda de 14,2%. As vendas nos últimos três meses de 2022 somaram R$ 2,062 bilhões, enquanto que em igual período de 2021 totalizaram R$ 2,402 bilhões.

O diretor ressaltou que o resultado financeiro ficou abaixo do que a companhia está acostumada a apresentar ao mercado e apontou várias dificuldades enfrentadas, como o aumento dos custos dos últimos anos que se estendeu até o primeiro semestre do exercício passado, que não pode ser repassado ao mercado. “Foi a primeira vez que a gente apresentou resultado negativo no ano”, diz.

Diferente do ano passado, 2021 foi marcado por diversos recordes da companhia. Entretanto, os resultados nacionais não foram os responsáveis pelo crescimento da empresa na ocasião. O resultado foi explicado, principalmente, pela atuação da empresa nos Estados Unidos, por meio de sua subsidiária AHS Residential e pela negociação milionária junto à canadense Brookfield Asset Management para a venda de empreendimentos da startup Luggo, do grupo MRV.

Em 2022, conforme a empresa, a operação norte-americana da MRV&Co tem conseguido bons resultados nos estados da Flórida, Texas e Georgia. A operação da Resia tem duas operações distintas, uma de locação de apartamentos e outra de venda das propriedades.

Recuperação em 2023

Diferentemente de 2022, a perspectiva é de resultado melhor em 2023 para o grupo mineiro MRV&CO. O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Ricardo Paixão, afirma que vários fatores devem ajudar no resultado deste ano, entre eles a melhora do ticket médio, mudanças no plano de atuação e retorno do programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Um dos objetivos para este ano é alcançar um ticket médio de R$ 230 mil no quarto trimestre, que resultará em uma margem bruta de novas vendas de 33%. No último trimestre de 2022, o grupo já verificou melhora nesta variável, com aumento de 22,7% alcançando a marca de R$ 208 mil.

O aumento da margem bruta de novas vendas para 29% no último trimestre de 2022, que significou elevação de 10 pontos percentuais (p.p) no comparativo com o quarto trimestre de 2021, é outro componente que deve contribuir para a melhora no desempenho financeiro do grupo neste exercício.

Além do MCMV, a companhia prevê boas perspectivas com os programas próprios de estados e municípios, complementares ao programa habitacional do governo federal. Como exemplos, o estado de São Paulo com o Programa Casa Paulista e o Programa Casa Fácil, do Paraná, que possuem modalidades de subsídio complementar ao Minha Casa, Minha Vida.

Para recuperar a rentabilidade e o caixa, a companhia já anunciou que  vai reduzir as operações da MRV Incorporação. O plano da empresa entre 2023 e  2025 é sair gradualmente de cerca de 40 cidades e manter a atuação em São Paulo e nas principais regiões metropolitanas do País. A meta de entregar 70 mil unidades por ano passou para 40 mil unidades.

No MRV Day de 2023, apresentado no dia 7 de fevereiro, foi divulgada a meta de desalavancagem do grupo para os próximos anos, que busca a redução da Dívida Líquida/PL para o patamar de 19,3% a 28,5% no ano de 2025.

Um trimestre para esquecer

Foi a seguinte a análise realizada e divulgada por Ygor Altero – Analista-Chefe do Setor Real Estate da XP Investimentos: Alterne.

“A MRV (MRVE3) apresentou resultados fracos no 4T, impactados principalmente por um prejuízo líquido de R$ 333 milhões (R$ 146 milhões ajustado para eventos não recorrentes), explicado por (i) R$ 187 milhões de efeito negativo das operações de equity swap; e (ii) maiores despesas financeiras. Além disso, a alavancagem financeira (Dívida Líquida/Patrimônio Líquido) da MRV atingiu 57% (+12,7 p.p. T/T), prejudicada por uma queima de caixa de R$ 535 milhões no 4T. A receita líquida teve desempenho moderado (-13% A/A), prejudicada pela menor produção de unidades. Do lado positivo, a margem bruta das operações core ficou em 19,4% (+0,5 p.p. T/T), impulsionada pelo aumento de preços (+23,1% A/A).

Desempenho moderado da receita líquida devido à menor produção no quarto trimestre

A receita líquida da MRV&CO atingiu R$ 1,66 bilhão (-13% A/A e -2% T/T), majoritariamente em linha com nossas estimativas, mas negativamente afetada por uma queda na produção de unidades (-14,8% A/A), impactando a receita das operações core (- 13,8% A/A e -4,4% T/T).

Melhora gradual da margem bruta nas operações core (+0,5 p.p. T/T)

Do lado positivo, a margem bruta das operações core da MRV (Operações Brasileiras) aumentou para 19,4% (+0,5 p.p. T/T), e a margem bruta da MRV&CO atingiu 20,2% (+0,8 p.p. T/T), impulsionada por aumentos consistentes de preços no trimestre (+23,1% A/A e +3,5% T/T), levando a margem bruta de novas vendas para 29% (vs. 19% no 4T21).

Operações de equity swap e maiores despesas financeiras levaram a um prejuízo líquido de R$ 333 milhões (R$ 146 milhões de prejuízo líquido ajustado)

Do lado negativo, a MRV&CO reportou um prejuízo líquido de R$ 333 milhões, impactado principalmente por um efeito negativo de R$ 187 milhões das operações de equity swap no 4T. Excluindo eventos não recorrentes, o lucro líquido ajustado atingiu R$ 146 milhões, impactado por maiores despesas financeiras.

Um retrocesso no endereçamento de alavancagem; Dívida/Patrimônio Líquido das operações core em 57% (+12,7 p.p T/T)

O consumo de caixa atingiu R$ 535 milhões no 4T (R$ 286 milhões provenientes da MRV Inc.). Com isso, a alavancagem financeira (Dívida Líquida/Patrimônio Líquido) da MRV atingiu 57% (+12,7 p.p. T/T), enquanto a Dívida Líquida/EBITDA das operações core atingiu 7,5x (vs. 4,6x no 3T22), aumentando a distância até faixa de guidance da dívida (5,1x – 5,5x em 2023; 3,4x – 3,7x em 2024). (Fonte: Juliana Gontijo/Diário do Comércio – XP Investimentos – 9.03.2023)

 

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