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Por: Bruno Mateus

 

Estado se prepara para receber o maior evento esportivo do planeta de olho nas oportunidades que surgirão após a realização do Mundial

A Copa do Mundo não se resume ao gol de placa, ao drible desconcertante, à derrota inesperada e ao choro da vitória.O evento é uma oportunidade para o Brasil receber investimentos que, se bem aproveitados, deixarão marcas positivas por décadas. Uma das 12 cidades-sede do Mundial, Belo Horizonte vive a expectativa de receber milhares de turistas e mostrar ao mundo que é um destino atrativo para negócios. Segundo previsões da FIFA, Belo Horizonte deve receber cerca de 150 mil estrangeiros e 500 mil brasileiros no período da Copa – estima-se ainda que quase três mil jornalistas de todo o mundo passarão pela cidade no mesmo período. Para o presidente da Belotur, Mauro Werkema, um ponto que merece destaque é o fato de Minas Gerais ser a sede de seleções do nível de Argentina e Chile, que farão sua preparação em Belo Horizonte, e do Uruguai, que se preparará para o Mundial na cidade de Sete Lagoas, na região metropolitana da capital. “Isso é muito importante, eles trarão delegações bem maiores. Estima-se que Belo Horizonte receba de 15 a 20 mil argentinos, por exemplo”, afirma Mauro Werkema.

Oportunidade de ouro, de acordo com o presidente da Belotur, para mostrar ao mundo o que o estado tem de melhor, tanto para os turistas que aqui estiverem, quanto para os que acompanharão o Mundial de longe. “Isso nos interessa muito. Temos que atendê-los da melhor forma possível e pensar essa situação com muita competência, já que quase 2 bilhões de pessoas vão ver Belo Horizonte e Minas Gerais pela televisão”, diz Mauro, que ainda ressalta a vantagem geográfica de BH: “Estamos a uma hora de avião de duas importantes capitais, Rio de Janeiro e São Paulo”.

O setor terciário, que corresponde a 86% do PIB de Belo Horizonte, será muito estimulado pela Copa. Werkema destaca a vocação da capital mineira para a chamada economia criativa e diz que o Mundial deixará ótimas oportunidades para o mercado da moda, da gastronomia e da tecnologia da informação, entre outros segmentos de mercado. “Belo Horizonte é jovem, transita entre a tradição e a modernidade. A cidade terá uma visibilidade e uma reputação muito maior [depois da Copa]. Queremos mostrar para o mundo que a cidade pode receber eventos de grande porte. Esse é o maior legado da Copa para a capital mineira”, pontua.

 

Um belo horizonte à vista

A expectativa é de efeitos bastante positivos nos negócios, principalmente no setor de turismo. Mas é preciso lembrar que assegurar tais efeitos dependerão de diversos fatores, como, por exemplo, garantir que os turistas que visitarem Minas Gerais no período da Copa retornem ao estado também após o evento. E eles só voltarão se forem bem recebidos. A análise é do presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Roberto Luciano Fagundes. Apesar do otimismo, Fagundes se mostra preocupado quando o assunto é mobilidade urbana. “A ampliação do metrô, uma expectativa de mais de 20 anos, ainda não saiu das promessas e do papel. O BRT Move certamente não será suficiente para resolver a contento os problemas de mobilidade da capital.” O presidente da ACMinas, no entanto, vê com bons olhos as obras de melhoria do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. “A expansão, que nos projetos focados na Copa do Mundo estava muito aquém do requerido, passou, com a privatização, a levar em conta as reais necessidades”, completa.

Outro problema a ser superado, de acordo com Roberto Fagundes, é a falta de infraestrutura apropriada para receber, por exemplo, congressos de grande porte, “para cinco, seis mil pessoas”.O presidente da ACMinas acredita que a ampliação do Expominas é uma importante estratégia para consolidar Belo Horizonte como destino de eventos e negócios. “O Expominas II não só atenuará substancialmente esta deficiência, como também garantirá a viabilidade econômica para os investimentos já realizados, por exemplo, em hotelaria.” Para Roberto Fagundes, o conjunto de iniciativas e esforços para mostrar que Minas e Belo Horizonte são destinos atrativos para negócios em diversos setores é fundamental para assegurar a permanência dos efeitos do Mundial. “Espera- -se que o comércio realmente perceba esta oportunidade e aproveite, investindo na capacitação de mão de obra e perenize os avanços no atendimento, na qualidade dos serviços. Há uma perspectiva muito positiva quanto a um legado da Copa,” conclui o presidente da ACMinas.

 

Oportunidades de mercado

Sediar um evento do porte da Copa do Mundo é também estar aberto a novas oportunidades de mercado. A analista da Unidade de Comércio, Serviços e Artesanato do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG), Mônica Alencar, ressalta que o prestador de serviços deve estar atento a algumas questões básicas, como hospitalidade, cortesia no atendimento ao visitante, oferta de produtos e serviço de qualidade, que primem pela excelência.

Outro ponto positivo que a realização do Mundial deve trazer para Minas Gerais é a modernização dos serviços e um novo modo de pensar do pequeno empresário, que poderá ampliar investimentos e até mesmo expandir a atuação da empresa. Para isso, a analista Mônica Alencar recomenda: “Para se qualificar é preciso trabalhar com planejamento mais próximo possível da realidade, sem criar expectativas que não poderão ser atingidas”.

Mesmo a Copa do Mundo sendo uma excelente chance de qualificação para o empreendedor, nem só de boas ondas vive o mercado e é fundamental que o empresário esteja preparado para eventuais dificuldades no período pós-Copa. Segundo Mônica Alencar, manter o negócio com o mesmo padrão de qualidade e buscar nichos de mercado para continuar na ativa são medidas essenciais para que o empreendedor supere adversidades que apareçam pelo caminho.

Depois de 64 anos, o Brasil volta a sediar uma Copa do Mundo. O maior evento esportivo do planeta atrairá os olhares do mundo todo para o país. Belo Horizonte e Minas Gerais se beneficiarão em diversas áreas e é preciso que as condições para absorver as demandas no cenário pós-Copa sejam as melhores possíveis. “O legado mais importante que o evento deixará será inscrever Minas Gerais no cenário turístico internacional e também a criação de oportunidades em novos destinos”, pondera a analista do Sebrae-MG.

 

 

Mercado de capitais é o caminho para o crescimento das empresas

Apesar de ter o 3º maior PIB do País, Minas Gerais ocupa a quinta posição no número de empresas com ações na Bovespa

 

Especialistas são unânimes: o mercado de capitais representa uma inovação para qualquer empresa e tende a transformá-la para melhor. A definição é simples: um sistema de distribuição de valores mobiliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. Na prática, representa a oportunidade de colocar em execução projetos engavetados por falta de subsídios ou recursos financeiros. Para essas situações, segundo especialistas, o melhor que existe é investir no mercado de capitais. Os principais títulos negociados ou ações são os representativos do capital de empresas ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange ainda as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.

Para o presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), Paulo Ângelo Carvalho de Souza, o mercado de capitais torna a empresa conhecida, confiável para uma possível internacionalização, podendo ser cobiçada para fusões e aquisições. Sem falar que o capital de terceiros é bem mais barato que o capital próprio, ou seja, é uma alternativa inteligente para organizações que buscam expansão nos negócios. “As empresas ficam ainda mais competitivas e podem reduzir o custo operacional consideravelmente”, analisa.

Mas por que e como investir no mercado de capitais? À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir. Tanto a poupança individual como a das empresas (lucros) constituem fonte de financiamento dos investimentos de um país. “Tais investimentos têm relação direta com o crescimento econômico, o que por sua vez, tem relação direta com o aumento do PIB, elevando a renda dos estados e municípios”, ressalta Marcelo López, especialista em fundos de investimentos e sócio-diretor da L2 Capital Partners.

Ao passo que as empresas se expandem, necessitam de mais recursos que podem ser obtidos por meio de empréstimos de terceiros, reinvestimentos de lucros e participação de acionistas. As duas primeiras opções são limitadas, sendo utilizadas pelas empresas para manter suas atividades operacionais. Já a entrada de novos sócios ou acionistas possibilita a obtenção de novos recursos, como contrapartida à participação no seu capital. O retorno é a condição que as organizações ganham para investir em novos equipamentos, processos, serviços e produtos, além de viabilizar pesquisas, aprimorando o processo produtivo.

De acordo com a publicação “Introdução ao Mercado de Capitais”, elaborada pela Bovespa, visando potencializar o aumento de empresas neste cenário, o investidor de ações contribui para a produção de bens dos quais também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.

Assim é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros. Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor dirija-se a uma corretora, onde funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador.

Caso pretenda adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários que participem do lançamento das ações pretendidas.

 

Minas no cenário nacional

Mesmo com o 3º maior PIB do País, Minas Gerais ainda deixa a desejar quando o assunto é mercado de capitais. Hoje, a BM&FBovespa lista 26 companhias mineiras listadas no pregão, sendo que apenas 14 delas são efetivamente negociadas. “Ficamos na quinta colocação nacional em participação na BM&FBovespa, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. Trata-se de uma representatividade bem aquém do potencial do Estado”, comenta Paulo Ângelo Carvalho de Souza, presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC).

Criado em 2011, o IMMC tem como objetivo estimular uma maior inserção das empresas mineiras no cenário global de mercado de capitais. A ideia é promover cursos e treinamentos voltados para os empresários mineiros. Há quase um ano e meio, o IMMC selecionou um grupo de 35 empresas com o perfil ideal para aprimoramento no mercado de capitais e passou a oferecer cursos especiais com este intuito.

“Empresas bem geridas e com bom potencial de crescimento têm o mesmo objetivo de potenciais investidores: a criação de valor aos acionistas e à sociedade em geral. Começamos a trabalhar isso com este grupo e a previsão para os próximos cinco anos é mais que dobrar o número de organizações em mercado de capitais no Estado. Todas as empresas escolhidas para participar do programa se destacam por sua governança corporativa, balanço auditado, transparência, faturamento, além de já estarem investindo nas áreas de contabilidade e jurídica com foco no mercado de capitais”, explica Souza.

Levantamento realizado em conjunto pelo IMMC, BM&FBovespa e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) apontou que, de 75 empresas mineiras pesquisadas, mais da metade está em plenas condições de iniciar um processo de abertura de capital.

De acordo com a pesquisa “Gestão, Governança e Mercado de Capitais – Perspectivas das Empresas Mineiras”, elaborado pela Fiemg, Bovespa e Fundação Dom Cabral, o acesso ao mercado de capitais (ou mesmo ao mercado de emissão de debêntures e equity funds), além de constituir um instrumento que permite maior alavancagem no financiamento aos investimentos planejados pela empresa, propicia melhora nos indicadores de endividamento, na imagem institucional da companhia, na liquidez do patrimônio de seus sócios/acionistas, facilitando processos sucessórios e, principalmente, induzindo a empresa a maior profissionalização. O estudo buscou identificar o estágio de gestão e governança de empresas mineiras previamente selecionadas e o seu potencial para acessar o mercado de capitais, em suas múltiplas modalidades, sobretudo por meio da abertura de capital. A amostra selecionada para a pesquisa foi formada por 154 empresas, das quais foram entrevistadas 70. De forma geral, os resultados apresentados foram positivos. Mostram que as médias e grandes empresas mineiras de controle familiar, na sua maioria, já adotam boas práticas de gestão, estão confiantes e bem posicionadas em seus mercados, adotam metodologias adequadas na análise e decisão de investimentos e estão propensas a desenvolverem um trabalho de abertura de capital (59% da amostra).

O fato de 71% das empresas já adotarem auditoria independente sugere profissionalismo na gestão. Essa é uma prática importante, já que, para um processo de abertura de capital, as empresas precisam ter os balanços dos últimos dois anos auditados. Dentre outras características apresentadas pela pesquisa estão: o tempo médio de existência dessas empresas (41 anos), o que demonstra uma maturidade corporativa; e a quantidade de funcionários, em média de 800 a 1 mil.

A pesquisa revelou ainda que mais de 70% das empresas têm entre seus objetivos estratégicos a realização de investimentos focados no crescimento da empresa, ou seja, na expansão de suas vendas e faturamento. Esse dado sinaliza confiança nos mercados de atuação e na capacidade competitiva da empresa para ampliar sua participação no mercado.

 

Histórico

Doutor e mestre em Mercado de Capitais, professor do Ibmec e atual presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de Minas Gerais (Apimec-MG), Juliano Lima Pinheiro conta que, na década de 1960, Belo Horizonte era um dos principais centros financeiros do País, com uma grande concentração de matrizes de instituições financeiras. “Nas últimas décadas tivemos vários movimentos que fizeram com que a maioria dessas instituições financeiras se mudasse para outros estados, o que repercutiu em nosso PIB e, consequentemente, na quantidade de empresas a investirem no mercado de capitais”, analisa.

O especialista destaca ainda as questões culturais, o custo elevado, a alta capacitação e o arcabouço jurídico e os investimentos em governança corporativa como alguns entraves para que mais empresas se enveredem por este caminho. “Obviamente, as empresas precisam de uma maturidade gerencial para serem bem sucedidas neste processo, mas as exigências e os custos acabam sendo bem elevados”, enfatiza. Para Pinheiro, o desafio consiste em promover qualificação de ponta e levar ainda mais informações aos empresários sobre o mercado de capitais. “A Apimec-MG tem se empenhado para lançar uma especialização nesta área, sendo uma qualificação de alto nível para profissionais e empresários mineiros”, conta.

Para as empresas que estão neste caminho, o especialista recomenda cautela ao procurar consultorias especializadas. “Confira se a empresa é cadastrada e devidamente licenciada junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de conferir o portfólio de clientes e verificar o nível de comprometimento e sucesso obtido por parte dessa empresa”, sugere o presidente da Apimec-MG.

 

Bovespa Mais é opção para pequenas e médias empresas

Uma alternativa para empresas menores que têm como meta realizar a oferta pública de ações é o IPO (da sigla original em inglês, Initial Public Offering) na Bolsa de Valores. Instituído em 2005, sob a inspiração do London Stock Exchange Alternative Investment Market (AIM), o Bovespa Mais é voltado para pequenas e médias empresas que queiram ingressar no mercado de capitais de forma gradativa.

“É uma alternativa interessante para gestores de fundos de private equity e venture capital na estruturação das estratégias de saída de investimentos. Mesmo não tendo tantos adeptos quanto o modelo inglês, o Bovespa Mais é um estímulo a mais para essas empresas aderirem à oferta pública de ações no País”, analisa Marcelo López, sócio-diretor da L2 Capital Partners.

O programa é direcionado para organizações com faturamento anual de até R$ 400 milhões. O Bovespa Mais foi criado para ser o segmento de entrada para as pequenas e médias empresas no mercado de capitais. O processo é gradativo e, depois de listada, a companhia tem o prazo máximo de sete anos, contados da autorização para negociação dos valores mobiliários no Bovespa Mais, para fazer seu IPO e colocar ao menos 25% do seu capital em circulação (free float) e garantir a liquidez. Deste modo, a empresa pode escolher o melhor momento para lançar os seus papéis no mercado. O fato de a empresa poder executar as operações de entrada no mercado de capitais e de realização de IPO em momentos diferentes também é uma vantagem.

“A oferta pública de ações aliada à uma gestão eficaz e madura aprimoram a imagem institucional da empresa e a tornam mais sólida no mercado. Sem falar que a empresa tem mais facilidade para captar recursos e suas ações adquirem maior liquidez patrimonial. Certamente, a entrada na Bolsa de Valores faz com que a empresa fique mais atrativa para investidores interessados em realizar operações de fusão ou aquisição”, finaliza Juliano Lima Pinheiro, presidente da Apimec-MG.

 

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