Levantamento: Um ano de altas da Selic impulsiona CDBs e deixa poupança no negativo
Levantamento: Um ano de altas da Selic impulsiona CDBs e deixa poupança no negativo
Levantamento: Um ano de altas da Selic impulsiona CDBs e deixa poupança no negativo

No mesmo período, busca por renda variável cai, mas interesse por criptomoedas cresce

Com a taxa Selic elevada a 11,75% no dia 16 de março último, completou-se um ano dos aumentos consecutivos realizados pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Para saber qual o impacto dessa medida no cenário financeiro, o Yubb, maior buscador de investimentos do país, realizou um levantamento comparando o comportamento dos investidores nos últimos doze meses: e quanto mais alta a Selic, maior foi o interesse na renda fixa.

Confira o levantamento completo:

Posição Investimentos mais buscados em março/2021 Investimentos mais buscados em março/2022
1 Ações livres CDBs
2 Fundos de ações Tesouro Direto
3 Fundos multimercado LCI/LCA
4 Tesouro Direto Fundos multimercado
5 CDBs Fundos de ações
6 Fundos de índice (ETFs) LC/RDB
7 LCI/LCA Ações livres
8 LC/RDB Fundos de índice (ETFs)
9 Fundos Imobiliários (FIIs) Criptoativos
10 Criptoativos Fundos Imobiliários (FIIs)

“A cada novo aumento, a Selic foi beneficiando consecutivamente a renda fixa. Isso fez com que o investidor, que estava mais atuante na renda variável, mudasse o seu perfil em um ano. A alta rentabilidade e volatilidade deram espaço para três dos principais investimentos em renda fixa: os CDBs, o Tesouro Direto e o LCI/LCA. É uma estratégia inteligente no curto prazo, mas o investidor não deve dedicar todo o seu dinheiro nela”, explica Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb.

Pascowitch afirma que o favorecimento dos investimentos de renda fixa em detrimento dos ativos de renda variável se dá porque a Selic mais alta pressiona o crédito, encarece os financiamentos para empresas e tende a desvalorizar as ações em razão do maior desconto exigido por investidores.

“Um dos maiores desafios de quem investe é analisar a remuneração de cada investimento em renda fixa, para confirmar se a sua rentabilidade está acima da inflação. Porque se estiver abaixo, significa que o dinheiro está perdendo o seu poder de compra, ou seja, o que ele consegue comprar hoje, não vai conseguir no futuro. Por isso, aproveitar a alta da renda fixa é bom no curto prazo apenas. Porque a renda fixa deve ser usada para proteger o patrimônio, mas quem fará o patrimônio crescer é a renda variável”.

Cenário internacional também favoreceu a renda fixa

Mas não foi apenas a alta da Selic que beneficiou a renda fixa. O cenário internacional também teve um papel importante. Bernardo explica que já havia uma pressão inflacionária no mundo todo com a retomada das atividades econômicas após a pandemia, mas a guerra entre Ucrânia e Rússia impulsionou ainda mais esse cenário.

“Esse conflito trouxe uma grande valorização do petróleo, que é a principal commodity do mundo e a maior responsável no aumento dos custos nas cadeias globais de suprimentos e distribuição. Isso significa que, com uma elevação ainda maior dos juros globais, há uma deterioração dos investimentos de renda variável e maior atratividade de títulos de renda fixa pública e privada”.

E mesmo com a renda variável em baixa no geral, um tipo de ativo tem chamado a atenção dos investidores: as criptomoedas. “As criptomoedas são beneficiadas pela curiosidade generalizada. Sua alta rentabilidade tem atraído o olhar do investidor e, não à toa, ela cresceu uma posição no ranking de busca, ao contrário de todos os demais ativos de renda variável, que só caíram nos últimos 12 meses. O fato é que as criptomoedas são os ativos com o maior potencial de valorização da década e da nossa geração. Inclusive, nada bateu o bitcoin em valorização nos últimos 10 anos. Falar de investimentos hoje é olhar para as criptomoedas como oportunidades de negócio”, complementa Bernardo.

Última Selic puxou a poupança para o negativo

E não foram todos os investimentos em renda fixa que foram beneficiados com as altas da Selic. Apesar de ser o investimento mais usado do país, a poupança teve seu rendimento declinando mês a mês, atingindo rentabilidade negativa quando a Selic chegou a 11,75%.

  Rendimento Bruto Rendimento Líquido Rendimento Real
** Poupança nova* 6,17% 6,17% -0,26%
Poupança antiga* 6,17% 6,17% -0,26%
Tesouro Selic 11,65% 9,32% 2,70%
CDB banco médio 13,40% 10,72% 4,01%
CDB banco grande 8,74% 6,99% 0,51%
LC 13,98% 11,18% 4,45%
LCA* 11,42% 11,42% 4,67%
LCI* 11,77% 11,77% 4,99%
RDB 14 48% 11,59% 5,89%
Debênture Incentivada* 13,28% 13,28% 6,42%

Observações: 

Inflação para 2022 baseada no Relatório Focus de 14 de março de 2022 (6,45%)

As rentabilidades dos títulos de renda fixa privada são uma média do que é ofertado pelo mercado

* Investimentos isentos de imposto de renda

** Em 2012, o Banco Central redefiniu a remuneração da poupança para novos investidores.

“É interessante que a poupança é o investimento mais popular, mas porque as pessoas não olham para ela como um investimento. Porque investir para boa parte da população ainda é visto como algo inacessível. Mas os bancos digitais e as fintechs estão conseguindo quebrar esse raciocínio, trazendo educação financeira às pessoas e mostrando que, sim, investir pode ser algo do dia a dia das pessoas. E precisamos desse movimento para que o brasileiro quebre comportamentos enraizados e valorize mais o seu dinheiro”, conclui Bernardo.

Buscador online e gratuito, conhecido como o “buscapé dos investimentos”, pois mapeia todos os investimentos do país e recebe mais de 8 milhões de buscas por mês. Com três anos de funcionamento e uma proposta isenta, o Yubb não realiza nenhum tipo de transação, tendo a imparcialidade como o grande diferencial da plataforma.

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