Lula terá que lutar contra fantasmas do passado

Paulo Cesar de Oliveira*

Temos um novo governo. Velhos nomes – alguns novos, é verdade – para enfrentar velhos problemas que desafiam o país já há muito tempo, sem que encontremos uma forma de resolvê-los ou pelo menos amenizá-los. E o governo que se instalou em 1º de janeiro, inicia-se sem mostrar alternativas novas, caminhos novos para desmontar os velhos gargalos sociais e econômicos.

Vem com o velho discurso de governar para os mais pobres, esquecendo-se de que os que saem vitoriosos das urnas, assumem com a obrigação e governar para todos e que, se assim não for, nada se faz pelos mais carentes.

Lula assume com a enorme responsabilidade de não decepcionar o povo que votou nele, não em um programa de mudanças, não em um projeto de governo. Lula precisa usar esta liderança para desmontar as armadilhas que ficaram do já antigo governo.

Ele precisa pacificar o país para governar para o povo. Todo o povo. Não será tarefa fácil a pacificação. Lula terá que lutar contra fantasmas. Não tem uma liderança a mirar e derrubar. Lutará contra grupos de interesse que fazem de radicais histéricos de instrumentos para confrontar o governo em defesa de interesses pessoais.

São grupos acéfalos, sem uma liderança real. Imaginávamos bolsonaristas, mas o tempo cuidou de mostrar que não, Bolsonaro não foi líder inspirador deste movimento. Usaram o seu nome, e ele convenientemente permitiu, para apresentar uma liderança que nunca teve. Foi manobrado até mostrar seus pés de barro. Para Lula é uma dificuldade a mais.

Não tem uma liderança a fazer render para pacificar o país. Terá que controlar seus próprios radicais para evitar confrontos com os órfãos do outro lado. Não será tarefa fácil. Mas Lula precisa agir com calma e prudência para não desgastar sua imagem. Ela é, até agora, o que mantém a esperança do povo em dias melhores.

*Jornalista e empresário

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