Maioria desconhece 200 anos da Independência, diz que eleições vão mobilizar atenção e coloca Copa do Mundo em segundo plano em 2022
Maioria desconhece 200 anos da Independência, diz que eleições vão mobilizar atenção e coloca Copa do Mundo em segundo plano em 2022
Maioria desconhece 200 anos da Independência, diz que eleições vão mobilizar atenção e coloca Copa do Mundo em segundo plano em 2022

Observatório FEBRABAN revela que maioria avalia que a natureza é o que melhor define o país, seguida pelo seu povo e pela dimensão continental do território. A fé é considerada a característica mais positiva dos brasileiros

Às vésperas do aniversário de 200 anos da Independência de Portugal, 59% dos brasileiros não sabem dessa comemoração. Mas, depois de tomarem conhecimento desse evento, 53% declaram que o Brasil tem o que comemorar. Nessa perspectiva histórica, os fatos mais lembrados pelos brasileiros em 500 anos são abolição da escravidão, a própria Independência do Brasil, seguida pela Proclamação da República e a redemocratização, iniciada em 1985.

Quando perguntados qual melhor símbolo para traduzir o Brasil, a natureza é tida como a definição mais precisa do país para 60% das pessoas, seguida pelo seu povo (31%) e pela dimensão continental do território (21%). A opinião pública em 2022 deverá ser mais mobilizada pelas eleições, juntamente com a agenda econômica (desemprego e inflação). Cerca de um quinto dos entrevistados citou a Copa do Mundo e a pandemia do coronavírus. A crise hídrica e racionamento de energia também foram destacados.
Essas são algumas das revelações da 9ª edição do      Observatório Febraban – Pesquisa FEBRABAN-IPESPE, que buscou investigar as percepções e expectativas para 2022 e os 200 anos da Independência política brasileira. Juntamente aos dados nacionais, haverá um recorte sobre o sentimento nas cinco regiões do país.

O levantamento, realizado entre os dias 19 a 27 de novembro, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do País, mostra que o brasileiro está resiliente frente às dificuldades impostas pela crise atual, mas cauteloso sobre o futuro próximo. Mais da metade dos entrevistados (58%) se dizem satisfeitos com a vida no país particularmente ao ver a si e sua família com boa saúde após a grave e longa crise sanitária. Também mais da metade (53%) apresenta esperança de tempos melhores em longo prazo, acreditando que o Brasil estará melhor daqui a 10 anos.

“Ao mesmo tempo que mostra a população preocupada com seu cotidiano, a pesquisa revela que o brasileiro tem esperança no futuro e espera, para os próximos anos, um país mais justo e com menos desigualdade social e, em segundo lugar, deseja um país sem corrupção”, diz Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN. “A pesquisa comprova também que o brasileiro gosta de ser brasileiro e que a melhoria nas condições de saúde, seja pública seja da família, é motivo de grande satisfação”.

O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE, destaca ainda que, olhando adiante, boa parte dos entrevistados acredita que muitos dos hábitos que foram adquiridos ao longo da pandemia devem ser mantidos e até ampliados. “Nessa relação está o trabalho remoto, as compras online e a maior presença junto à família, além do uso de serviços de streaming para filmes e música, e a comunicação através de redes sociais e chamadas de vídeo”, diz Lavareda.

A seguir, os principais resultados do levantamento:

Independência do Brasil

Quase seis em cada dez entrevistados (59%) não têm conhecimento de que em 2022 o Brasil completará dois séculos de independência em relação a Portugal. O desconhecimento é maior entre as mulheres, que pontuaram 66% contra 49% dos homens. Destaque também para quem tem renda até 2 salários mínimos (70%) e com idade entre 25 e 44 anos (69%).

Os 200 anos da independência são motivo de comemoração para 53% das pessoas ouvidas, ao contrário de 42% que acham que o Brasil não tem razões para comemorar — percentual maior entre quem tem de 45 a 59 anos (48%). Os grupos que aderem mais fortemente à ideia de comemoração são os jovens de 18 a 24 anos e quem tem nível superior (63% em ambos os casos).

Fatos Históricos mais importantes

A abolição da escravatura no país é apontada como o acontecimento mais importante da história do Brasil por 44% dos entrevistados quando apresentado a vários fatos históricos. Em seguida, 30% mencionaram a independência do país, em 1822, e 18% a Proclamação da República, em 1889. A redemocratização a partir do fim do governo militar, em 1985, foi citada por 16% das pessoas ouvidas.

Símbolos Nacionais

A natureza foi apontada por 60% das pessoas como símbolo que melhor define e representa o Brasil. A população aparece em segundo lugar, com 31%, seguida pela dimensão continental do país (21%). O futebol, tido como uma paixão nacional, ficou na quarta colocação, com 20%. A música foi mencionada por 10%.

Característica positiva do brasileiro

Em pergunta de múltiplas respostas, quase metade dos entrevistados (49%) aponta a fé como a característica mais positiva dos brasileiros. Um terço acha que a criatividade é o traço mais marcante da população. A capacidade de superação foi mencionada por 30% das pessoas, enquanto a disposição para o trabalho e a solidariedade são características ressaltadas por 23%. Praticamente um quinto (21%) citou a alegria dos brasileiros.

Satisfação com o país

A melhoria do quadro de saúde, com o avanço da vacinação e a queda nos índices de casos da Covid-19 e de mortes, faz com que mais da metade dos brasileiros (58%) se considerem muito satisfeitos (8%) ou satisfeitos (50%) com a vida no país. A família e as relações afetivas foram apontadas por 51% dos entrevistados como principal motivo de satisfação. O controle da pandemia do coronavírus é motivo de satisfação para 37% dos brasileiros. Não obstante o grande índice de desemprego no país, pelo menos 15% se dizem satisfeitos com a vida que levam por conta do trabalho.

Problemas do País ?

No caso de maior controle da pandemia, a saúde foi citada por mais da metade dos ouvidos (54%), como principal problema que deve receber mais atenção em 2022. A educação vem em segundo lugar (36%), seguida da fome e pobreza (32%). O desemprego foi mencionado por 22%, a inflação e o custo de vida por 11%, a corrupção por 9%, a segurança pública e drogas por 8%, a crise hídrica e racionamento de energia por 7%, impostos e meio ambiente, ambos por 4%.

Brasil 2032

Numa projeção para os próximos dez anos, mais da metade da população entrevistada (53%) acham que o Brasil estará melhor do que hoje em dia. Para 22% dos entrevistados, o país estará pior no período de uma década. Outros 14% não acreditam em mudança, acham que vai continuar igual — percentual maior na faixa etária de 25 a 44 anos (19%).

O que chamará atenção em 2022

As eleições, assim como questões econômicas a exemplo de desemprego e inflação, foram apontadas por 42% dos entrevistados como temas que mais irão mobilizar a população no ano que vem. Problemas sociais, como fome, pobreza e desigualdade, foram mencionados por 35% das pessoas. Cerca de um quinto dos entrevistados (22%) acha que a Copa do Mundo será o tema que mais vai movimentar 2022, assim como a continuidade da questão da pandemia da Covid-19 (21%). Menos de um décimo citam outros temas que irão mobilizar as pessoas ano que vem; meio ambiente e preservação das florestas (9%) e crise hídrica e racionamento de energia (7%).

Mudanças da Pandemia

Depois de quase dois anos de pandemia, muita coisa mudou na vida das pessoas e alguns aprendizados deverão reverberar em 2022:

  • Para 46% o trabalho remoto será mantido no pós-pandemia.
  • Para 31% hábitos de fazer compras online e ficar mais em casa com a família devem ser mantidos ou até ampliados.
  • 19% avaliam que a comunicação pelas redes sociais e chamadas de vídeo são outros hábitos que foram intensificados na pandemia e deve continuar em 2022.
  • 15% apontam o estudo online ou à distância
  • 13% o uso de serviços digitais de bancos
  • 6% citam a prática de esportes e atividades físicas, assim como o entretenimento online com uso de serviços de streaming para filmes e música, e a redução de uso de carro particular

O que se espera do Brasil

No campo do desejo, os brasileiros esperam principalmente um país mais justo, com menos desigualdade social (55%); com menos desmatamento e com a Amazônia protegida (30%); um Brasil mais moderno e avançado na ciência e tecnologia (15%).

A FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos – é a principal entidade representativa do setor bancário brasileiro. Fundada em 1967, na cidade de São Paulo, é uma associação sem fins lucrativos que tem o compromisso de fortalecer o sistema financeiro e suas relações com a sociedade e contribuir para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País.

O quadro associativo da entidade conta com 117 instituições financeiras associadas, as quais representam 98,8% dos ativos totais e 96,6% do patrimônio líquido das instituições bancárias brasileiras.

O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), fundado em 1986, é uma das instituições mais respeitadas do Brasil no setor de pesquisas de mercado e opinião pública. E conta com um conselho científico formado por especialistas de diversas áreas, o qual é presidido por Antonio Lavareda, mestre em sociologia e doutor em ciência política.

Tem equipes operacionais e consultores em todos os estados do País e atuação em âmbito nacional e internacional, sempre atualizado com o que há de mais inovador em técnicas e sistemas de pesquisas. A experiência, o rigor técnico e a agilidade do IPESPE têm se transformado em ferramentas fundamentais para que empresas privadas, governos e organizações possam conhecer melhor o seu público e o mercado.

O Observatório Febraban – Pesquisa FEBRABAN IPESPE foi lançado em junho de 2020 com objetivo de se tornar uma fonte de informações sobre as perspectivas da sociedade e o potencial impacto econômico-financeiro, ouvindo a população e estimulando o debate em diversos setores. Com periodicidade trimestral, a iniciativa é parte de uma série de medidas da Febraban para ampliar a aproximação dos bancos com a população e a economia real, de forma cada vez mais transparente.

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