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Especialistas são unânimes: o mercado de capitais representa uma inovação para qualquer empresa e tende a transformá- la para melhor. A definição é simples: um sistema de distribuição de valores mobiliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. Na prática, representa a oportunidade de colocar em execução projetos engavetados por falta de subsídios ou recursos financeiros. Para essas situações, segundo especialistas, o melhor que existe é investir no mercado de capitais.

Os principais títulos negociados ou ações são os representativos do capital de empresas ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas,  que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange ainda as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.

Para o presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), Paulo Ângelo Carvalho de Souza, o mercado de capitais torna a empresa conhecida, confiável para uma possível internacionalização, podendo ser cobiçada para fusões e aquisições. Sem falar que o capital de terceiros é bem mais barato que o capital próprio, ou seja, é uma alternativa inteligente para organizações que buscam expansão nos negócios. “As empresas ficam ainda mais competitivas e podem reduzir o custo operacional consideravelmente”, analisa.

Mas por que e como investir no mercado de capitais? À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir. Tanto a poupança individual como a das empresas (lucros) constituem fonte de financiamento dos investimentos de um país. “Tais investimentos têm relação direta com o crescimento econômico, o que por sua vez, tem relação direta com o aumento do PIB, elevando a renda dos estados e municípios”, ressalta Marcelo López, especialista em fundos de investimentos e sócio-diretor da L2 Capital Partners.

Ao passo que as empresas se expandem, necessitam de mais recursos que podem ser obtidos por meio de empréstimos de terceiros, reinvestimentos de lucros e participação de acionistas. As duas primeiras opções são limitadas, sendo utilizadas pelas empresas para manter suas atividades operacionais. Já a entrada de novos sócios ou acionistas possibilita a obtenção de novos recursos, como contrapartida à participação no seu capital. O retorno é a condição que as organizações ganham para investir em novos equipamentos, processos, serviços e produtos, além de viabilizar pesquisas, aprimorando o processo produtivo.

De acordo com a publicação “Introdução ao Mercado de Capitais”, elaborada pela Bovespa, visando potencializar o aumento de empresas neste cenário, o investidor de ações contribui para a produção de bens dos quais também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.

Assim é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros. Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor dirija-se a uma corretora, onde funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador.

Caso pretenda adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários que participem do lançamento das ações pretendidas.

Minas no cenário nacional

Mesmo com o 3º maior PIB do País, Minas Gerais ainda deixa a desejar quando o assunto é mercado de capitais. Hoje, a BM&FBovespa lista 26 companhias mineiras listadas no pregão, sendo que apenas 14 delas são efetivamente negociadas. “Ficamos na quinta colocação nacional em participação na BM&FBovespa, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. Trata-se de uma representatividade bem aquém do potencial do Estado”, comenta Paulo Ângelo Carvalho de Souza, presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC).

Criado em 2011, o IMMC tem como objetivo estimular uma maior inserção das empresas mineiras no cenário global de mercado de capitais. A ideia é promover cursos e treinamentos voltados para os empresários mineiros. Há quase um ano e meio, o IMMC selecionou um grupo de 35 empresas com o perfil ideal para aprimoramento no mercado de capitais e passou a oferecer cursos especiais com este intuito.

“Empresas bem geridas e com bom potencial de cresci­mento têm o mesmo objetivo de potenciais investidores: a criação de valor aos acionis­tas e à sociedade em geral. Começamos a trabalhar isso com este grupo e a previsão para os próximos cinco anos é mais que dobrar o número de organizações em merca­do de capitais no Estado. To­das as empresas escolhidas para participar do programa se destacam por sua gover­nança corporativa, balanço auditado, transparência, fatu­ramento, além de já estarem investindo nas áreas de con­tabilidade e jurídica com foco no mercado de capitais”, ex­plica Souza.

Levantamento realizado em conjunto pelo IMMC, BM&­FBovespa e Federação das Indústrias do Estado de Mi­nas Gerais (Fiemg) apontou que, de 75 empresas minei­ras pesquisadas, mais da metade está em plenas con­dições de iniciar um processo de abertura de capital.

De acordo com a pesquisa “Gestão, Governança e Mer­cado de Capitais – Perspecti­vas das Empresas Mineiras”, elaborado pela Fiemg, Bo­vespa e Fundação Dom Ca­bral, o acesso ao mercado de capitais (ou mesmo ao mer­cado de emissão de debên­tures e equity funds), além de constituir um instrumento que permite maior alavancagem no financiamento aos inves­timentos planejados pela em­presa, propicia melhora nos indicadores de endividamen­to, na imagem institucional da companhia, na liquidez do patrimônio de seus sócios/ acionistas, facilitando proces­sos sucessórios e, principal­mente, induzindo a empresa a maior profissionalização.

O estudo buscou identificar o estágio de gestão e gover­nança de empresas mineiras previamente selecionadas e o seu potencial para acessar o mercado de capitais, em suas múltiplas modalidades, so­bretudo por meio da abertura de capital. A amostra selecio­nada para a pesquisa foi for­mada por 154 empresas, das quais foram entrevistadas 70. De forma geral, os resultados apresentados foram positi­vos. Mostram que as médias e grandes empresas mineiras de controle familiar, na sua maioria, já adotam boas prá­ticas de gestão, estão con­fiantes e bem posicionadas em seus mercados, adotam metodologias adequadas na análise e decisão de investi­mentos e estão propensas a desenvolverem um trabalho de abertura de capital (59% da amostra).

O fato de 71% das empresas já adotarem auditoria inde­pendente sugere profissiona­lismo na gestão. Essa é uma prática importante, já que, para um processo de aber­tura de capital, as empresas precisam ter os balanços dos últimos dois anos auditados. Dentre outras características apresentadas pela pesqui­sa estão: o tempo médio de existência dessas empresas (41 anos), o que demonstra uma maturidade corporativa; e a quantidade de funcioná­rios, em média de 800 a 1 mil.

A pesquisa revelou ainda que mais de 70% das empresas têm entre seus objetivos es­tratégicos a realização de in­vestimentos focados no cres­cimento da empresa, ou seja, na expansão de suas vendas e faturamento. Esse dado si­naliza confiança nos merca­dos de atuação e na capaci­dade competitiva da empresa para ampliar sua participação no mercado.

Histórico

 

Doutor e mestre em Mercado de Capitais, professor do Ib­mec e atual presidente da As­sociação dos Analistas e Pro­fissionais de Investimento do Mercado de Capitais de Mi­nas Gerais (Apimec-MG), Ju­liano Lima Pinheiro conta que, na década de 1960, Belo Ho­rizonte era um dos principais centros financeiros do País, com uma grande concentra­ção de matrizes de institui­ções financeiras. “Nas últimas décadas tivemos vários movi­mentos que fizeram com que a maioria dessas instituições financeiras se mudasse para outros estados, o que reper­cutiu em nosso PIB e, conse­quentemente, na quantidade de empresas a investirem no mercado de capitais”, analisa.

O especialista destaca ainda as questões culturais, o custo elevado, a alta capacitação e o arcabouço jurídico e os investimentos em governança corpora­tiva como alguns entraves para que mais empresas se enveredem por este caminho. “Obviamente, as empresas precisam de uma maturidade gerencial para serem bem sucedidas neste processo, mas as exigências e os custos acabam sendo bem eleva­dos”, enfatiza.

Para Pinheiro, o desafio consiste em promover qua­lificação de ponta e levar ainda mais informações aos empresários sobre o mercado de capitais. “A Apimec-MG tem se empenhado para lançar uma es­pecialização nesta área, sendo uma qualificação de alto nível para profissionais e empresários mineiros”, conta.

Para as empresas que estão neste caminho, o es­pecialista recomenda cautela ao procurar consulto­rias especializadas. “Confira se a empresa é cadas­trada e devidamente licenciada junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de conferir o portfólio de clientes e verificar o nível de compro­metimento e sucesso obtido por parte dessa em­presa”, sugere o presidente da Apimec-MG.

Bovespa Mais é opção para pequenas e médias empresas

Uma alternativa para empresas menores que têm como meta realizar a oferta pública de ações é o IPO (da sigla original em inglês, Initial Public Of­fering) na Bolsa de Valores. Instituído em 2005, sob a inspiração do London Stock Exchange Alternative Investment Market (AIM), o Bovespa Mais é voltado para pequenas e médias empre­sas que queiram ingressar no mercado de capi­tais de forma gradativa.

“É uma alternativa interessante para gestores de fundos de private equity e venture capital na estruturação das estratégias de saída de in­vestimentos. Mesmo não tendo tantos adeptos quanto o modelo inglês, o Bovespa Mais é um estímulo a mais para essas empresas aderirem à oferta pública de ações no País”, analisa Mar­celo López, sócio-diretor da L2 Capital Partners.

O programa é direcio­nado para organiza­ções com faturamen­to anual de até R$ 400 milhões. O Bo­vespa Mais foi criado para ser o segmento de entrada para as pequenas e médias empresas no mer­cado de capitais. O processo é gradativo e, depois de listada, a companhia tem o prazo máximo de sete anos, contados da autorização para negociação dos valores mobiliários no Bovespa Mais, para fazer seu IPO e colocar ao menos 25% do seu capital em cir­culação (free float) e garantir a liquidez. Deste modo, a empresa pode escolher o melhor momento para lançar os seus papéis no mercado. O fato de a em­presa poder executar as operações de entrada no mercado de capitais e de realização de IPO em mo­mentos diferentes também é uma vantagem.

 

A oferta pública de ações aliada à uma gestão eficaz e madura aprimoram a imagem institucional da empresa e a tornam mais sólida no mercado. Sem falar que a empresa tem mais facilidade para captar recursos e suas ações adquirem maior liquidez patrimonial. Certamente, a entrada na Bolsa de Valores faz com que a empresa fique mais atrativa para investidores interessados em realizar operações de fusão ou aquisição”, finaliza Juliano Lima Pinheiro, presidente da Apimec-MG.

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