Lula: Em Juiz de Fora (MG) visita memorial de Itamar Franco e conversa com reitores de universidades federais

Lula: Em Juiz de Fora (MG) visita memorial de Itamar Franco e conversa com reitores de universidades federais

Foto: Ricardo Stuckert

Lula: Em Juiz de Fora (MG) visita memorial de Itamar Franco e conversa com reitores de universidades federais.

No último dia de sua viagem a Minas Gerais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na manhã do dia 11 de maio último,  de um encontro com reitores das universidades federais, no qual recebeu um documento com propostas da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Antes do encontro, ele visitou o Memorial da República Presidente Itamar Franco, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Em seu discurso para os dirigentes universitários e estudantes no auditório da UFJF, após ouvir os reitores se manifestarem sobre a destruição das federais promovida desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, o ex-presidente falou sobre a necessidade de ampliar os investimentos federais na Educação, como foi feito em seu governo, de 2003 a 2010.

“Quando a gente fazia uma reunião, qualquer coisa que você tentava propor como algo novo, sempre aparecia a palavra gasto tentando mostrar que a gente não podia fazer. Tudo falta dinheiro, então é preciso que você utilize a criatividade. Uma coisa muito importante na minha vida foi que na primeira reunião de governo eu disse que a palavra gasto não valia para educação, era preciso que a gente tentasse recuperar o atraso secular a que o Brasil tinha sido submetido”, contou Lula.

Segundo ele, o exemplo gritante desse atraso está no fato de que o Brasil só foi ter sua primeira universidade em 1920, enquanto outros países menores da América do Sul tinham as suas há séculos: o Peru, por exemplo, desde 1554. Hoje, no entanto, investir no ensino superior não passa apenas por financiar e ampliar as universidades, mas também por ampliar a participação delas nas cidades onde ficam e na sociedade brasileira.

“Nós precisamos desenvolver as universidades em outras coisas, a universidade não pode ser um centro de luxo para produzir para ela própria, ela precisa se abrir para a sociedade. As pesquisas têm que ser transformadas em produtos industrializados, para que as pessoas possam produzir. Não é possível você fazer uma tese acadêmica extraordinária e guardar numa gaveta e não transformar aquilo em algo para o bem da humanidade, para o bem do país”, declarou o ex-presidente.

Para Lula, as mudanças ocorridas na economia e no mercado de trabalho também precisam ser discutidas nas universidades brasileiras.

“É preciso discutir um novo emprego. O mundo que nós conhecíamos desabou, a indústria como nós conhecíamos mudou. Quando eu era presidente de sindicato, nós tínhamos 44 mil trabalhadores na Volkswagen e fazíamos 1,2 mil carros por dia. Hoje são 7 mil e produzem 3 mil carros. Onde foram parar essas pessoas? É preciso o avanço tecnológico, mas toda vez que tem um avanço, um monte de gente fica fora”, ressaltou.

Ele também contou que sua motivação para voltar ao centro da disputa política ao país se deve à destruição que foi promovida nos últimos anos de todos os programas e políticas públicas que ajudaram o Brasil a chegar a ser a sexta economia mundial nos governos do PT. “Faz 12 anos que eu deixei o governo e ao invés de avançar para um padrão Noruega, um padrão França, o país retrocedeu”, criticou. 

Lula segue liderando com 46% das intenções de voto

. Bolsonaro fica com 21% e para de subir depois de três meses

Lula segue liderando com 46% das intenc?o?es de voto

. Eleitores avaliam que presidente erra ao propor enfrentamento institucional, pôr em xeque a credibilidade das urnas eletrônicas e ao perdoar deputado condenado pelo Supremo.

Eleitores avaliam que presidente erra ao propor enfrentamento institucional

Divulgada no dia 11 de maio último, a 11ª rodada da pesquisa presidencial Genial/Quaest, a mais longa série de sondagem eleitoral com entrevistas presenciais, mostra que os embates do presidente Jair Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interromperam a tendência de crescimento da sua candidatura.

A maior parte dos eleitores reprovou o perdão presidencial ao deputado Daniel Silveira, condenado por ameaças aos ministros do STF, enquanto caiu a porcentagem dos que desconfiam das urnas eletrônicas. As intenções de voto em Bolsonaro vinham subindo desde fevereiro.

Intenc?o?es de voto em Bolsonaro

 

Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, “a graça presidencial ao deputado Silveira engajou os setores radicais da campanha, mas afastou o eleitor moderado que vinha se aproximando do presidente”. Nunes demonstra o argumento com a divisão sobre a rejeição ao perdão entre os eleitores que gostariam que nem-Bolsonaro-nem-Lula vencessem a disputa. “Como os eleitores de Bolsonaro e Lula já estão definidos, é a faixa dos Nem-Um-Nem-Outro que vai decidir a eleição. Entre esses eleitores, 54% reprovam a ação do presidente, contra 17% que aprovam”, diz Nunes.

O afastamento dos moderados explica por que caiu o número de eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018 que defendem a reeleição. Eram 63% em abril e são 58% hoje. A pesquisa mostra que 18% dos eleitores de Bolsonaro nas eleições passadas pretendem votar em Lula.

A pesquisa mostra que 18% dos eleitores de Bolsonaro nas eleic?o?es passadas pretendem votar em Lula

Perguntados se o perdão ao deputado mudou a possibilidade de voto no presidente, 12% responderam que diminui e 45% que confirmou a intenção de não votar pela reeleição. O levantamento mostrou ainda que a faixa de brasileiros que desconfia das urnas eletrônicas caiu de 29% para 22% desde setembro do ano passado, quando foram organizados protestos pedindo o voto impresso.

De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, se a eleição fosse hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria na margem de erro para vencer no primeiro turno. Ele tem 46% das intenções de voto no primeiro turno contra 44% dos adversários somados. No cenário com oito candidatos, Bolsonaro vem em segundo lugar com 29% das intenções de voto, seguido por Ciro Gomes com 7%, João Doria e André Janones com 3%, Simone Tebet e Felipe D’Ávila com 1% e Luciano Bivar com 0%.

Lula ganha em quatro regiões do país: Nordeste (62% a 20%), Sudeste (43% a 29%), Norte (40% a 35%) e Sul (36% a 34%), neste último caso dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Na Região Centro-Oeste, Bolsonaro está com 48% contra 32% de Lula. Entre as mulheres, o ex-presidente fica com 51% dos votos, contra 22% do atual presidente. Na simulação do segundo turno, Lula chega a 54% contra 34% de Bolsonaro.

Para 58% dos brasileiros, o atual presidente não merece um segundo mandato

Para 58% dos brasileiros, o atual presidente não merece um segundo mandato, enquanto 44 % acham que Lula não merece voltar ao Palácio do Planalto. A pesquisa também indica que o voto já está cristalizado para 63% dos eleitores. Em 2018, este grau de decisão só aconteceu em setembro. Em outra pergunta, os entrevistados puderam dizer quem gostariam que vença a eleição: 45% preferem Lula e 29% optam por Bolsonaro.

A economia também vem influenciando diretamente na eleição. Ela é o principal problema do país, na avaliação de 50% dos entrevistados. Para 62%, a situação econômica piorou no último ano. Porém, 52% têm expectativa de melhora. Em relação à pandemia, os eleitores acreditam que Bolsonaro mais errou do que acertou, embora 71% considerem positivo o trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS).

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.000 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 5 e 8 de maio em entrevistas nas casas dos eleitores em 27 Estados. Desde julho de 2021, a Genial/Quaest realiza pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais. É a mais longa série de sondagens feitas presencialmente no país.

Trata-se do primeiro levantamento feito em a?mbito nacional

Metodologia

A Pesquisa Genial/Quaest trabalha com metodologia inédita de acompanhamento da opinião pública. Até novembro de 2022, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas implicando em duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação, abrangendo 123 municípios.

A partir das entrevistas domiciliares, é feita a decupagem, análise e estratificação dos dados por sexo, idade, escolaridade, renda e População Economicamente Ativa (PEA). A pesquisa também recebe tratamento estatístico de pós-estratificação para reduzir as chances de viés de seleção e de não-resposta. Trata-se do primeiro levantamento feito em âmbito nacional que combina coleta domiciliar com modelagem em pós-estratificação.

O nível de confiança da pesquisa Genial/Quaest é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.

Pesquisa Genial Quaest

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