Meteora – Grécia: A fé pertinho do céu
Meteora – Grécia: A fé pertinho do céu
Meteora – Grécia: A fé pertinho do céu

Paulo Queiroga

Deslumbrante, apaixonante, extraordinário… Faltam adjetivos para descrever este conjunto arquitetônico de mosteiros suspensos, construídos no alto das colunas rochosas de Meteora, na Grécia.

Viajar é sempre prazeroso e enriquecedor. Mas, há uns poucos locais pelo planeta afora, que extrapolam a curva da normalidade e nos remetem a dimensões de encantamento e magia. Assim é o complexo de mosteiros a coroar os altos penhascos de rocha na região central da Grécia.

Em grego, “Meteora” significa rocas no ar ou meio do céu. Não se tem uma data precisa de sua fundação, mas há registros de monges eremitas no século XI, que se estabeleceram em cavernas, no alto de rochedos inacessíveis, em busca da fé pela meditação e à procura refúgio seguro contra a ocupação otomana na região.

As edificações monumentais, erguidas nos picos de formações rochosas esculpidas pela natureza há mais de 30 milhões de anos, testemunham a profunda religiosidade do cristianismo oriental. Toda a região, incluindo montes, vales, florestas, fauna e flora locais, é classificada, desde 1988, como patrimônio Mundial pela UNESCO.

Há registros do ano de 1336 da construção do primeiro mosteiro – o Megalo Meteoro, instalado no alto de um penhasco de 536 metros de altura, por um monge eremita, chamado Athanasios. Ainda hoje, pode-se visitar a caverna onde morou o primeiro monge.

Foram construídos mais de 20 mosteiros. Atualmente restam 13, apenas 6 podem ser visitados (5 masculinos e 1 feminino): Megálos Metéoros (Grande Meteoro), VarlaamÁgios Stéphanos (Santo Estêvão), Ágia Tríada (Santíssima Trindade), São Nicolau Anapausas e Roussanou, que nos trazem brilho nos olhos e na alma.

Restam mais dúvidas do que certezas de como foram construídos os imensos edifícios a esta altitude. Até o ano de 1920, o acesso era feito em gaiolas puxadas por cordas e roldanas, quando foram construídas longas escadas que exigem boa musculatura nas pernas. Mas, nas paradas de descanso, a vista da planície, ao longe, transforma qualquer cansaço em admiração e fascínio.

Meteora dista 5 horas de carro, de Athenas ou de trem partindo da estação Larissis, na capital, num percurso de 4 horas e meia. O ideal é permanecer dois ou três dias na região e se hospedar nos povoados de Kalambala ou Kastraki.

Atualmente, teleféricos levam visitantes de um penhasco a outro em pequenas cadeiras. O “frio na barriga” pela altitude compõe a aventura inesquecível. Dá para se chegar lá também de carro atravessando uma pequena ponte. Se quiser ver todos os mosteiros é melhor contratar um táxi para o trajeto. Não compensa fazer a pé. São distantes entre si e o ônibus não passa facilmente. Além de cansar muito subir e descer para acessar os mosteiros (mínimo 20 a 30 minutos nas escadas, em dias de menor movimento), o que não é recomendado para os cardíacos ou idosos.

Não há estacionamentos suficientes em Meteora. Os visitantes estacionam na própria estrada, o que exige uma longa caminhada até às escadarias. O Mosteiro de São Estevão, o Agia Stephanos é o único que possui estacionamento com acesso direto à rampa de entrada.

Nem todos os mosteiros estão disponíveis à visitação todos os dias. Aos domingos, com movimento maior, permanecem todos abertos. Como são monumentos religiosos, alguns com monges, e um deles com freiras residentes, não é permitido às mulheres usarem roupas curtas. Lojinhas e quiosques servem bebidas, lanches e oferecem panos para se fazer de saias

Em Kalambala você encontra hotéis, pousadas e bons restaurantes com comidas típicas da culinária grega. Valem a pena. Visitar Meteora é chegar pertinho do céu, no pleno espírito mágico da sua melhor viagem.

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